27_ chapter - twenty-seven

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Eu acabei passando aquela noite em claro, fiquei pensando em tudo que Camila disse, em tudo que eu disse e caramba... Eu estou feliz! Muito feliz para ser sincera!

Acaba sendo meio estranho sentir isso outra vez, depois desse tempo todo tentando não me envolver com os sentimentos alheios é até que bom saber que alguém realmente gosta de mim.

Quer dizer, tudo bem, talvez eu tenha ficado um pouco insegura.

"E se Camila quiser apenas transar comigo e usou isso como uma desculpa ou algo do tipo?"

Admito ter pensado nisso algumas vezes, mas não posso ser julgada, já tive experiências ruins demais para uma vida.

Mas... Não, Camila era diferente. Totalmente diferente.

Talvez seja uma boa hora para tentar explicar essa minha extrema confiança nela.

Sempre que eu levava um bolo de Lucy em algum encontro, Camila sempre estava lá. Como? Eu não sei, ela aparecia magicamente e me consolava. Acho que ali eu acabei criando um laço com ela.

Também era claro que Camila era diferente. Não só de Lucy, mas de qualquer adolescente de nossa idade.

Ela conseguia ser engraçada e sabia o momento certo de usar suas piadas. É um ótimo ombro amigo, além de ser sensível e compreensível.

Tirei essas conclusões enquanto ainda estava com Luciana, não sei como não percebi que eu já estava quase tendo uma queda maior por Camila do que pela própria Lucy... Não que isso seja muito difícil.

Naquela época nós não éramos tão próximas, mesmo que eu tivesse percebido toda essa sensibilidade que ela tinha, eu também tinha medo de ser de certo modo falso. Mas não era.

Geralmente pede para me encontrar pessoalmente, ela parece ser mais a "moda antiga", não consegue manter uma conversa por mensagens por muito tempo.

O que eu acho ótimo, já que toda vez que nos encontramos acabamos nos encarando lado à lado em minha cama;

No dia em que conversamos eu acabei pegando um resfriado horrível. Talvez fosse culpa daqueles pingos fracos d'água ou das outras milhões de chuvas que eu havia levado em um curto intervalo de tempo.

Estava impossível até mesmo levantar da cama, meu corpo doía. Felizmente consegui uma semana livre do colégio.

- Está ruim? - Perguntei, fazendo um som estranho no "m" por conta de meu nariz entupido.

- Péssimo. - Ariana respondeu enquanto checava minha temperatura com sua mão. Ela tinha ido me visitar, eu já estava nos meus últimos dias de folga, mas estava bem longe de melhorar. - A melhor coisa é que seu nariz está vermelho e é adorável.

- Mas dói. - Respondi fazendo uma careta de choro. - Já é a décima vez que eu vou falar para você, é melhor se afastar, não quero contaminar você.

- Está de brincadeira? Se eu ficar resfriada vou poder ficar em casa também. - Ela riu e se sentou na poltrona que estava ao lado da minha cama. - Ou melhor, vou ficar aqui com você.

- Eu não iria te aguentar. - Tossi ao dar uma leve risada.

- Ah, sério? - Ergueu uma de suas sobrancelhas. - Se é assim eu vou agora e te deixo aqui sozinha. - Fez sinal em ir embora

- Não! - Gritei imediatamente. O que fez minha garganta arder. Minha expressão era de dor vinte e quatro horas por dia.
- Está vendo? Você fez eu machucar minha garganta.

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