Humano Puro

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— Isso foi um pouco fácil demais, não? — Jimin comentou, uma vez que saiam daquele beco com o coletor de dados no bolso da calça do caçador de recompensas.

— Você acha? — Ele perguntou, olhando cuidadosamente pros lados antes de sair das sombras das paredes. — Pareceu fácil, mas o Yoongi não simplesmente deixa uma tranca de digital pra trás como quem se esqueceu de alguma coisa antes de partir.

— O que quer dizer? — Olhou pros lados também; estava começando a ficar curioso sobre o que Taehyung parecia tão preocupado sobre. — Ele realmente esqueceu aquela tranca lá, não?

— Não. — Estava limpo, começou a andar. — Yoongi gosta de brincar de dar falsas esperanças pra quem está o caçando. — Tirou a máscara do rosto, fazendo sinal pra Jimin também tirar a dele: se os vissem com máscaras de gás num terra da União iriam achar estranho. — Esses dados devem estar com umas cem barreiras anti-hacker, mas nada que eu não consiga quebrar aos poucos.

— Eh... — Jimin cruzou as mãos atrás da nuca. — Você fala como se conhecesse esse cara de perto, né...

— Um pouco.— Disse. — Eu o conheci... um pouco.

— Sério?! — Perguntou, meio surpreso. — Qual relação você tem com ele?

— Nenhuma.

— Como nenhuma, se você conheceu ele? — Apressou o passo para alcançar o outro. — O que vocês tiveram?

— Jimin, fala baixo.

— Né, Taehyung!

— Eu ouvi "Taehyung"? — Uma voz completamente desconhecida soou alto de uma das tendas ao longo do vasto corredor do bazar da União.

— Tsc! — Taehyung estalou a língua no céu da boca, apertando os cabelos da franja com a mão robótica. — Eu disse pra você falar baixo! — Ralhou, com os dentes cerrados.

— Eu pensei mesmo que um ciborgue pelas metades não podia ser outra pessoa.

— Ah? — Jimin parou aonde Taehyung tinha paralisado, dando uma boa sacada no cara que estava vindo na direção deles. — E você é quem diabos?

— E aí, Taehy! — Mas o ignorou completamente: alto, pele clara, olhos e cabelos negros: bem bonito sim, mas nem um pouco o tipo do tenente. — Tempo que a gente não se fala, né? — Na verdade, nem um pouco.

— Não tenho o que falar com você. — Taehyung foi curto e seco, dando um passo decidido pra frente enquanto fazia questão de não olhar para um cara bonito de quase dois metros nem pelo canto dos olhos.

— Ei. — Mas foi inevitável não olhar quando foi indelicadamente puxado pelo pulso: as pessoas costumavam achar que podiam tratar seu braço esquerdo de qualquer forma só porque era de metal. — Da última vez você me deixou sem dizer nada; acha que vou deixar acontecer de novo?

— Ei! Solta el-

— Não te devo satisfação nenhuma. — Taehyung puxou o braço de volta bruscamente, ao mesmo tempo que estendia o braço direito à frente de Jimin. — Não se mete nisso. — Então disse a ele, virando um pouco o rosto na sua direção. — Volta pra nave e me espera lá. — Abriu a mão: estava dando o coletor de dados a ele. — Não vou demorar muito.

— Eu não vou te deixar aqui! — Contestou, pegando sua mão e fechando os dedos nela, ao invés de pegar o coletor. — E quem é esse cara?!

— Uhm... tá de brinquedo novo, Taehyung? — Ele contraiu uma das sobrancelhas por trás da franja perfeitamente cortada. — Deixa ele aqui. — Subiu as mangas da camisa, fechando os punhos. — Eu sei que você adora assistir seus brinquedos brigarem.

Blueberry - VminOnde histórias criam vida. Descubra agora