Acordara em conflito comigo mesma.após a noite passada que papai discutira com nick,não havia me recuperado totalmente. Eu-o amo tanto que mal posso acreditar que não-o veria tão cedo.ele devera estar tão magoado...tão desolado em relação a mim...oh deus,porque não contei antes aos meus pais?porque não acabei com isso quando pudia?agora estou pagando um preço alto.
Descera para tomar café,enquanto papai folheava seu jornal diario,e se embebedando com varias dozes de wiski importado. Passei longe.contornei o sofá,e nem se quer me dei o trabalho de cumprimenta-lo.por causa dele,minha felicidade não pode se concretizar.merda.merda.mil vezes merda!.quanta insatisfação.ao chegar a cozinha,encontrara mamãe bebendo meia taça de vinho do porto,assentada em uma cadeira,com os cotovelos voltados para a mesa de granito fino.
-mais que diabos deu para todos se embebedarem nesta casa?-perguntei.mamãe se espantou,e breve afastara a taça,vermelha como um sangue recém extraido de um vampiro.
-oque querida?oque quer dizer com isto?-ela retrucou. Sorri,e puxei uma cadeira fofa para me sentar.
-você toma vinho,papai toma red lebel?!oque esta acontecendo?ficaram loucos de vez por causa do vexame de ontem? Mamãe levantara sem jeito,rindo tanto que mal pudera se contentar.
-ah querida,ah tanto oque aprender...namorando com esse tal de nickolas dias,você jamais teria futuro.e o seu futuro é casando-se com alguém de vossa classe...
-que classe?as desumildes?a classe que pensa que esta acima do bem e do mal?é isto mamãe?pois não,eu não aceito!eu-o amo e fique sabendo que J.A.M.A.I.S abrirei mão de nick.J.A.M.A.I.S.-gritei impasciente. Pedira licença e subira os degraus correndo novamente.chorando feito uma criança,que perdera seu ursinho de estimação,entrei no quarto e me lancei sobre a cama,sentindo a brisa da janela invadir meus timpanos,congelando-me o coração...
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Tanto o-quis que agora o perdi.enrrolada em uma coxa chinesa,chorara tão silenciosamente que nem a pessoa mais sábia pudera escutar,nem o vento pudera sentir,e nem o mar pudera se agitar. As lágrimas puras e salgadas que escorregara no tecido de minha pele branca aveludada,escorregaram como um rio,literalmente.
Meu deus,agora pudera ver o quanto-o amo.o quanto daria minha vida pela dele,e vice versa. A vontade,mais que vontade que eu tinha era de ir vê-lo.neste momento,e se não-o encontrasse,me embebedar até perder as forças,e enfim cair. Não queria lutar com esta saudade,que era mais dolorida do que minha vida,não quero mais sofrer,não quero!
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Três semanas depois...
Acordei muito cedo.era três da madrugada,e pretendia ve-lo.faz mais de 15 dias que não o-vejo,que não me manda noticias,que não me liga.não é possivel que esteja com raiva. conheço perfeitamente,e sei que não guarda rancores...será que isto mudou?
--------------------------------------------------------- enrrolei um monte de lençol na sacada,e o joguei pela janela.tentei arriscar a fuga que assistia nos filmes,com a ajuda de ebhy,minha melhor amiga.ela segurara em baixo,em quanto eu desceria.não haveria erro algum.e pra voltar?ora,eu volto com a mesma cara de sinica que sai. Terminei de ajustar meu suéter no corpo,fechei os botoes da calça,e me olhei no espelho.caminhei até a varanda,e abri a janela.fiz sinal que segurasse firme nos lençóis,virei de costas,e comecei a descer.lentamente,com os pés se apoiando na parede sofisticada,pintada de creme,consegui finalmente por meus pés na rua,agora sim eu estara livre. A-abracei tão forte,que pudera ouvir seus ossinhos sendo esmagados.
-calma,calma.eu sei que está feliz,mas não precisa me desmontar inteira pra mim saber.-murmurou ebhy,rindo. Sorri,sentindo tanta alegria em meu coração,tanta felicidade,tanta esperança,expectativa,que não pudera me aguentar.
-desculpe amiga...me empolguei...-a observei corada-minha vida com ele é tão colorida...estou com tanta expectativa que não cabe em meu coração.(ja mencionei isso,mais estou me sentindo hiperfeliz). Comecei a rodopiar e pular na calçada com as mãos atadas.
-precisamos tirar essa escada de lençol daqui!eh,eu sei que esta hiper feliz porque estou vendo você rodopiar feito louca.-ri descontente.-mais...não se empolgue muito...amiga tenho muito receio de você ficar magoada.não sei,mais não estou com bons pressentimentos em relação a ele...
-que nada boba-disse,gesticulando-vamos voltar juntos,para enfrentar meus pais você vai ver... ebhy negou com a cabeça,enquanto manipulava o lençol nas mãos.
-mais,pra qualquer coisa minha tchuca,estarei aqui. Sorri,sentindo um peso ser liberto de meus ombros,e puxei por completo o lençol da janela,pronto agora ninguém vai saber. Ebhy enrrolara os lençois,cantarolando ópera.
-quer que eu vá com você?lá esta a ser perigoso,você sabe...-ela se prontou. Neguei com a cabeça,quando no fim,realmente,desejaria uma companhia.
-isto é coisa para mim,querida ebhy.só para mim... ebhy deu de ombros,me deu um abraço e sorriu.
-boa sorte. Cruzamos os dedos,e depois a-vi desaparecer no nevoeiro,com o lençol em mãos,com aquele passo firme e meigo...
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Caminhei em direção ao subúrbio.a madrugada estara a ser friolenta,mais não exageradamente como estava.nunca pensara em ver um cenário tão bizarro de madrugada,como a cidade em que nick morara.
-deus meu,me ajude a prosseguir.-fiz uma breve oração,com os olhinhos fechados,acabara de entrar em um beco sinistro. Não havera ninguém.mais que sorte.porém,precisara ser mais astuta e rápida,o meu tempo estava se esgotando. Atravessei a avenida,assim que cruzei o termino do beco dando aleluia.meu deus,mais que apuros... fui em direção a casa de nickolas,e bati contra o portão.
-nick?nickolas?nickolas dias?-chamei até não aguentar mais. O vento entrara pela minha boca e congelara
Minha garganta seca...mais que aventura se meteu em querida cecilia... mais eu não pudera me render ali. Tive muito trabalho para fugir,só para ve-lo...não,me recuso a ir embora sem explicaçoes. Chamei novamente,quando uma luz lá do fundo da casa se estendeu até o velho portão cinza.
-oh deus,obrigado.obrigado.-sussurrei olhando para o céu. Como estava lindo...estrelas brilhantes,lua cheia,uma visão tão perfeita...
-oi?quem é você?-uma voz experiente e rouca tirou-me de meu devaneio. Olhei para a pessoa que se deparara defronte a mim,e me assustei ao reparar que era uma senhora de idade.
-olá.eu sou...-dei uma pausa para falar.provavelmente devera ser a mãe dele,e já deve saber de tudo que acontecera.-sou..cecilia... ela me olhou,sem jeito,e abriu o portão.
-cecilia,a quem procura? Sorri,e com a boca seca murmurei:
-nickolas dias. Ela riu,e se aproximou.
-de quem?
-de nickolas dias.-repeti. Ela ajeitou o cabelo,e sorriu.
-ele sumiu faz duas semanas e alguns dias...ninguém sabe para onde o bendito nick fora... lágrimas rispidas derramavam de meus olhos.oh céus,porquê?pra onde?será que ele esta bem? Me assentei em um banco de cimento ao lado,e levei minhas mãos ao rosto.porque?era tudo que eu conseguia dissimilar.
-desculpe...mais,você é oque dele?-perguntou a idosa,acariciando meus cabelos ligeiramente.
-sou namo...-excitei por um segundo.duvidas?talvez.-ex,atual eu sei la...bom sou namorada,porque não terminamos formalmente...-enfim terminei.
-sou vizinha ah anos dele,e nunca me falou que tinha uma namorada...
-é porque eu pedi que não contasse a ninguém...-corei por uns minutos-mais quem é a senhora? Ela sorriu contente,e me fitou.
-sou lúcia.lúcia couto.prazer.-ela estendeu sua mão,e nos cumprimentamos-sou vizinha do pequeno nick... depois que sumiu,vivo aqui para zelar de suas coisas.sabe,sempre cuidei dele...como mãe.
-e onde estão?a mãe,o pai,os irmãos onde?ele nunca me revelou nada sobre sua familia...-uma ponta de esperança cresceu em mim.ele pudera estar com os pais,e não me deixado...
-cecilia,ele não tem irmãos... e os pais se divorciaram faz um tempo.ele sempre viveu sozinho e aos meus cuidados.a mãe lhe deu esta casa,e de vez em quando vem ve-lo.o pai,nem liga. Permaneci boquiaberta.oque?não consigo digerir tanta informação...porque ele não me esclareceu a sua situação?meu deus,estamos bem pior doque imaginei.
-e onde eu posso encontrar os pais dele?talvez ele possa estar...
-não!-a idosa me interrompeu-ele não esta lá.fomos direto procurar nos pais a sua existência. Mais a unica coisa que soubemos é que ele possivelmente deveria ter sumido,ou viajado,como supõe a mãe do rapaz. As lagrimas desciam mais rapido.me deixou,me deixou sem ao menos dizer adeus.me deixou,me deixou... essas palavras não paravam de ecoar em minha mente.a raiva e o ódio,me possuira de tal maneira que sai de lá correndo,sem ao menos agradecer a velha que acabara de estragar minha vida...
"E para os que sabem amar,oquê nos resta é a sabedoria".