like it's him birthday (parte 2)

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Frank Iero - capítulo 30

[...]

Tudo estava perfeitamente posicionado e nenhum imprevisto me atrapalhou. Faltava apenas o despertar do aniversariante, para que o dia começasse de verdade.

Com os cartões em seus devidos lugares, eu me sentei na cama e me aproximei do corpo desacordado de Gerard e passei meus dedos pelos fios compridos que cobriam sua face, os tirando dali e colocando trás de sua orelha, revelando a mim, o seu belo rosto.

Me aproximei ainda mais do sua face e depositei um selar fraco na pontinha do nariz dele, sussurrando um doce “bom dia”.

Em resposta ele se mexeu um pouco e parecia estar acordando, então, antes que ele pudesse me ver, eu saí às pressas do quarto e, uma vez fora deste, eu desci as escadas, passei pela sala e fui em direção à área externa da casa, onde iria aguardar a presença do Gerard.

O nervosismo ainda corria vivido pelas minhas veias, mas definitivamente não havia mais volta, então contentei em apenas esperar pelo que o destino me apresentaria.

Decidindo por aguardar, tentando aparentar calma e confiança, eu apenas me sentei na toalha de mesa com quadradinhos que intercalavam-se em cores vermelho e branco, e observei o que havia conseguido preparar.

Parecia um tradicional piquenique americano no parque (mas nesse caso, era na grama verde e saudável, que ficava na divisa entre o jardim e o piso que forrava o chão ao redor da piscina), dispondo algumas comidas doces e salgadas, especialmente planejadase, e um suco de uva (que eu passei horas discutindo comigo mesmo se seria melhor escolher um vinho ou o suco, optando por fim, pela bebida sem teor alcoólico), além de alguns pratos, dois copos de vidro e um montinho com papel toalha. Haviam algumas pétalas de flores e flores pequenas enfeitando tudo, trazendo vida e beleza à refeição e harmonizando com o ambiente jardineiro que me adornava.

Até mesmo a incubadora que comporta os ovinhos estava presente.

Eu esperava, por tudo o que é mais sagrado, que o Gerard não achasse aquilo feliz demais e ficasse puto comigo.

Poxa, era o aniversário dele… eu não queria que ele passasse esse dia enfurnado no quarto, alimentando seus demônios. Já faziam 10 dias… mas parecia que não havia se passado um, sequer.

Eu sei que é errado comparar, mas o Mikey já estava conseguindo assistir algumas aulas e parecia querer melhorar aos poucos, mas com o Gerard era totalmente diferente.

Ele precisava sair daquele cômodo, pegar um sol e parar de se torturar tanto. Isso não é saudável para ele e eu não posso mais compactuar com essa situação.

Eu estou cuidando dele.

Eu não estou alimentando o trauma de perder alguém numa data tão próxima do próprio aniversário.

Eu estou fazendo o que a Elena iria querer de mim.

Eu estou cuidando dele.

Esse virou o meu mantra pelos longos minutos que se passaram, enquanto eu aguardava por algum sinal de vida do aniversariante.

Vários minutos, diga-se de passagem. Cada um deles eram tão lentos que pareciam propositalmente alongar-se para me torturar.

Mas, quando eu já estava quase decidindo entrar na casa e ir ao andar de cima, eu o vi. Ele estava um tanto longe, mas caminhava na minha direção.

Imediatamente me levantei e, timidamente, acenei com a mão um tchauzinho, que foi retribuído com mais timidez ainda. Seus passos eram lentos, mas quanto mais perto ele chegava, mais detalhes eu conseguia captar.

Quarantine Limits  ✱  ғʀᴇʀᴀʀᴅOnde histórias criam vida. Descubra agora