the love in me is your

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antes de começar esse capítulo, eu queria agradecer a @jkmiranha, uma grande amiga minha e novíssima coautora, por me ajudar a montar o enredo que vocês estão prestes a ler. eu dedico esse capítulo a você, meu amor ♡


˙ 𖥎 ˙

Gerard Way - capítulo 4


Como eu pude abrir mão disso? Dessa visão... Desse calor... Desse cheiro...

Como eu pude abrir mão... dele...?

Ter esse corpo mais belo e colorido do que qualquer uma de minhas obras, que ouso chamar, de arte, ao meu lado dessa maneira tão vulnerável chega a ser surreal. A beleza desse homem é surreal.

É provável que seu subconsciente não aguentou ficar muito tempo de costas para mim, como ele tinha se posicionado ao deitar para dormir, pois agora ele estava de frente para mim. Nossas fases estavam em paralelo e era essa visão que me impedia de levantar desde que acordei (eu devo estar nessa posição à quase uma hora, talvez mais... eu perco a noção do tempo ao lado dele, mesmo que seja só o observando) e se pudesse passaria o dia inteiro assim. Ainda bem que é domingo.

Com isso, eu posso sentir sua calma respiração contra minha face. Posso ver seus fios acastanhados e bagunçados, suas pálpebras cobrindo seus lindos olhos e sua boca, levemente rosada, entreaberta. Posso sentir seu cheiro tão característico de shampoo e uma loção quase natural, misturado ao não tão agradável hálito da manhã, felizmente nada poderia tornar essa situação algo desagradável. Nada.

Eu tinha Frank ao alcance de minhas mãos. Sem esforço algum eu conseguiria tocar a sua pele macia e, meu Deus, como eu queria isso... como eu sinto saudades da textura de sua cútis, em especial de seus lábios, os mesmos que pareciam ter sido moldados aos meus. 

Mas é claro que eu não encostaria em um fio de cabelo seu, se não fosse autorizado (e eu nem digo isso pela promessa que fiz a ele ontem, digo pois, apesar de não parecer tanto, Frank é uma das pessoas que eu mais respeito). Eu sei que é difícil acreditar nisso, quando ontem eu roubei um beijo de seus lábios, mas eu só fiz isso porque sabia que ele sentia saudade daquele toque tanto quanto eu (ele nem negou quando eu insinuei que ele queria me beijar, óbvio que eu vou tomar isso como um sim) e, sinceramente, agora eu vejo que eu não deveria ter feito aquilo pois agora é muito mais difícil resistir à essa boca, à esse metal gélido tão carente de meu carinho. Oh, como eu senti falta de tocá-lo com meus lábios...

Admito que eu sinto muitos desejos, ao ter Frank nessa posição, mas por incrível que pareça, o maior deles, era de poder despir esse corpo por completo. Não para tê-lo numa conotação sexual ou qualquer coisa parecida, eu só... só queria poder admirar o corpo à minha frente sem nada o cobrindo, podendo ver e explorar cada uma de suas tatuagens, como tantas vezes pude. Eu sentia uma saudade imensa desse ser, não apenas das tatuagens, mas de cada uma de suas células, cada átomo que molda essa estrutura angelical, quase divina.

Divina...?

Não... Frank jamais seria um deus. Pelo menos não o Deus cristão, tão conhecido por todo o globo. Eu digo isso porque Anthony não faria jus à imagem acolhedora e benevolente que conhecemos... ele não é capaz de perdoar um mero mortal apenas por estar arrependido.

Não me entenda mal, eu não estou o julgando. Eu mesmo nem sei se me perdoaria. Só estou apontando fatos: eu estou extremamente arrependido e ele não me perdoou. Talvez até me odeie... eu não sei. Ele odiaria um "colega"?

Quarantine Limits  ✱  ғʀᴇʀᴀʀᴅOnde histórias criam vida. Descubra agora