still loving you 2

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Frank Iero - capítulo 32

Eu acordei sem saber que dia era hoje. Minha noite fora tão boa e relaxante quanto conseguia me lembrar de ter tido, pois pela primeira vez em incansáveis dias, eu dormi com a consciência limpa e me permiti descansar o que eu realmente merecia.

Era como se, ao assumir que perdoei Gerard de coração, um fantasma invisível fosse obrigado a me deixar em paz. Eu me sentia mais leve; era realmente libertador poder conviver com alguém que não provoca um constante conflito em seu interior sobre odiar ou não essa pessoa.

Pensando um pouco, eu acho que nunca o odiei de verdade; eu não aceitaria morar com ele se fosse realmente o caso. Talvez eu só quisesse acreditar nisso para tornar a nossa distância mais fácil. De toda forma, eu me sentia finalmente liberto de várias amarras que me impediam de viver o que meu coração pedia.

Eu estou livre para recomeçar. O rancor não pode mais me impedir de fazer nada.

E talvez eu pudesse admitir para mim mesmo que era incrível recuperar a certeza de que o Gerard me amou e que o que vivemos fora real. Saber disso pela boca dele tornava o que eu li mais real, verdadeiro e a sensação era maravilhosa.

No entanto, essa excitação permaneceria guardada em mim por um tempinho ainda, não quero que ele saiba disso.

Antes de ontem, sexta-feira, quando tivemos aquela conversa, eu passei a tarde toda em repouso, sob os cuidados de Gerard e não tocamos mais no assunto. Cada um ficou com suas próprias reflexões pessoais, sem a necessidade de as compartilhar.

Ontem, sábado, eu já estava um tanto melhor, mas ainda existiam resquícios do resfriado passado, mas nada muito alarmante. Optamos por passar o dia todo no sofá da sala, juntos embaixo de cobertas - mesmo que não estivesse frio o suficiente para isso, o que me fez supor que o Gee derreteu sob aquelas cobertas, apenas para me acompanhar - e assistimos qualquer coisa que o catálogo que a Netflix recomendou.

Eu percebi que ele não estava realmente prestando atenção no que a televisão reproduzia, mas não quis questionar nada. Ainda assim, seus olhos opacos e sem vida não passaram despercebidos por mim.

É óbvio que não seria de uma hora para a outra que toda a sua alegria e luz iriam retornar, mas era mais do que satisfatório saber que Gerard estava começando a se dispor a retomar uma rotina saudável, ao invés de definhar na cama. Eu sentia orgulho dele por isso.

Eu espero que essa semana ele retome a sua rotina de trabalho, não porque quero ver ele na frente de um computador durante horas, mas porque ele precisa voltar a ocupar sua mente com responsabilidades e coisas que o tirem desse luto. É claro, eu vou entender perfeitamente se ele achar que ainda está muito cedo, porém não deixarei de sugerir isso mais tarde.

Minhas perspectivas para o futuro, apesar de um tanto incertas, são positivas. Eu realmente acredito que fará bem para o Gerard visitar a lápide de Elena; espero que ele encare essa situação como uma forma de se despedir e poder seguir em frente.

Enquanto isso não acontecesse, eu não poderia ser egoísta e insensível ao ponto de tentar algo além da amizade com Gerard. Ele ainda está em luto, afinal.

O certo a se fazer é esperar ele se recuperar até estar pronto para se envolver com outra pessoa. É isso que eu tenho que colocar em mente.

Afinal, eu não quero me relacionar com Gerard novamente. Realmente não quero; o que aconteceu na despensa enquanto estávamos bêbados, aconteceu porque estávamos bêbados. Eu absolutamente não sinto atração alguma pelo Gerard.

Ok, talvez eu até sinta, mas isso não vem ao caso. Não é o momento para isso vir átona, é isso que eu tenho que colocar em mente.

Não vou pensar nisso agora.

Quarantine Limits  ✱  ғʀᴇʀᴀʀᴅOnde histórias criam vida. Descubra agora