welcome to my new life

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Frank Iero - capítulo 1


— Por que preparar uma mala é tão complicado?! - praticamente bufei cada uma dessas palavras para mim mesmo enquanto tentava finalizar, o que eu esperava ser, a última mala da minha mudança.

Sei que para um guia turístico que vive viajando, fazer malas deveria ser algo normal para mim, mas eu estava um pouco estressado e cansado essa manhã, pois além de ser amanhã o dia em que meu pesadelo começará, eu passei os últimos dois dias arrumando todas as minhas coisas sozinho, uma vez que mais ninguém poderia me ajudar devido a pandemia.

Bom, talvez Gerard pudesse, mas eu neguei sua ajuda, pois desejo adiar esse encontro o máximo possível. Apesar de um dia a mais ou um dia a menos não fazer tanta diferença, já que nem em um século eu conseguiria me preparar para tudo o que pode vir dasse Way...

Não que eu tenha medo dele, mas é que faziam apenas algumas semanas que Gerard quebrou meu coração (essa pandemia chegou no pior momento possível, mas okay [nada okay]), ainda haviam muitas feridas a serem cicatrizadas e todas as vezes que eu o tinha na minha frente, eu sentia toda a dor que ele me causou vir à tona.

Lembrar disso fez meu se coração acelerar, minha barriga encher se borboletas e minhas mãos suarem. Mas este não era um nervosismo bom, tipo aquele que você sente quando está apaixonado... não mesmo. Gerard não me causava mais isso... o que estava sentindo beirava o medo e o desespero.

Medo do que estava por vir, do que Gerard poderia fazer comigo e desespero ao pensar que não saberei como reagir à qualquer atitude do mesmo.

Por minha cabeça passavam milhares de possíveis situações que me aguardavam naquele reencontro. Minha mente criara cenas que iam desde um beijo desesperado cheio de saudades, até um assassinato cujo o assassino seria Frank Iero e a vítima Gerard Way.

Mas nada disso poderia acontecer. Eu não posso surtar e nem perder o meu autocontrole, eu preciso ser o mais neutro possível e acabar com todo e qualquer amor ou ódio que ainda sinto por Gerard.

Eu sei que vai ser muito difícil (longe dele já era quase impossível, imagina sob o mesmo teto), mas é necessário. Eu entrei nessa palhaçada e agora tenho de continuar nela e ir até onde der.

Eu ainda tenho esse apartamento... qualquer coisa eu volto pra cá!

— Isso, Frank! Você precisa se acalmar... Gerard e seu coração de pedra não podem te fazer mais nada de mal. - novamente deixei que meus pensamentos escapassem de meus lábios e encontrassem meus ouvidos, numa tentativa mal sucedida de fazer com que eu acreditasse neles.

Não... Gerard não tem um coração de pedra. Pelo contrário, o coração do homem por quem me apaixonei era mole, atencioso e gentil e eu sei que foi por causa dele que o Way mais velho quis me acolher em sua casa, porém eu jamais poderia acreditar nisso.

Afinal, sim... ele pode me fazer mal e já provou isso mais de uma vez, mas eu vou fazer de tudo para que isso não se repita. Nem que eu tenha que voltar para esse apartamento e viver como um monge à base de meditação.

Interrompendo todos os meus devaneios, ouço meu celular tocar, não muito longe de onde eu estava, largado ao lado de um espelho pregado na parede.

Número desconhecido... Telemarketing, com certeza.

Ignorei o objeto que tocava uma de minhas músicas favoritas do Papa Roach e dedico minha atenção à placa que refletia meu rosto cansado. Meu desgaste psicológico está se tornando igualmente físico, concluí.

— Você precisa acabar com todo esse drama, Frank! - exclamei o óbvio mais uma vez, porém agora olhando para os meus próprios olhos. Quem sabe assim tenha mais efeito...

Um suspiro involuntário saiu de meus lábios. Permito que minha cabeça penda para baixo e encaro meus pés, mas não por muito tempo, pois apenas decido fechar meus olhos e apoiar minha mão no espelho, como se o objeto pudesse a segurar e me amparar.

— Sim, eu preciso. E eu vou. - digo com confiança, voltando a encarar meu reflexo.

Fico mais um tempinho nessa mesma posição, prometendo internamente para mim mesmo que o homem que já foi o grande amor da minha vida, jamais tomaria este posto novamente. Eu não deixaria. Eu não podia deixar. Não novamente.

Até que finalmente dou mais uma olhada (relativamente minuciosa) por todo o apartamento, principalmente meu quarto, e concluo que realmente havia terminado de arrumar meus pertences em minhas malas. Permito que um suspiro aliviado saia de minha boca e deito em meu sofá, ligo a televisão, começo a assistir qualquer merda para passar o tempo e esperei pelo fim do dia.

O melhor agora seria esquecer de tudo o que estava por vir e aproveitar o restinho do tempo que ainda tenho com esta propriedade. Afinal, sendo isso bom ou ruim, amanhã irei começar uma nova vida ao lado de Gerard.

Credo, Frank! Falando assim parece até que eu realmente vou me casar com ele.


· 𖤜 ·

► Parece mesmo, francisco... pode ser o seu subconsciente, já parou pra pensar?

▷ eae, meus amores e amoras! o que acharam do capítulo??

eu sei que foi bem parado e quase nada aconteceu, mas eu precisava mostrar o quão confusa está a cabeça do frank nesse momento... ainda é muito difícil pra ele aceitar a sua nova vida (e olha que ainda nem começou de verdadekk). enfim, espero ter conseguido passar essa mensagem e por isso o feedback de vocês é muito importante pra mim 👉👈


ouçam welcome to my life do simple plan

Quarantine Limits  ✱  ғʀᴇʀᴀʀᴅOnde histórias criam vida. Descubra agora