sugar, we're goin to hospital

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AVISO!

O conteúdo deste capítulo não representa e nem se compromete em apresentar a realidade sobre casos de enfermos da COVID-19. É meramente ficcional, com o intuito de proporcionar lazer aos meus leitores.

Eu não lhe asseguro que meus personagens tiveram a conduta correta durante o capítulo. Eu tentei ao máximo ser fiel à realidade, mas não posso dizer que na vida real é assim que acontece.

Caso você esteja com suspeita de COVID-19, peço que não recorra a esta história para buscar respostas, mas sim consulte um profissional da saúde.

Desde já peço desculpas se passei alguma informação grotescamente errônea durante o decorrer da história.

Frank Iero - capítulo 13


[som do rádio do carro]

Home, home,
(Lar, lar)
This house is not a home,
(Essa casa não é um lar,)
Home
(Lar)
This house is not a home
(Essa casa não é um lar)


Qual a diferença de uma casa para um lar?

Aparentemente para o Adam Gontier, vocalista do Three Days Grace, existe uma grande diferença. Afinal ele canta essa música com tanto fervor, que faz esse carro vibrar junto com ele. 

Enquanto para mim… bom, eu não sei.

Por muito tempo eu achei que lar era apenas o local que eu fazia a minha morada e, sendo assim, voltar a morar no meu apartamento faria ele se tornar o meu lar novamente, mas não foi isso o que aconteceu. Eu me sinto estranho naquele lugar, como se eu não fizesse mais parte dele. Eu não sinto que ele é meu, entende?

Fazia apenas uma semana que eu tinha voltado para aquele apartamento, mas para uma pessoa que estava desesperada para voltar para o seu "lar", eu esperava no mínimo me sentir à vontade lá.

Meu apartamento está exatamente como eu me lembrava: bagunçado, pequeno e… sem o Gerard.

Sem os seus cartões e flores matinais, sem o seu bom humor, sem as suas receitas maravilhosas, sem o peso do seu corpo na cama durante a noite, sem seu sorriso, sem sua voz e sem… ele.

Eu sei que eu saí da casa do Way justamente por causa da presença dele, mas, exatamente como na última vez, foi uma mudança muito brusca. Eu não estava preparado para viver sem ele naquela vez, assim como não estou agora. Aliás, agora é ainda pior, porque eu não posso ter contato com ninguém.

É claro que eu ainda tenho o apoio de amigos como o Bert, mas não é a mesma coisa. Bert não pode me abraçar e nem secar as minhas lágrimas, como fez antes. Eu também confesso que desabafar por mensagem não é muito a minha praia, então eu estou tendo que lidar com toda essa situação sozinho.

O foda é que eu nem sei direito como eu me sinto sobre tudo isso. Eu estou muito confuso.

Eu não sei mais onde é o meu lar, pois o mais próximo que eu tive disso, eu abandonei. Eu sinto falta do Gerard e da nossa convivência, mas eu não quero ficar com ele. Eu já não sei mais se todo esse rancor que eu sentia ainda existe.

Tudo o que eu tenho pensado durante essa semana inteira é na música que o Gerard cantou para mim. Em como tudo o que ele cantou parecia sincero e não era apenas uma simples recitação de versos soltos. A letra da música inteirinha parecia estar falando comigo e isso é torturante.

Tão torturante quanto lembrar do Gerard saindo daquele bar acompanhado da família, logo após ter me pedido em namoro; lembrar a sensação de impotência e medo que me tomou naquele momento e de como eu sofri por ser ignorado durante um mês inteiro, pois não sabia como ele estava e ele não fez questão nenhuma de conversar comigo.

Quarantine Limits  ✱  ғʀᴇʀᴀʀᴅOnde histórias criam vida. Descubra agora