Frank Iero - capítulo 29
ㅤEu não me lembrava da última vez em que tive uma conversa de verdade com a minha mãe. Nem ela, nem o restante da minha família moram em Miami, mas sim na minha terra natal, New Jersey (coincidentemente a mesma de Gerard).
Eu decidi que não queria viver em NJ quando me formei na escola, mas ainda assim estava perdido sobre o que faria exatamente com a minha vida. Eu queria ser músico, mas sempre amei viagens.
Por isso, com o apoio (e dinheiro) dos meus pais, eu fiz um intercâmbio de troca de famílias na Espanha. Morei três meses na casa de um casal britânico que vivia em Madrid e tinham uma filha chamada Audrey - se não me engano. Foi ela quem ficou na casa dos meus pais, enquanto eu fiquei na dos pais dela.
Apesar da língua materna deles ser o inglês, eles falavam espanhol o tempo inteiro comigo. Com a colaboração deles, eu consegui praticar a língua castelhano.
Contudo, essa nem foi essa a maior contribuição deles para a minha formação, considerando que foi aquele casal que despertou em mim o interesse pelo turismo, uma vez que na juventude foram mochileiros e, até então, ainda viajavam bastante. Eles me passaram diversos conhecimentos que carrego até hoje na minha bagagem profissional, principalmente referentes ao que um turista espera do seu guia.
Além de tudo, aqueles dois foram uma verdadeira inspiração para mim, já que vieram de uma família humilde, mas com determinação, planejamento trabalho e esforço, conseguiram bancar diversas viagens ao longo de suas vidas.
Quando voltei para os Estados Unidos, eu decidi fazer alguns cursos para ser um guia turístico. Eu sabia me comunicar muito bem e tinha uma memória muito boa, então achei que poderia ser a profissão ideal para mim.
Eu ainda tinha o sonho de ser músico, mas ele se tornou algo distante e irreal, quando comparado ao que eu havia encontrado na área do turismo. Então esse sonho foi ignorado, ficando decidido que eu me dedicaria a outra profissão.
No último, e mais longo, curso que eu fiz em NJ, eu conheci Bert e Adam. Eles tinham um plano de se mudar para Miami, pois era uma cidade que havia mais oportunidades no ramo que estávamos estudando.
Por fim, me juntei aos dois e, um apoiando ao outro, nos mudamos para a Flórida.
Lá eu me especializei novamente e consegui um emprego na mesma agência que me proporcionou meu encontro com Gerard. Algumas semanas depois de eu conseguir o cargo, Bert e Adam também conseguiram suas vagas nesta agência.
E, desde então, não tenho parado muito mais do que um mês na casa dos meus pais. Consequentemente, nos falamos pouco.
Atualmente nós trocamos algumas mensagens de vez em quando, mas nada que realmente os deixem inteirados sobre detalhes da minha vida. É claro, eles ficam sabendo essencial, como o fato de que eu moro de favor com o Gerard, que eu peguei o coronavírus e informações superficiais sobre a minha saúde mental.
Inclusive, nos primeiros três dias depois de eu ter testado positivo, a minha mãe me mandava mensagens no mínimo três vezes por dia para saber como eu estava, mesmo eu repetindo que era assintomático e estava tudo bem. Não a julgo, eu provavelmente faria o mesmo no lugar dela.
Mas o ponto é que nem Linda, minha mãe, nem Frank, meu pai, sabem exatamente o que se passa na minha vida, afinal ela está uma bagunça desde aquele fatídico episódio com Gerard.
Devo, até mesmo, comentar que foi complicado convencer eles de que morar com o Way foi a decisão correta. Meus pais queriam que eu voltasse a morar com eles, mas isso é impensável para mim, porque a última coisa que eu quero agora é viver sob a tutela dos meus pais novamente, isso é humilhante. Não que depender do meu ex não seja, mas… Ah, eu não vou pensar sobre isso agora!
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Quarantine Limits ✱ ғʀᴇʀᴀʀᴅ
RomanceApesar de ter sua independência financeira, Frank Iero, um humilde guia turístico, nunca fora alguém com um grande patrimônio e depois de uma desilusão amorosa, tudo em sua vida se tornou infeliz, amargo e sem sentido. Consequentemente, sua fonte de...