what if you're wrong

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Gerard Way - capítulo 31

Eros
Este é o tipo que é mais parecido com a nossa construção moderna de amor romântico. Ele é caracterizado pelo romance, paixão e desejo. Este amor é considerado o mais perigoso, porém, é o que mais perseguimos com o coração. 

Philia
"Amizade" no grego moderno, diz respeito a um amor virtuoso e desapaixonado. É um amor entre irmãos ou amigos próximos. Este está relacionado à amizade e ao companheirismo, em que não há a presença de Eros.

Ludus
É o amor lúdico ou descompromissado. Este tipo de amor pode envolver atividades, por exemplo, dança, flertes. É voltado ao divertimento, os relacionamentos são casuais, sem compromisso. Em contraste com o que caracteriza o amor pragmático, o objetivo de Ludus é o prazer. É fato que ele não pode durar por si próprio e com o tempo pode crescer para Eros ou Philia ou ainda, desaparecer.

Meu amor com o Frank começou como Ludus: sem compromisso, sendo o único objetivo a busca pelo próprio prazer.

Eu tentava não racionalizar a nossa relação ou pensar em como era um tanto inusitada.

Depois de algumas semanas, eu parei de pensar que estava tendo um caso com homem e, quando me dei conta, já estávamos tendo relações regularmente às escondidas. No final das contas, era apenas mais um caso e não haviam grandes distinções entre estar com Frank e estar com uma mulher. Eu gostava de ambas as situações, podendo até mesmo arriscar dizer que gostava mais de estar com o Frank.

Foi um processo quase natural e eu apenas aceitei que gostava de me envolver com o Frank e, consequentemente, aceitando que gostava de me envolver com alguém do mesmo gênero. O problema real estava em deixar que outras pessoas soubessem disso.

Em algum ponto da nossa história, tão naturalmente quanto a minha aceitação, a nossa relação deixou de se tratar sobre sexo e novas descobertas, passando a incorporar sentimentos mais intensos. Pode-se dizer que o meu amor por Frank se tornou o de Eros e eu, pela primeira vez em mais de 26 anos, experimentei, de verdade, o amor romântico.

Talvez no fundo, eu só propus aquela ideia esquisita, porque eu queria o Frank. Meu interesse era por aquele garoto inteligente e atencioso, cheio de energia e carisma, que tomou a minha atenção para si e apenas para si.

Poderia ser uma mulher a fazer isso comigo, mas não, foi ele.

A verdade é que, apesar da minha primeira experiência real com um homem ter sido apenas com o Frank, essa atração por pessoas do mesmo gênero já existia em mim, eu só não permitia que ela se manifestasse e, quando Iero me beijou naquela praia, foi a deixa perfeita para que essa parte de mim emergisse de uma vez só, me obrigando a experimentar o que nunca havia sido explorado.

Era algo que eu não conhecia em mim e que foi despertado quando Frank entrou na minha vida. Eu sentia que precisava experimentar experiência.

E foi uma experiência maravilhosa.

Tanto é que me peguei imerso no amor de Eros e almejei firmar uma relação sólida com Iero, um namoro - coisa que eu rejeitei por muitos anos. O plano inicial era contar à minha família depois que estivéssemos juntos, mas... não foi o que aconteceu.

Tudo deu errado e eu fiz Frank acreditar que nunca existiu um sentimento real entre nós dois, por minha parte.

Mas eu não vou pensar sobre isso agora. O ponto aqui é... eu o amei e ainda amo, só não sei mais como classificar esse sentimento.

Quarantine Limits  ✱  ғʀᴇʀᴀʀᴅOnde histórias criam vida. Descubra agora