Capítulo 2

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Louis está há uns quinze segundos me olhando, praticamente paralisado, isso conseguiu me deixar com vergonha. Sim ou não, porra?

— Bom... — ele começa a dizer — Eu até queria, mas não quero ser só mais um que você fodeu, Harry. — ele sorri amarelo.

— Mas eu não falei em te foder. — solto um riso e lhe entrego a garrafa de vodka, que já estava no fim.

Acho que a brincadeira acabou, o melhor de Verdade ou Desafio são as bebidas alcoólicas.

Ele pega a garrafa de minha mão e toma um gole da vodka. É, pelo jeito não vou receber um boquete.

— Verdade ou desafio? — Louis pergunta após alguns segundos de silêncio, com certeza ele está tão constrangido como estou agora. Acho que me arrependi de o desafiar a me fazer um boquete.

— Verdade.

— Por que quer que eu te faça um boquete? — ele pergunta e eu reviro os olhos.

Por que, Louis? Por que eu quero um boquete? Talvez pra ver se meu pau fica duro? Pra ver se sei gozar mesmo?

— Quero fazer um tweet dizendo que recebi um boquete do maior nerd fã de anime da escola.

Louis me olha por alguns segundos, mas solta um riso. Idiota.

— Por que ficou tão irritado? Só porque você não é acostumado a ser recusado?

— Estou excitado, apenas isso. Estou um pouco bêbado também, então eu fico irritado com qualquer coisa.

Dificilmente alguém me recusa e Louis me recusar também me deixa irritado. É só um boquete, ele não iria perder a virgindade apenas chupando a merda de um pinto.

— Me desculpe, eu não sei fazer boquete, eu nunca fiz em nenhum garoto.

— Eu também não tinha transado com ninguém antes de perder a virgindade, e aí?

Ele não diz nada, parece estar se sentindo envergonhado com alguma coisa que só Deus sabe. De qualquer forma, não iria querer que ele fizesse isso, acho que ele já está um pouco bêbado de tanto tomar vodka pura.

Me levanto, visto minha jaqueta que eu havia tirado, guardo meus cigarros em minha mochila e a coloco em minhas costas.

— Você vai embora? — ele pergunta.

— Não, tenho um travesseiro e uma coberta na minha bolsa, vou dormir no seu sótão essa noite, posso?

— Por que você me trata como lixo, Harry? Eu queria entender isso, eu nunca te fiz nada e você me trata com grosseria desde sempre, eu não tenho culpa de que eu sou britânico, ok? Para de me tratar assim só porque somos diferentes. — ele coloca a mão no rosto, começando a chorar, me fazendo ficar com um ponto de interrogação na cabeça.

Suspiro o vendo chorar, me sento ao lado dele e coloco uma de minhas mãos em suas costas, fazendo um leve carinho ali.

— Seu sotaque esquisito me incomoda um pouco, mas relaxa, não vou mais tratar mal, só de vez em quando, ok? — rio fraco e ele me olha.

— Eu não te trato mal por você ser americano.

— Eu também não te trato mal por você ser britânico.

— Na escola você trata qualquer um que não seja popular como se fossem lixo, por que você é assim, Harry? Você também já falou mal da casa da Jennie, ela ficou tão triste. — rio novamente e o vejo secar suas lágrimas.

— Eu fui parar no meio de uma favela... ou comunidade, não me importo. É um lugar perigoso, ela me serviu água com a água da torneira e pessoas de classe baixa são folgadas. Não falei mal da casa dela, só da favela onde ela mora.

Preso Em Você (l.s)Onde histórias criam vida. Descubra agora