CATARINA
Quando a porta se fechou eu percebi que as coisas iam de mal a pior com Bernardo. Eu estraguei tudo quando comecei com aquela palhaçada de sexo sem compromisso. Sabia disso.
Mas não ia chorar pelo leite derramado e sim continuar a minha vida, assim como tenho certeza que ele faria.
Na segunda manhã acordei uma hora e meia antes do normal e fui para o parque, coisa que eu não fazia há algumas semanas. Terminei o treino e achei um espaço entre as árvores para descansar e me refrescar. Estava quente e quando eu fazia exercícios físicos me sentia em combustão. A sombra que se formou a minha frente me chamou atenção, fazendo-me abrir os olhos. Frederico o e seu corpo definido me encaravam sorrindo. A camiseta por cima do ombro parecia úmida, assim como a minha. Sorri para ele que sentou-se ao meu lado.
- Bom dia, Catarina! Quanto tempo. - Falou.
- Pois é, andei meio preguiçosa. - Confessei. A verdade é que o sexo rotineiro fazia com que eu me sentisse no direito de evitar os exercícios físicos.
- Eu percebi. - Pensei em comentar que ele provavelmente não faltava nenhum dia, devido ao físico impecável, mas contive minha língua. Apenas assenti, sem saber o que falar. - Não que você precise bater ponto por aqui... - Alguém pareceu ler meus pensamentos. Sorri, sem graça.
- Não gosto muito de ficar parada, mas sinceramente, correr não é uma das minhas atividades preferidas. - Disse.
- Então porque não faz outra coisa? - Perguntou.
- Queria voltar a dançar, mas infelizmente os estúdios que eu achei só tem vagas nas turmas mais avançadas. - contei.
- Bom, eu tenho uma amiga que abriu um há pouco tempo. Posso te levar lá hoje a noite se quiser. - Ofereceu. Pensei um pouco a respeito, já que não queria incomodá-lo.
- Tem certeza? Não vou te atrapalhar? - Questionei.
- Claro que não, além do mais, tinha prometido a ela uma visita. - Eu sabia as reais intenções de Frederico mas talvez elas não fossem tão ruins assim. Com o fim das coisas com Bernardo, talvez aquele nosso trato não fosse mais relevante. Sorri, assentindo. - Posso passar pra te pegar às 18:30.
- Imagina, me passa o endereço, por favor. Provavelmente vou sair do trabalho e ir direto pra lá. - Anotei no celular e me despedi, indo para casa. Chegando lá Mateus me esperava sem Bernardo.
- Cade o Ber?
- Não faço ideia. Não apareceu na academia, não responde minhas mensagens, não atende minhas ligações... - Falou, me deixando preocupada. Abaixei a cabeça, pensando. - Você tem alguma coisa a ver com isso, Catarina?
- Talvez. - Confessei.
- O que aconteceu? Vocês brigaram?
- Não, eu...- Meu irmão não sabia do nosso acordo então achei melhor contar. - Nós ficamos algumas vezes e...
- Eu sei, e? - Disse, rindo mas ficou sério de repente. - Agora me conte sobre o problema.
- Ah, então, eu meio que falei pra gente parar com isso, para não estragar a nossa amizade sabe?- Meu irmão balançou a cabeça negativamente.
- Espero que quando você perceba não seja tarde demais, Catarina. - Disse e saiu em direção ao seu quarto. Admito que fiquei bastante reflexiva depois de ouvir suas palavras. Tomei meu café da manhã e logo depois um banho e então fui para o trabalho.
Liguei para Bernardo no caminho mas não obtive uma resposta. Cheguei em minha sala já ouvindo elogios de Angelo sobre o meu look do dia. Usava uma calça boyfriend, com um Body de renda que era comportado, porem bastante sensual. Prendi o cabelo em um rabo, e fiz uma maquiagem leve, só com iluminador e batom escuro. . Sabia que quando ele olhasse para os meus pés me daria uma bronca e logo que andei foi inevitável que ele percebesse.
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Gravity
RomanceDepois de um trauma, Catarina percebeu que não conseguia mais se entregar a ninguém de verdade. Mas será que era pelo que aconteceu? Ou por seu coração pertencer a alguém? "Eu correria, se não fosse tão bom estar em seus braços" NÃO RECOMENDADO PA...