Capitulo 6

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FREDERICO

Na quarta, como de costume, fui correr no parque antes de trabalhar. Estava na minha terceira volta quando avistei um maravilhoso e inconfundível corpo a minha frente.

Estava de costas para mim mas eu sabia que era Catarina. Usava um daqueles shorts de corrida e um top todo colorido. O rabo de cavalo alto deixava sua nuca a mostra, e o brilho da pele ocasionado pelo suor me deixava com mais vontade de experimenta-la

- Catarina! - chamei-a, agora correndo a seu lado. Ela me olhou surpresa e sorriu.

- Oi - Respondeu, me fitando. Nossos olhos se encontraram e de repente ela havia sumido. Tudo aconteceu muito rápido. Ela me olhava e do nada estava no chão e então eu me abaixei para ajudá-la. Catarina ria, mas pude perceber a cara de choro se formando. 

- Você está bem? - Perguntei, realmente preocupado.

- Estou sim, não vi aquele galho e acabei tropeçando. - Ela levou a mão até seu joelho, sem perceber que sangrava bastante.

- Ah, droga. - Afastou a mão, sem tocar o ferimento. - Mas que coincidência, de novo. - Ela sorriu, ignorando o que tinha acontecido. Eu sorri também, mas estava preocupado e acabei voltando meu olhar ao seu joelho. 

- Pois é, que loucura. Vem cá, deixa eu te ajudar. - Passei seu braço por meu pescoço e levantei junto com ela. - Isso ai está bem feio. - Fomos caminhando lentamente até a saída. Seu corpo quente perto do meu não me deixava focado no que eu precisava fazer, mas eu ia me esforçar pra ser alguém descente. - Você quer ir no hospital pra ver se não rolou nada mais sério?

- Não precisa, eu estou bem. É sério. - Disse, meio chorosa. O joelho tinha ficado horrível, na verdade. - E a gente precisa parar de se encontrar assim. - Riu. - Não pela coincidência, mas pelos machucados, claro. 

- Eu gosto de te encontrar, não importa a ocasião. - Disse, sincero. - Você está de carro? - Perguntei.

- Não, vim caminhando. - Claro, o parque era bem perto de seu apartamento, devia usar o caminho para se aquecer. 

- Me deixe te levar pra casa então, eu faço questão. - disse. Catarina estava tão perto que eu poderia beijá-la e seu cheiro me deixava ainda mais desconcentrado. Me controlei ao máximo, não podia estragar tudo. Seria um cara legal ao menos uma vez.

- Eu e meu irmão só te damos trabalho. - Ela observou. E eu me lembrei de ter carregado Mateus exatamente do mesmo jeito. Eu ri.

- Eu gosto desse tipo de trabalho. - Afirmei, sentindo seu cheiro delicioso. Caminhamos até meu carro e eu a ajudei a entrar. Catarina morava a uns dez minutos do parque e a cinco quadras do meu prédio, que era um pouquinho mais afastado do parque.

- Você sempre vem aqui? - Ela perguntou, quebrando o silêncio.

- Desde que eu me mudei, há duas semanas, tô vindo. E você? - Ela devia fazer bastante exercício, a julgar pelo corpo torneado. Não era magra, devia ter aquela bunda por um presente de Deus, mas com certeza fazia algo para se manter daquele jeito.

- É... não. Comecei recentemente. Eu odeio correr, na verdade. Sempre da preguiça e quase sempre eu não venho. - Ela deu uma leve risada ao terminar.

- Poxa, eu gosto. O que você faz da vida? - Decidi perguntar. Sabia que ela trabalhava com moda, mas era uma informação superficial.

- Trabalho em uma revista de moda. E você? - Percebi seu olhar atento em mim. Bom, ela também queria me conhecer, eu acho.

- Sou advogado. Trabalho com meu pai e meu irmão mais novo, o Cacá, que você conhece, no escritório da família. - Conheci o irmão de Catarina porque ele era amigo do meu irmão na faculdade, e os dois foram juntos me visitar em São Paulo, enquanto eu estava morando lá. 

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