Capitulo 7

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CATARINA

A noite chegou e eu estava sozinha em casa. Resolvi sair, precisava me divertir um pouco e respirar ar fresco. Liguei para minha amiga Joana, que topou um encontro na hora, alegando que não aguentava mais Felipe em seu pé e precisava se distrair. 

Marcamos de nos encontrar num dentro de duas horas. Tomei um banho relaxante, comi e fui me arrumar. Coloquei um vestido preto, um tanto curto e soltinho em meu corpo, um tênis descolado, fiz babyliss em meu cabelo, deixando o mesmo com ondas largas, delineei os olhos, passei um rímel e finalizei com um batom claro. 

Cheguei no bar cinco minutos depois do horário combinado. Sabia que Joana ainda não estava lá. Ela sempre se atrasava. Não queria ficar sozinha, mas sou o tipo de pessoa que não consegue se atrasar pelo simples fato de ser ansiosa demais. 

Fui ao bar e pedi um shot de tequila. Precisava daquela pequena dose de alegria. O líquido desceu rasgando. Fiquei observando o movimento enquanto o gosto de limão se desfazia em minha boca.

- Olha só quem está aqui. - A voz grossa de Frederico foi como música aos meus ouvidos. Não podia negar, estava super interessada naquele cara maravilhoso. - E de novo, uma enorme coincidência. 

- Frederico, como vai? - Disse, me virando pra ele, que me deu um beijo no rosto e não pude evitar o sorriso ao sentir seus lábios macios me tocando. Que homem cheiroso!

- Bem. E você, morena? - Percebi seus olhos percorrendo meu corpo. Sempre quis um cara que me chamasse de morena. Quando ele finalmente aparece, é um deus grego. Valeu a pena ter esperado tanto tempo.

- Estou ótima. - Falei, toda sorridente. Realmente me sentia bem naquela noite. 

- E o joelho? - Perguntou, levando a mão para a minha perna, perto do machucado.

- Melhorou bastante. Bernardo fez um curativo quando cheguei em casa naquele dia,  e acho que ajudou. - A lembrança de nosso beijo veio em minha mente, me deixando com calor. Meu deus, o que tá acontecendo comigo? Quero beijar um, mas to pensando em outro. 

- Claro. - Disse, parecendo desapontado. - Eu queria ter te ligado, mas não tinha seu número e não quis pedir para seu irmão. Também não consegui te pedir em todas as vezes que nos encontramos por aí. - Que mentira, eu havia passado meu número na madrugada em que fomos na balada. 

Eu estava meio bêbada, mas tinha certeza disso. Lembro perfeitamente de ter dado um beijo no guardanapo antes de entregar para ele. Não falei nada, apenas assenti, lembrando do que meu irmão me disse. Frederico então pegou um papel em sua carteira e me entregou. 

- Na verdade eu tenho um número, mas não sei se é o certo. - Falou, sorrindo torto. Abri o guardanapo, conferindo. Era o que eu havia lhe dado. Me impressionei pelo fato de ele ter guardado.

- Acho que esse três parece um nove. - Disse, com o cenho franzido e ele então deu uma leve risada. - Desculpa, acho que já estava um tanto quanto bêbada. - Que vergonha. 

- Sem problemas. Cade seu irmão? - Perguntou, olhando em volta.

- Vim sozinha. - Ele fez uma cara de confuso e eu continuei. - Marquei com uma amiga, que está um pouco atrasada. - Ele assentiu.

- Posso te fazer companhia se quiser. - Se ofereceu. 

- Não precisa, obrigada. Você deve estar com alguém também e...

- Não, Catarina. - Me interrompeu.  - De verdade. Vim com uns amigos, mas sabe como é né. - Falou, dando a entender que foi abandonado enquanto sentava ao meu lado.

- Claro. - Concordei apenas. - Aceito, então. - Pedimos mais uma bebida e estávamos conversando quando vi Joana chegando. Estava linda, usando um vestido também, mas era vermelho e mais justo. Tinha sombra preta esfumaçada nos olhos. 

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