Capitulo 9

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CATARINA

Estava sentada em minha sala, observando a vista da janela. Pois é, a vida estava sendo generosa comigo. Eu estava realizando o sonho de trabalhar numa revista de moda. Ainda não era a Vogue, tão almejada por mim, mas sinceramente, eu amava esse lugar, meus colegas de trabalho eram ótimos, minha chefe era um amor. 

Tudo, ou quase tudo, parecia ajeitado. Afinal a única coisa que falta é ter um homem perfeito ao meu lado. Meus pensamentos me levaram instantaneamente a Bernardo. Nosso final de semana foi intenso. Ele dormiu em minha casa de sexta pra sábado e me deu uma das noites mais incríveis de minha vida. No sábado, saímos juntos, fomos num restaurante delicioso e depois, bem...

Era oficial, meu melhor amigo sabia muito bem como enlouquecer uma mulher. E ao lembrar de tudo isso, não pude evitar as imagens de nosso banho se formando em minha mente. Fui para o chuveiro antes de dormirmos e Bernardo foi depois. Enquanto ele se ensaboava, eu me sequei e aproveitei para observar seu corpo musculoso um pouco mais. 

O "V" formado em sua cintura sempre atraia minha atenção. Ele parecia se enrolar de propósito e eu, fraca que sou, não aguentei e o surpreendi, entrando silenciosamente no box enquanto ele estava de costas, cantarolando. 

Virou de frente para mim, gritando. Eu ri, enquanto meu olhar se voltou para o seu membro que antes estava escondido por conta do vapor da água quente. Era grande e me dava água na boca.

- Mulher! Assim você me mata de susto. - Nós rimos enquanto ele me agarrava pela cintura. Senti a água cair em meu corpo, me deixando molhada novamente. O pênis já rígido roçou em minha coxa, causando-me arrepios.

- Você sabia que eu viria. - Joguei um verde, esperando que ele concordasse, já que Bernardo é do tipo que sempre se entrega. Enrosquei os braços em suas costas, colando nossos corpos.

- Sabia mesmo, você não resiste a mim. - Infelizmente essa é a verdade no momento. Nessa reviravolta, Bernardo ganhou o dom de me atiçar apenas com o olhar. Dei alguns beijos em seu pescoço e em um sussurro confirmei.

- Não, eu não resisto. - Desci uma de minhas mãos até seu membro e o apertei levemente, sentindo-o ficar ainda mais duro em minha mão. - Mas você também não resiste a mim. 

Bernardo tomou meus lábios em um beijo selvagem, enquanto acariciava meu corpo lentamente. Mordeu meu lábio inferior com força, finalizando o beijo e me virou de costas pra ele, encostando-me na parede, enquanto a água caia em nossos corpos. 

Roçou seu pênis em minha bunda e eu gemi, arrepiada. As duas mãos apertaram os meus seios e beliscaram meus mamilos entumecidos pelo prazer.

- Caralho, Catarina. Só você consegue me deixar assim tão rápido. - Falou, enquanto percorria meu corpo com a ponta dos dedos. Ao ouvi-lo, tive certeza que Bernardo poderia me fazer gozar apenas com suas palavras, afinal, meu corpo amoleceu em resposta a tal declaração. 

Ele deve ter notado, pois prensou meu corpo na parede sem deixar espaço nenhum entre nós dois. Minha cabeça estava virada de lado, meus olhos fechados, e meu corpo concentrado nas sensações ocasionadas por sua mão que percorria minha coxa, chegando em minha boceta. 

Bernardo deslizou o dedo por ela e a água que caia do chuveiro pareceu fria por um momento. Esfregou seu dedo em meu clitóris lentamente e então o penetrou, me fazendo dar uma rebolada. Tirou de mim mais gemidos quando introduziu outro dedo e começou um vai e vem lento. 

Usou o dedo indicador da outra não para estimular o meu clitóris, fazendo movimentos circulares. Quando eu estava perto do ápice, tirou os dedos de mim depois levou-os a boca, chupando lentamente. 

- Seu gosto é maravilhoso, gata. E agora, eu preciso muito te sentir. - Bernado deslizou o pênis até minha entrada, sem enfia-lo e ficou me provocando, roçando da forma lenta possível.

- Ber... Não faz assim. - supliquei, com a voz rouca de tanto prazer. Eu amava tal provocação, mas no momento precisava de mais.

- Eu poderia ficar até amanhã te ouvindo implorar, Catarina. Você sabe que eu gosto. Mas não consigo. Não agora, não com você. - As confissões de Bernardo me davam vontade de sair correndo. Eu não me sentia pronta para ouvir o que ele me dizia. 

Era tudo muito profundo, exatamente o que eu tentava evitar. Queria que essa nossa "relação" fosse baseada no deixar rolar, no não sentir, no apenas foder. Eu correria, se não fosse tão bom estar em seus braços. Foi nesse momento que eu tive a certeza de que eu amo estar contra a parede. Não há posição melhor. 

Cheguei ao ápice do prazer juntamente com Bernardo, que esperou alguns instantes até nós acalmarmos para me virar de frente para ele e me beijar fervorosamente. Não pude evitar a leve comparação com beijar na chuva, só que nua e com água quente. Sempre tive essa vontade, mas nunca consegui torná-la real. Me desliguei de minhas lembranças ao ouvir algumas batidas na porta. Me ajeitei na cadeira, assustada.

- Ahn... Pronto?

Resolvi tudo o que precisava no trabalho, batendo um papinho com meu colega Ângelo sempre que tinha tempo. Ainda precisava resolver as coisas do editorial de verão, mas não conseguia me concentrar. 

Bernardo

Estava assistindo a um filme quando meu celular apitou diversas vezes seguidas. Fui checar e vi que tinha recebido algumas mensagens de Mateus. Dizia que Catarina ia sair no fim de semana e queria companhia para curtir a sexta a noite. 

Franzi o cenho, pensativo. Será que ela iria com Joana? Ou Ângelo? Ou Vitória? Ou algum cara? Nunca esteve com dois homens ao mesmo tempo. Se estava ficando com um, não dava atenção pra nenhum outro. E agora ela estava comigo. Eu acho. 

Bem, nosso "relacionamento" era apenas algo para nos aliviarmos, sabia que a exclusividade não era algo palpável, já que a nossa intenção era apenas a diversão. Levantei do sofá e fui para o banho. 

Se Catarina iria sair com alguém eu precisava sair também. Não queria passar a imagem de que estava ali, disponível pra ela a qualquer momento, apesar de ter a plena consciência de que sim, eu estava, e faria o que ela quisesse. Aquela mulher me tinha em suas mãos. Acho que sempre me teve na verdade. 

Estar confessando coisas a mim mesmo me deixava ainda mais confuso. Depois de tantos anos de convivência com ela, por que eu estava pensando nisso logo agora? Esfreguei os cabelos com força, como se o ato fosse me ajudar a espantar os pensamentos que insistiam em rondar minha cabeça. 

Eu não estava apaixonado. Tinha certeza que não. Deixei a água cair por mais alguns minutos e então desliguei o chuveiro. Me sequei e fui atrás do meu celular, lembrando que não havia respondido Mateus. 

Acordei na terça e fui trabalhar. Estava super empolgado, com vários projetos importantes, mas tinha algo que não saia de minha cabeça. Catarina. Meu pai entrou na minha sala, fazendo-me voltar a terra.

- Não bate mais a porta, Seu Pedrão? - o olhei, sorrindo.

- Desculpe meu filho. Estou um pouco desesperado. - Falou, enquanto sentava na cadeira a minha frente. Meu pai era um arquiteto talentoso e muito admirado por mim. Era uma das pessoas mais criativas que eu conhecia, só via ele nesse estado quando minha mãe aprontava alguma.

- O que foi dessa vez pai? - Perguntei, disfarçando o sorriso.

- Sua mãe quer reformar a casa. Eu não aguento mais, Bernardo. É a terceira vez em um ano. - Ele fala, fazendo gestos com as mãos.

- Acho que você deveria manter ela mais ocupada pai. - brinco, observando-o ruborizar. Obviamente ele entendeu o que eu quis dizer e saiu, bravo.

- Volte aqui, pai. - Gritei, rindo. Ele voltou e eu prometi ajudá-lo. Minha mãe estava passando dos limites, se tornando obcecada com reformas. Ele sempre gostou de mexer e cuidar da casa, mas quando eu me mudei pra morar sozinho, ela mudou algumas coisas em meu quarto, transformando o mesmo em uma espécie de biblioteca e desde então não parou mais. 

Acho que isso aconteceu pelo fato de ela sempre ter trabalhado e agora estar acomodada, em casa.

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