Capitulo 16

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CATARINA

Encostei a cabeça na janela e passei a refletir sobre a vida enquanto ouvia a voz suave de que saia do rádio. Os últimos meses tem sido um pouco confusos pra mim. Comecei todo esse rolo com Bernardo e, pensando bem, até que demorei bastante tempo pra cair em tentação. Sempre admirei aquele corpo maravilhoso, os olhos chamativos e o sorriso charmoso mas jamais imaginei que depois da minha primeira vez iria para a cama com ele novamente. 

Apesar de ter sido muito bom e de eu querer repetir, para mim ficaria naquilo e pronto. Também tinha um medo enorme de estragar a nossa amizade, então tentei ao máximo evitar o assunto. Bernardo parecia estar cada vez mas próximo de mim e depois de um tempo acabamos nos beijando novamente. Não foi um beijo qualquer, não mesmo. Acho que foi o melhor da minha vida toda. 

Parecia que era o que eu buscava em todos os outros caras que eu beijei depois dele, mas nenhum sequer chegou aos seus pés. Mateus viajou por seis meses, quase me matando de saudade. Nesse tempo Bernardo foi meu grande companheiro, me apoiou e cuidou de mim como sempre. Eu não podia negar o ciúme que sentia quando ele aparecia com uma garota diferente da que o acompanhava na noite anterior. 

Ele não era um galinha propriamente dito mas gostava de aproveitar a vida. Além de que não me lembro de ter brigado com Bernardo uma vez sequer em toda a minha existência, afinal nos dois éramos um time. Mesmo que um não concordasse com o outro dávamos um jeito de nos entender. Discutíamos, claro. Mas brigar? Jamais. 

Nossa relação sempre foi muito boa e era esse o meu medo em relação às nossas ficadas. Percorremos todo o caminho em silêncio e enquanto Bernardo estacionava observei a casa que ficava bem no meio da propriedade. Possuía um andar, além do ático, que era o cantinho pessoal de Bernardo. Sempre o invejei por isso, afinal de contas meu sonho era ter um andar da casa só para mim. Saímos do carro e Carol, filha da prima de Bernardo veio correndo até nos.

- Bernado! - Gritou, o abraçando com força. Sorri diante da cena. Adorava o jeito que ela o chamava.

- Oi, princesinha. - Disse, a apertando. Os dois se separaram e ela veio até mim. Me abaixei, a pegando no colo.

- Catalina, você tá muito linda. - Falou, me abraçando também.

- Obrigada Carolzinha, você está muito linda também. - Ela sorriu, passando as mãos em meu cabelo. Cumprimentamos o casal de tios de Bernardo que estava ali na frente e entramos. Carol continuava em meu colo, falando sem parar. Encontramos nossas mães na cozinha, fazendo o almoço.

- Oh, vocês chegaram. - Disse Helena, nos abraçando. Dei um beijo em seu rosto.

- Parabéns, Helena. Que vocês comemorem essa data para sempre. - ela assentiu, sorridente.

- Espero que o mesmo aconteça com você, minha linda. - Falou, acariciando minha bochecha. Devo ter corado no mesmo instante pois senti meu rosto pegar fogo.

- Catalina vai casar? - Carol perguntou. A mãe dela veio até nos no mesmo momento.

- Serio?! Cata, não acredito! Parabéns. - Falou, me abraçando. Bernardo, Helena e minha mãe que preparava algo junto com ela começaram a rir. Luiza nos olhou sem entender.

- Não Lu, não vou. Por enquanto não. - respondi sem graça.

- Ah, me desculpa. Você sumiu menina, estou com saudades. - Disse, me olhando com ternura e então estendeu os braços para pegar Carol. - Só vou levar essa bagunceirinha ao banheiro e já volto para conversarmos. - Assenti.

- Mas eu quero ficar com eles. Quero brincar com o Bei e com a Cata mamãe. - Falou, olhando para Bernardo que sorria largamente. Carolina era a coisa mais fofa do mundo. Tinha os cabelos bem escuros, os olhos azuis iguais ao do pai e a pele bem clarinha. Parecia a branca de neve, apelido que lhe dei carinhosamente.

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