Capitulo 10

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CATARINA

A tão esperada sexta chegou. Por sorte a semana pareceu passar voando graças conta da grande quantidade de trabalho. Estava ansiosa para a sessão de fotos com Marina, que seria na próxima segunda, mas o fato de eu não saber o que ia usar essa noite também ocupava minha cabeça.

Tentei falar menos com Bernardo durante a semana, porque percebi que ele estava distante. O conhecia muito bem, mas ainda não sabia o motivo do seu afastamento. Talvez ele não quisesse mais manter o que a gente tem, e aquilo me deixava um pouco nervosa.

Cheguei em casa perto das 18:30 e fui direto para o banho. Queria me arrumar sem pressa, portanto decidir usar toda a uma hora e meia que teria para isso. A preguicinha no sofá teria de esperar. Enrolei uma toalha nos cabelos molhados ao sair do box, me sequei, coloquei uma calcinha de renda azul escuro e um top da mesma cor.

Sequei um pouco o cabelo, o prendendo em um coque para deixá-lo modelado e fiz a minha maquiagem de sempre, mais leve. Coloquei um vestido preto de alças, curto e mais justo com uma camisa larga aberta por cima, um coturno e uma bolsa pequena e colorida. Soltei os cabelos, que ficaram ondulados e passei um batom vinho para destacar meus lábios. Olhei no relógio do celular e faltavam cinco minutos para as oito horas. Resolvi ligar para meu irmão sumido.

- Oi, malinha! - Mateus disse ao atender.

- Oi, meu amor. Onde você tá? - Perguntei, curiosa.

- Tô no Fred. Vamos sair daqui a pouco. Quer ir também? - Frederico podia ser um pedaço de mau caminho, mas eu já tinha combinado de fazer uma noite das meninas com Jô e Vic.

- Mande um beijo para ele. - Acrescentei. Não o via há dias. A ultima vez que o encontrei ele estava indo embora do parque depois de uma corrida. Seu corpo suado e definido chamava atenção por onde passava. E depois, não tivemos mais nenhum encontro repentino, talvez porque fiquei presa no escritório.

Não posso negar que a vizinhança ficou mais interessante depois que ele se mudou e então existia uma grande probabilidade de encontrá-lo em diversos momentos. Perguntou-me se eu estava com o joelho melhor e eu respondi que sim, omitindo os dois dias de dor que eu tive logo após cair. Ninguém ficaria sabendo daquilo, era vergonhoso demais. Nos despedimos e eu segui meus exercícios. Eu precisava focar na minha promessa a Bernardo.

- Não, eu tenho um compromisso. Vou sair com as meninas, lembra? - Afirmei, na esperança de que o tal compromisso rendesse alguma coisa.

- Ah, é. Claro, você nunca tem tempo pra mim. - completou.

- Mateus, pare com isso. - Já fazia algum tempo que meu irmão vinha me enchendo com essa história de não ter tempo para ele. - Você não pode falar nada já que vai sair também. - ganhei, como sempre.

- Tudo bem, você tem razão. Mas reserve o seu dia para mim amanhã. Sem Bernardo, sem meninas. Entendeu? - Ouvi o interfone tocar.

- Sim senhor. Preciso ir. Te amo, bostinha. - Desliguei o telefone sem dar a ele uma chance de responder.

Peguei minha bolsa e fui até o elevador, que pareceu levar uma eternidade para parar em meu andar. Desci até a portaria pra pedir um Uber.

Encontrei minhas amigas, e passamos horas bebendo bons drinks, comendo petiscos e colocando o papo em dia num bar que adorávamos ir juntas. Omiti sobre Bernardo e sobre como me sentia, e de repente me senti angustiada, pensando que eu não podia me permitir sentir nada. Não queria estragar nossa amizade.

Passamos mais um tempo conversando até que as meninas decidiram que devíamos tentar encontrar meu irmão e seus amigos, que elas adoravam. Saíamos juntos as vezes e era sempre muito divertido. Liguei para Mateus, que me atendeu preocupado.

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