Candi P.O. V
Eu não queria acordar, não queria, não queria, vai que era só um sonho... Vai que eu tinha imaginado todas aquelas coisas maravilhosas? Não, eu não queria acordar de jeito nenhum. Porra eu tinha transado com ele, com o cara que eu amo e tinha sido perfeito, tinha sido a melhor manhã de toda a minha vida. Nós tínhamos dormido de conchinha e ele tinha me dito que me amava. Isso é real? Tem que ser real.
Abri os olhos contrariando a minha vontade e senti um peso enorme em cima de mim. Só conseguia ver o teto uma vez que era impossível me mexer. Parecia estar escuro lá fora, um vento forte soprava por todos os lados o que indicava que a janela estava aberta. Seu cheiro estava impregnado nas minhas narinas. O melhor cheiro de todos com certeza. Então era real, então ele estava mesmo ali junto comigo, então todos os meus sonhos tinham se tornado realidade. Eu, a Candice, a menina retardada de 17 anos estava na cama do Justin Bieber, o cara mais gostoso e perfeito que eu já vi em toda a minha vida.
E nós transamos, e ele me ensinou umas coisas loucas que eu pensei que nunca fosse aprender. E eu o senti dentro de mim, e nós nos amamos e nos beijamos várias e várias vezes e naquele momento parecia que nada poderia estragar tudo que estava acontecendo. Eu nunca pensei que fosse tão bom, que fosse tão prazeroso. É por isso que a Stacy é viciada, é por isso que a Alice não fala de outra coisa, é por isso que eu nasci, aliás, é por isso que existem mais de sete bilhões de pessoas no mundo... Mas espera ai. NÓS NÃO USAMOS CAMISINHA! Isso é algo que temos que usar não é? Todo mundo tem que usar, tem que se prevenir... E ele gozou dentro de mim, e... Ai meu Deus!
- JUSTIN, JUSTIN, JUSTIN! - gritei sacudindo ele- A CAMISINHA, A CAMISINHA!
- Quê? - ele abriu os olhos sonolento- Candice eu já disse que não vamos fazer isso toda hora...
- Justin acorda! - murmurei - Nós não usamos camisinha.
- Que saco! - ele se levantou da cama com os olhos fechados- Que horas são?
- Três horas da manhã. - falei ao notar as horas no relógio - Mas isso não importa agora...
- Candice você não vai ficar grávida. - garantiu indo pro banheiro coçando seu cabelo que estava arrebitado e bagunçado.
- M-mas... - me levantei seguindo ele, notei que estava apenas de calcinha e sutiã, e ele só de Box.
- Toma. - ele colocou um comprimido na minha mão antes que eu entrasse no banheiro.
- O que é isso? - perguntei confusa.
- É um ante concepcional! - ele segurou meu braço- Vem, você precisa de água...
- Justin isso vai resolver não é?
- Se não resolvesse eu já teria muitos filhos por ai.
- Safado! - resmunguei dando um tapinha nele, pela primeira vez na vida senti um puta ciúmes de imaginar ele com outra garota.
- Safado por quê? - ele gargalhou e caminhou até a geladeira tirando de lá uma garrafinha de água e eu me sentei no balcão enquanto ele pegava um copo no armário - Sexo é arte.
- Fazer toda hora faz parte! - sorri maliciosa e ele balançou a cabeça rindo das minhas palavras.
- Toma isso logo sua pervertida! - disse enchendo o copo de água.
- Claro! - tomei o comprimido fazendo uma careta - Que gosto horrível!
- Nossa, que careta linda! - falou segurando meu rosto com as mãos e aproximando nossos lábios- linda linda linda!
- Eu vou ter que tomar isso toda vez? - torci o nariz- Já estou desistindo de sexo.
- Ainda bem. - ele riu se afastando- Amor você quer comer alguma coisa?
- Você disse amor? - gaguejei piscando lentamente.
- Sim. - ele se virou pra mim arqueando uma sobrancelha- O que tem demais nisso?
- AI MEU DEUS JUSTIN! - subi no balcão e pulei no pescoço dele - VOCÊ ME CHAMOU DE AMOR! - distribuí beijos por todo o seu rosto e pescoço - É o melhor dia da minha vida.
- Candice uma hora dessas você ainda me mata! - ele disse rindo com os olhos arregalados enquanto me segurava desastrosamente.
- É sério, sonhei com isso toda a minha vida!
- Isso é mentira, considerando que nos conhecemos há no máximo três meses.
- Não estraga o clima idiota. - dei um tapa no pescoço dele- O que vai fazer pra gente comer?
- Só vou esquentar aqueles brownies e panquecas que você fez a gente nem comeu...
- Eu fiz? - dei de ombros gargalhando- Eu comprei na padaria da esquina enquanto você dormia, acha mesmo que eu ia dar conta de fazer isso sem colocar fogo na cozinha?
- Você é de mais mesmo! - ele começou a rir me colocando sentada no balcão- Será que ainda presta?
- Presta! - disse dando um selinho nele- Quando eu comprei tinham acabado de fazer.
- Não tô acreditando nisso. - Justin se virou e abriu a geladeira tirando de lá o café da manhã que nós deveríamos ter tomado.
- Que foi - falei descendo do balcão - eu não sou cozinheira.
- É uma mimadinha! - disse cinicamente colocando tudo no micro-ondas.
- Não sou mimada! - protestei- Só nasci com péssimas habilidades pra cozinhar.
- Hum, entendi. - ele ficou me encarando por algum tempo sem expressão e então soltou uma risada fraca.
- Que foi? - perguntei franzindo o cenho.
- Nada! - ele envolveu minha cintura - Só estava me certificando de que essa beleza toda é realmente real.
- Beleza? Aonde? - ri pelo nariz com meu corpo colocado ao dele - Não tô vendo.
- Bem aqui na minha frente. - sussurrou em meu ouvido me fazendo arrepiar.
- Mentiroso. - sussurrei no mesmo tom.
Ele deu uma risada me soltando quando o micro-ondas começou a apitar indicando que o nosso lanche já estava esquentado. Ele colocou alguns brownies e algumas panquecas em dois pratos e pegou duas garrafinhas de coca dentro da geladeira. Mas eu coloquei uma de volta e peguei um suco de laranja light. Ele ficou me chamando de mimadinha de novo e então fomos pro quarto. Justin ligou a TV assim que eu me sentei na cama. Estava passando um programa de humor muito engraçado. As pernas do Justin estavam sobre as minhas aquecendo as mesmas. Nós parecíamos um casal normal, exatamente, um casal. Era tão estranha aquela cena, quer dizer, nós dois juntos. Como as coisas podem mudar tanto da noite pro dia? Eu simplesmente não consigo acreditar que ele também sente o mesmo e nunca teve coragem de admitir. Eu pintava em minha mente mil motivos pra ele ter feito isso, mas eu nunca encontrava a resposta certa.
- Esses programas são legais! - ele falou de boca cheia- Mas como são de madrugada tem muita pornografia.
- E dai? - comi um pedaço de panqueca.
- Você ainda é muito nova pra ver essas coisas e já tá tarde demais! - murmurou autoritário como se fosse o meu pai.
- Tá falando sério? - perguntei desacreditada - Você transa comigo e depois me diz que eu não deveria ver um programinha que mostra homens e mulheres semi nus falando sacanagens?
- É, não faz muito sentido. - ele riu balançando a cabeça.
- Justin por que você nunca admitiu que gostasse de mim? - aproveitei o momento para perguntar.
- Que? - ele me olhou sem jeito.
- Bom... Se você me ama mesmo então... Isso não aconteceu da noite pro dia não é?
- Não Candice! - ele disse abaixando a cabeça por um segundo e voltando a olhar pra mim após dar um longo suspiro - Eu acho que gostei de você desde a primeira vez que te vi naquela boate.
- Sério? - dei risada sem acreditar no que ouvia.
- Sim maluquinha, mas não fica se achando! - ele bebeu um gole de suco - Eu não ia te ligar, confesso. Eu te achei muito doida, mas por algum motivo eu não conseguia tirar você da cabeça, serio Candi, sua beleza é sobrenatural.
- Você me diz isso e não quer que eu fique me achando?
- É a mais pura verdade. - ele alisou delicadamente a minha coxa enquanto falava- Só que ai me contrataram pra ser o seu segurança e tudo ficou mais complicado, você sabe, não é nenhum pouco profissional ter um relacionamento com você.
- Eu sei, mas é só por isso? Achei que você me achasse uma moleca.
- Quem disse que eu não acho? - falou rindo - Mas ainda assim eu te amo.
- Que lindo você falando que me ama.
- Isso é estranho. - disse franzindo o cenho- Mas eu gosto.
- Eu sempre gostei de você.
- Sou irresistível. - falou arrebitando o topete.
- É verdade gato, tu és uma delicia.
- Mamãe passou açúcar em mim.
Nós dois demos risada.
- Nossa hoje está sendo tão perfeito. - murmurei com os olhos brilhando ao tentar me recordar de algum dia em que tivesse sido mais feliz do que agora.
- E vai continuar sendo amanhã, e depois de amanhã, e depois e depois... - disse dando beijinhos no meu rosto até encontrar meus lábios.
- O que isso quer dizer? - perguntei ansiosa separando nossos lábios.
- Quer dizer que estamos juntos ué. - ele disse se afastando e colocando a bandeja de comida na mesinha ao lado da cama.
- Juntos? - pigarreei perplexa - Tipo, um casal?
- Bom... Existe outra forma?
- Se quiser podemos ser amigos...
- Tipo amizade colorida?
- Não, tipo amigos, bons amigos, excelentes amigos.
- Então somos amigos, bons amigos, excelentes amigos. - repeti dando um selinho nele.
- Mas amigos não se beijam! - falou rindo- Se bem que o mundo hoje em dia...
- Besta! - puxei sua mão para brincar com seus dedos- O que vai acontecer amanhã?
- Eu vou te beijar muito. - seus olhos estavam presos em nossas mãos - E depois podemos transar, como bons amigos, claro.
- Retardado! - apertei o dedo dele com força, mas ele nem se quer pareceu sentir.
- E tem uma coisa, acho que não preciso mais ser o seu segurança.
- Por quê?
- Pelos motivos óbvios.
- Mas cara, você sendo meu segurança está disponível 24 horas, eu fico no lucro.
- Eu não preciso receber 15 mil dólares pra cuidar da minha garota.
- Hum, sua garota? - ri - Você ganha isso tudo?
- Qual é deveria ser no mínimo 100 mil dólares por noite. - protestou - Você dá muito trabalho Candice!
- Você é muito exagerado!
- Tô falando serio! E você vai parar de beber entendeu? E de fumar, de todas essas coisas...
- Você é o meu namorado ou o meu pai? - reclamei.
- Sou o que você quiser. - sorriu malicioso.
- Eu adoraria fazer aquelas coisas, mas meu corpo tá doendo pra caralho. - fiz uma careta.
- É normal, é por que foi a sua primeira vez. - voltou os olhos pra TV.
- Eu não imaginei que doesse tanto.
- Da próxima vez você vai sentir mais prazer do que dor. - ele garantiu.
- Eu não me importo de sentir dor, por que é uma dor maravilhosa.
- Não gosto de falar sobre isso com você.
- Por quê? - perguntei confusa.
- É estranho. - ele pousou sua mão na minha coxa- Como se eu tivesse aliciando uma de menor, poluindo sua mente...
- Minha mente fica poluída só de olhar pra você!
- Eu sou tudo isso? - ele riu me encarando.
- Você é tudo isso. - garanti olhando fixo em seus olhos, ele apertou minha coxa e seu toque me fez enrijecer.
- Você é uma boa garota Candi!
- Engraçado! - falei dando uma risada- Você diz que sexo não é tudo, mas só foi nós transarmos e você ficou todo apaixonadinho pela minha maravilhosa pessoa.
- Ei isso não é verdade! - ele protestou começando a rir - Eu já gostava de você há muito tempo, e quando você cantou... - ele fez uma pausa - aquilo tocou meu coração.
- Rá, sou foda.
- É agora vamos dormir. - ele murmurou pegando o controle remoto e desligando TV.
- E se eu acordar e for apenas um sonho?
- Sua boba. - ele riu se ajeitando no travesseiro. - Apaga a luz, tô com sono.
- Eu não vou dormir com a luz apagada, eu tenho medo de escuro! - esbravejei amedrontada com essa possibilidade.
- Quê? - Justin me encarou incrédulo. - Ah qual é Candi!
- É sério amor, não faz isso comigo. - fiz cara de cachorro sem dono.
- Ai ai ! - ele se levantou em direção à tomada- Para de frescura.
- Aonde você vai? Não apaga a luz, por favor! - implorei.
- Candice já são mais de 4 horas da manhã, vamos dormir! - ele apagou a luz.
- JUSTIN! - gritei assustada.
- Relaxa! - senti seu corpo assim que ele se deitou na cama, ele me puxou contra seu peito me abraçando e assim ficamos de conchinha. - Eu tô aqui com você linda.
- Não me solta. - pedi manhosa.
- Dorme com Deus princesa. - ele suspirou em meu ouvido e logo pegou no sono.
***
Eu estava abrindo os olhos e pela segunda vez ele estava ao meu lado. Era quase como se fosse um sonho, eu o tinha ali sobre os meus olhos envolvendo-me com seus braços protetores enquanto ele dormia como um anjo. Eu sentia como se nada no mundo pudesse ser melhor que aquilo, como se eu finalmente tivesse tudo que precisasse e então já não precisasse de mais nada. Na minha cabeça eu ainda ia acordar e me deparar com a realidade, eu ainda não conseguia acreditar que na verdade a realidade estava bem ali na minha frente disfarçada de Paraíso. Demorei alguns segundos até conseguir tirar aquele obeso de cima de mim e então levantei da cama e fui tomar um bom banho por que eu estava mesmo precisando. A água caía quente sobre o meu corpo me aquecendo naquele frio estonteante. Eu queria parar de sorrir por um minuto, mas eu não conseguia, meus pensamentos relembravam a noite e o dia passado várias e várias vezes seguidas.
A felicidade era tanta que eu nem se quer me lembrava do que o Math tinha feito comigo. Deixando-me naquele lugar horrível no meio do nada só por que eu dei um fora nele. Bem que a Stacy me disse que eu se brincasse com fogo poderia acabar me queimando. Ele disse que eu ia pagar caro por isso, mas me diz quem é Math mesmo? Eu tenho o Justin. E se eu o tenho, nada, nada no mundo pode me atingir. Sai do banheiro com uma toalha na cabeça e vesti uma camisa do Justin que batia abaixo das minhas coxas. Eu também coloquei uma Box amarela dele que parecia um short. Ainda estou tentando entender minha fixação por amarelo. Ele ainda dormia profundamente como um anjo com a cabeça encostada no travesseiro e os pés enrolados no lençol. Penteei o meu cabelo e me olhei no espelho gostando do que via. Aquela roupa ficou bem sexy em mim. Quer dizer, eu fiquei bem sexy naquela roupa.
Dizem que quando você tem a sua primeira vez você começa a pensar diferente, a ser mais madura e todas essas coisas. Bom, eu me considero a mesma maluca de sempre, talvez um pouco mais maluca ainda, mas ainda assim. Fiquei ali na frente do espelho fazendo algumas caretas e tentando me imitar agindo como uma pessoa normal é, eu repetia várias fazes de forma culta e discreta, mas no fim acabava rindo de mim mesma. Colocava a mão na cintura e fingia estar falando com a minha futura chefa e então pronunciava alguns palavrões quando ela supostamente virava as costas. De repente ouvi uma risada abafada vindo da cama. Rapidamente me virei e vi Justin se sentando na cama parando seus pés no chão gélido.
- O que você está fazendo? - perguntou esfregando os olhos.
- Nada, só ensaiando para a minha primeira entrevista de emprego! - respondi colocando o pente de volta na escrivaninha.
- Como é que é? - ele escondeu seu rosto com as mãos- Você vai trabalhar?
- Vou sim, o que acha de eu trabalhar em um sex shop? - sugeri me encostando na parede fria.
- Ótima ideia Candice! - ele disse tirando as mãos de seu rosto e mostrando seu sorriso- Será que tem vaga pra mim lá?
- Olha depende, ouvi dizer que você tem uma namorada muito ciumenta, não sei se ela vai gostar de te ver trabalhando lá...
- É mesmo? - ele se levantou e veio em minha direção - Você ouviu?
- Ouvi sim, disseram também que ela arranca os cabelos de toda vadia que ousa olhar pra você, então você sabe, é melhor continuar sendo apenas um segurança.
- Olha... - ele segurou minha cintura - te passaram as informações erradas, minha namorada não dá conta de nada, é uma molenga!
- Idiota! - ri dando um tapinha em seu pescoço e ele selou nossos lábios.
- Como é bom beijar você! - ele entrelaçou nossas mãos- Não faz ideia de quantas vezes quis fazer isso.
- Eu queria te matar nesse exato momento por fugir por tanto tempo, mas...
- Mas o que?
- Mas nós temos coisa melhor pra fazer.
- Concordo plenamente. - ele sorriu malicioso entendendo o recado.
- Só que antes vamos tomar café da manhã por que eu estou morrendo de fome! - disse conseguindo sair de trás dele - Vai tomar banho logo!
- Poxa, que maldade! - ele fez beicinho.
Dei um tapa na bunda dele assim que ele se virou em direção ao banheiro. Fui pra sala e liguei pra padaria da esquina e pedi que trouxessem um café da manhã delicioso, depois fui até a cozinha e bebi uma cerveja em apenas alguns goles, quase engasguei de tão rápido que tomei. Se o Justin me pegasse fazendo aquilo eu estaria completamente ferrada. Peguei um tridente de menta que estava em cima do balcão e mastiguei para tirar o gosto do álcool. Ouvi Justin cantando no chuveiro e comecei a rir daquilo, pelo menos a voz dele é bonita. Quando finalmente sentei no sofá a merda da campainha tocou, só podia ser o lanche que eu pedi, mas que droga! Me levantei batendo o pé no chão, mas ao abrir a porta me deparei com outra coisa que jamais, veja bem, jamais seria um café da manhã.
Era uma garota loira com uns peitões siliconados. Ela devia ter sei lá, uns 24 anos. Estava com uma roupa curtíssima apesar do frio que estava fazendo. Ela me olhou confusa por me ver, quer dizer, eu estava com a roupa dele e ela provavelmente não esperava me encontrar ali. Eu realmente queria socar a cara daquela vadia, mas tudo que eu consegui fazer foi encara-la sem dizer uma palavra.
- O Justin está? - ela finalmente perguntou olhando sobre meu ombro para dentro do apartamento.
- Está sim, por quê? - eu tinha uma mão na maçaneta e uma na parede impedindo que ela entrasse.
- É que, bom... Eu esqueci algumas coisas aqui.
- Quem é você? - fui curta e grossa.
- Spencer! - exclamou Justin todo sorridente aparecendo na sala apenas com um short balançando o cabelo que ainda estava molhado - Você sumiu, entra ai!
- Ah, oi Justin! - ela sorriu passando por mim depois de eu ter dado passagem a ela sem deixar de encara-la com fúria - Eu só vim buscar as minhas coisas que esqueci aqui aquele dia.
- Claro, eu me esqueci de deixar no seu apartamento, elas estão bem ali, eu vou buscar.
- Ok. - ela assentiu com um sorriso fraco.
Me sentei no sofá emburrada com aquela situação. Ela provavelmente deve ser uma das vadias que ele come e agora estava de volta querendo repetir a dose com a desculpa de que esqueceu as coisas aqui, ah fala sério, eu quero matar essa piranha. E o que mais me irrita é a beleza falsificada dela. Pode não ser natural, mas são peitos, e homens gostam de peitos. Apesar da minha total falta de educação ela me lançou um pequeno sorriso enquanto esperava Justin voltar parada perto da porta. Apenas liguei a TV desviando o olhar e colocando as pernas na mesinha do meio da sala. Justin voltou do quarto com uma sacola, tinha algumas roupas lá pelo que eu pude perceber. Então é isso mesmo, ela era uma vadia que deu pra ele. Troquei de canal apertando o controle com tanta força que eu não sei como ele não quebrou. E o pior era que o Justin não parava de sorrir como se aquilo fosse completamente normal.
- Eu tô falando serio Spenc! - ele disse pousando sua mão no ombro dela- Não some desse jeito, estava com saudades!
- É a faculdade, eu já disse, último ano de Engenharia não é brincadeira.
- Ok, mas promete que vai vir me visitar de vez em quando e trazer torta de frango?
- Tá prometido. - ela riu - Mas eu moro praticamente do lado do seu apartamento e você nunca vai lá em casa, nunca.
- Vamos colocar culpa na faculdade então. - eles riram e eu taquei o controle no chão despertando a atenção de ambos.
- Então, eu vou indo, tenho um trabalho pra entregar hoje ainda! - ela disse ao perceber que a sua presença não me agradava nenhum pouco - Depois nos falamos.
- Tá bom, até mais Spenc! - ele de um beijo na bochecha dela e abriu a porta para que ela passasse.
Balancei a cabeça sem acreditar que aquilo estava acontecendo. Eu estava tipo com muita raiva, muita raiva mesmo. Eu nunca pensei que ficaria tão brava por causa de ciúmes. Ele estava tecnicamente sendo legal com outra mulher na minha frente. Isso é completamente ilegal. Ele ia me dizer algo, mas a campainha tocou novamente. Hum, talvez ela esqueceu o ante concepcional também, ah melhor, ela deve ter esquecido a vergonha na cara. Mas era apenas o entregador com o café da manhã. Justin pegou tudo e pagou. Ele me viu fuzila-lo com o olhar e deu uma risada abafada indo colocar o lanche na mesa.
- Candice vem comer! - ele gritou da cozinha.
- Eu vou embora! - disse me levantando.
- Não amor, ainda tá cedo, vamos ficar juntinhos, vai.
- Cedo? É quase meio dia.
- Tá cedo sim poxa, vem comer, vem, você que pediu...
- Eu já disse que vou embora! - rosnei caminhando até o quarto para pegar minhas coisas.
- Que foi marrentinha? - o ouvi dizer ao entrar no quarto.
- Marrentinha é o caralho! - disse passando por ele rapidamente.
- Você não vai a lugar nenhum vestida assim!
- Depois eu te devolvo a sua roupa. - já estava perto da porta.
- Candice para de ser criança! - ele pegou as chaves do carro e me seguiu - Não precisa ir embora agora.
- Eu quero ir então eu vou. Não tô pedindo pra você me levar!
- Teimosa, marrenta, chata! - reclamou assim que entramos no elevador- Tudo isso por causa da Spencer? Qual é, ela é só uma amiga.
- Uhum.
- Tá, nós já ficamos, mas foi por que...
- Por que ela é uma mulher e você é um homem, por que ela tem uma buceta e você tem um pal! - falei enfurecida.
- Não pira tá? Ela é só amiga, isso é passado, ela tem um lance com o Ryan e...
- Vocês compartilham então? Hum, legal. - o elevador chegou ao último andar e nós saímos seguindo até o estacionamento.
- Candice você não pode me culpar por tudo que aconteceu na minha vida antes de você.
- Nós estamos juntos agora, não estamos? E você nem se importou em dar em cima dela na minha frente!
- Eu não dei em cima dela, eu só fui legal, você queria que eu a chutasse pra fora da minha casa?
- Você tem razão. Sua casa. Eu não devia ter me metido nisso.
- Entra logo no carro, eu vou te levar pra casa.
- Se quiser eu posso pegar um táxi.
- Candice sem drama, por favor!
- Qual carro? - perguntei impaciente.
- Range Over! Esqueceu que você bateu na traseira da minha Ferrari aquele dia? Ela está na oficina há dias, não sei como vivo sem ela e é tudo culpa sua.
- Culpa minha? - ri sarcasticamente- Realmente era culpa minha você e o meu pai armarem contra mim, uau, sou a maior culpada da história.
- Esquece isso! Não quero brigar. - ele se sentou no banco de motoristas sem se quer se preocupar em abrir a porta do carro pra mim- Que foi não vai entrar?
- Babaca. - grunhi dando a volta e me jogando emburrada no assento de passageiros.
Nós passamos o caminho inteiro sem trocar uma palavra. Mas o pior era que ele agia como se nada tivesse acontecido, ficava ouvindo as suas músicas e até fazendo alguns movimentos de dança sem se preocupar com o que eu sentia. Pode até ser meio drama, meio exagero, mas porra é uma mulher seminua na casa do meu namorado dizendo que esqueceu suas coisas no apartamento dele. Como quer que eu me sinta? Que eu dê pulos de alegria? Não, isso não vai acontecer tá bom. Os vinte e cinco minutos até a minha casa pareceram demorar horas e horas e horas. Assim que ele parou o carro no portão os seguranças abriram o mesmo para que ele entrasse, mas eu o fiz parar, ele freou o carro confuso e me olhou.
- Não precisa entrar!
- Quê? - ele arqueou uma sobrancelha- Devo explicações aos seus pais, nós temos um monte de coisas pra conversar e... - o interrompi.
- Justin agora não!
- Por que não? Candi é serio, para de agir como uma criança, ela é só uma amiga minha, eu não tenho nada com ela e mesmo que eu tivesse é só você que importa agora, será que você não entende? Eu te amo Candice, eu te amo pra caralho e você é a única mulher da minha vida.
- Eu também te amo Justin! - disse dando um beijo estalado em sua bochecha e saindo do carro.
Ele socou o volante com raiva quando me viu passando pelo portão. Olhei pra trás e recebi seu olhar furioso, depois o vi dá ré e arrancar para longe em alta velocidade. Ele sempre dirige muito rápido, mas eu confesso que fiquei assustada com o modo que ele saiu. Eu não estava com raiva, na verdade eu só queria um momento sozinha. Por que era muita coisa na minha cabeça, eu ainda tentava assimilar as coisas. Eu só não queria agir estupidamente, dizer coisas escrotas e acabar com tudo. Eu queria pela primeira vez na vida agir como uma pessoa normal, eu queria ser passiva. A verdade é, eu só queria ser o tipo de garota que realmente merece ser a namorada de Justin Bieber.
Minha mãe estava ao telefone conversando com alguém quando eu entrei, pelo jeito que ela sorria parecia ser alguém muito importante. Eu precisava falar com ela, mas aquela conversa estava com cara de que ia durar horas. Meu estômago roncou e eu joguei a sacola com as minhas roupas rasgadas no chão e fui até a cozinha. Zoe estava na cozinha terminando de fazer o almoço, mas eu não estava com a mínima vontade de esperar ela terminar, eu queria comer o mais rápido possível já que não tinha tomado café da manhã ainda pelos motivos óbvios. Me aproximei lentamente da Zoe que estava mexendo alguma coisa no fogão e dei um baita susto nela que quase derramou todo o molho branco no chão.
- Que susto menina! - resmungou controlando a respiração parecia que seu coração ia saltar pela boca - Não faz isso comigo!
- Desculpa Zoe! - falei rindo- Mas a sua cara foi a melhor!
- Não achei graça nenhuma! - falou séria - E como você passa dois dias fora de casa assim?
- Eu estava com o Justin! - falei abrindo a geladeira - EBA BRIGADEIRO!
- Você é uma moleca mesmo! - ela riu colocando o molho no macarrão que já estava pronto em cima da mesa.
- Hum, macarrão? - comi uma colherada de brigadeiro de panela - E ainda de molho branco, o preferido do Justin, sabe eu queria saber cozinhar ás vezes.
- Hm mm você anda falando muito do Justin ultimamente! - sussurrou maliciosa.
- Você acha? - fiz cara de lerda - E me diz, quando foi que eu não falei nele?
- Ah dona Candice, você é demais... - ela balançou a cabeça e eu sai da cozinha rindo pras paredes. Mamãe estava acabando de desligar o telefone quando e se virou pra trás dando de cara comigo, ela arregalou os olhos imediatamente.
- Que foi, é proibido comer brigadeiro agora? - a vasilha estava na minha mão.
- O que aconteceu com as suas roupas? - ela se aproximou de mim- Por que está vestida assim Candice?
- É que... - franzi o cenho- eu estava na, eu...
- Você? - ela arqueou a sobrancelha esperando por uma resposta.
- Eu estava na casa do Justin.
- Isso eu já sei, só não entendo por que passou dois dias lá e também por que você está vestida assim, por que as suas roupas estão rasgadas e... - a interrompi.
- Me meti numa enrascada e o Justin foi lá me buscar, eu acabei rasgando minhas roupas por que eu estava num acampamento no meio do mato, sabe, com a galera da escola, ai lá tem pal, arame, galho sabe? - menti.
- Hum, e por que não veio pra casa?
- Ah mãe... - comecei caminhando até o sofá - Eu e o Justin estamos finalmente juntos.
- Você e o Justin? - a voz do meu me surpreendeu assim que ele passou pela porta.
- Pai? - gaguejei de boca cheia.
- Como assim vocês estão juntos? - minha mãe veio na minha direção.
- Isso é demais! - meu pai sorriu colocando a sua pasta em cima da mesinha no centro da sala - E ele já sabe disso? Que vocês estão juntos?
- PAI! - protestei rindo - Nós nos beijamos e foi lindo.
- Como um bom pai eu deveria falar coisas sensatas não é? - ele riu se sentado do meu lado.
- Na verdade seria mais interessante se o senhor dissesse que ele é o garoto mais sortudo do mundo por me ter como namorada.
- Olha... Pelo que eu conheço de você ele acabou de arrumar uma encrenca. - ele me abraçou de lado gargalhando.
- Agora eu não tenho mais segurança!
- Então os 15 mil dólares vão pras praças dessa cidade!
- Ainda acho um absurdo o senhor pagar 15 mil dólares pra ele cuidar de mim.
- Você dá muito trabalho, e agora vai ser tudo de graça, tô no lucro.
- Hey! - minha mãe quase gritou- Eu ainda estou aqui.
- Ué...
- Desde quando? Como aconteceu?
- Ah mãe, foi assim, ele se aproximou e ai a língua dele...
- CANDICE! - ela protestou e meu pai apertou meu ombro dando risada.
- Brincadeira. - falei séria - Só aconteceu mãe, nós estamos juntos, é isso.
- Eu gostei. - ela falou ajeitando o cabelo- Ele é um bom garoto.
- O genro que eu pedi a Deus! - murmurou meu pai orgulhoso.
- Esses 15 mil dólares devem ser muito importantes mesmo hein...
- Não é isso filha, é que estamos em uma crise lastimável.
- Crise? - perguntei confusa assim que ele e minha mãe se entreolharam preocupados- Que crise?
- Nada que eu não possa resolver! - ele se levantou fugindo do assunto- Diga ao Bieber pra vir aqui em casa depois e que eu adorei saber que vocês estão juntos.
- Tá. - falei e ele pegou sua pasta e caminhou até o seu escritório - O que aconteceu mãe?
- Problemas, só alguns problemas.
- Mas vocês estavam tão... Tensos!
- Não é nada Candice! - disse séria - Não se preocupe com isso.
- Não tá mais aqui quem falou. - exclamei levantando os braços.
- Tenho que ir pro salão, tem hora marcada agora. - ela pegou sua bolsa em cima do sofá.
- Tá bom. - falei ligando a TV.
- Candice! - ela chamou se virando pra mim após abrir a porta.
- Quê?
- Você e o Justin formam um casal perfeito.
- Obrigada. - sorri largamente sem conseguir não demonstrar o tamanho da minha felicidade.
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Protected in Paradise
FanfictionPS: Essa obra não é minha, eu apenas a reposto. Fanfic por: Adrielle Queiroz Felicio todos os direitos reservados á ela. Candice e Justin se conhecem em uma boate, quando por um incidente ela se joga na frente do carro dele, ele a leva para casa del...