Capítulo 24 - Lolly

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Justin P.O.V 

Ainda não estava acreditando naquilo. Então eu estava realmente a caminho da casa da minha namorada, da minha princesa, da minha garota para terminar com ela? E eu tentava de todas as maneiras criar um diálogo na minha cabeça que tornasse aquilo mais fácil e natural, mas nada, nada parecia ou chegava ao menos perto de ser fácil. Era simplesmente a decisão mais difícil que eu já tomei, nem de decisão eu posso chamar isso. Eu simplesmente não tinha escolha. E não se tratava mais apenas do meu emprego, se tratavam de todas as pessoas inocentes que tinham sido enganadas, todas as mulheres que devem ter passado noites e noites chorando por estarem em um fim de mundo sendo abusadas, sem as suas famílias, sem ter uma luz. Tratava-se de todas as famílias que estavam sofrendo por seus filhos serem viciados em drogas e das pessoas que morriam todos os dias por que não eram bem atendidas nos hospitais por falta de médicos e de equipamentos. Isso se tratava de bom senso, de amor ao próximo e de caráter. E por mais que a amasse de todas as cores e maneiras e jeitos possíveis, ainda assim, eu não poderia escolher fechar os olhos para tudo que estava diante de mim. Eu sabia o quanto ela ia sofrer e também sabia que sofreria tanto ou mais que ela, porém a vida me ensinou que ás vezes precisamos deixar de pensar em nós mesmos, precisamos deixar o egoísmo de lado e sermos fiéis aos nossos valores e costumes. Minha mãe me ensinou que sempre devemos fazer o certo e é exatamente isso que eu estou fazendo, mesmo que sinta o meu coração estar na palma de minhas mãos.

Eu tinha que falar com ela e em seguida ir pra casa do Chaz pra irmos até a boate resolver aquela parada. Assim que os seguranças abriram o portão pra mim senti um frio na espinha, tudo estava cada vez mais perto do fim e aquilo me partia em diversos pedaços. Eu me sentia o pior ser humano do mundo, por que apesar de estar fazendo o certo eu ia magoar a pessoa que eu mais amo na minha vida, a garotinha que me conquistou aos poucos com seu jeito louco, insano e divertido. A menininha que tem um coração de ouro, ela simplesmente não nasceu na família certa. Deixei o carro na garagem e entrei pela porta da sala de estar. Thomas estava discutindo com Madelyn perto da escada, eles falavam algo sobre ele ter certeza de que estava na mira da polícia enquanto ela se desdobrava de tanto chorar gritando pra ele que tinha que ter uma forma de mudar as coisas, dizendo que era só uma fase, que tudo ia ficar bem. Era óbvio que aquilo era novo pra ela, estava estampado em seus olhos doces e miúdos que ela não fazia ideia da dimensão do rolo que seu marido tinha se metido.

- Com licença! – exclamei entrando na sala – Está tudo bem?

- J-Justin! – Thomas gaguejou ao me ver. Madelyn enxugou as lágrimas e me lançou um sorriso fraco, então subiu as escadas deixando apenas eu e ele ali.

- Ela está bem? – perguntei apenas por perguntar, era óbvio que ela estava péssima.

- Sim, ela está com raiva por que não quero viajar esse fim de semana, mas veja bem, o meu trabalho sempre vem em primeiro lugar, essa cidade precisa de mim aqui, eles merecem ter tudo sob controle!

- Mas é claro! – forcei um sorriso, na verdade eu queria avançar no pescoço dele, sacar a arma que estava dentro da minha cueca e dar um tiro na sua cabeça. – Candi está?

- Sim, acabou de chegar do shopping, ela só fala nesse baile de formatura, precisa ver que vestido encantador ela comprou.

- Sério? – arqueei a sobrancelha me sentindo culpado, aquela sensação era horrível – Eu preciso falar com ela.

- Ela está muito animada! – ele garantiu – Sábado vai ser demais.

- E Madelyn queria viajar mesmo sabendo da formatura? – indaguei de um jeito provocativo sem me dar conta das minhas palavras.

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