Capítulo 29 - Killing The Pain

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Candi P.O. V - 

- Pra onde estamos indo Zach? – perguntei enquanto procurava por um CD no estoque que ele tinha guardado no porta luvas de seu carro.

- Um lugar sensacional em que eu costumava ir sempre! – respondeu me olhando por um breve segundo – Não vai mesmo me dizer por que estava desesperada daquele jeito quando me ligou e quando chegou lá em casa?

- Não quero falar sobre isso! – abaixei o olhar, eu realmente não queria falar sobre isso.

Simplesmente por que não tinha nada pra ser dito, todo o meu coração, toda a minha alma... Não havia mais nada. Somente um vazio impreenchível, uma dor irredutível, e uma vontade imensa de morrer. Sim, eu desejava morrer, eu desejava que Deus tirasse a minha vida por que ela não fazia mais sentido nenhum.

Quando sai correndo da minha casa eu pedi a Deus que fosse atropelada por um carro e parasse de respirar, eu pedi pra ele me tirar dessa porra de mundo, eu nem me lembro mais de na frente de quantos carros eu me joguei, pelo menos umas nove ou dez, e o mais engraçado é que nenhum deles, nenhum deles me atingiu, todos freavam, buzinavam e diziam que eu estava louca. Eu realmente estava, mas quem liga! Não tenho mais ninguém pra se importar.

A minha cabeça girava, eu simplesmente não conseguia parar de chorar, as minhas bochechas ardiam, meus olhos chegavam a doer, doíam muito, mas calma, não era nem de perto a dor que eu sentia por dentro, é, essa não poderia ser comparada a nenhuma outra. O que eu sentia por dentro era uma dor que dilacerava o meu coração. Quer dizer, coração? Não, coração não, eu quis dizer o resto que sobrou dele. Eu sentia tudo sangrando por dentro, nem dava pra pensar que tinha sido uma mentira, nem dava pra pensar que a vida era uma merda por que a dor dentro de mim me impedia de raciocinar, de esboçar qualquer reação.

Eu estava perdida, perdida. E só quando voltei a si eu pude pegar o meu celular e ligar para alguém, mas eu não queria ligar pra Stacy, eu não queria ligar pra minha mãe e muito menos pro Justin. Foi então que eu me lembrei do Zach, mas eu estava tão desesperada que ele mal entendia as palavras que eu pronunciava soluçando. Ele veio me buscar em algum lugar de alguma Avenida de Jacksonville. Ele me levou pra casa dele e a mãe dele cuidou de mim junto com ele, eu pedi pra ele não contar nada pra Stacy e eu simplesmente não conseguia falar sobre o que tinha acontecido. Ao ligar a TV percebi que os noticiários ainda não falavam sobre o corrido, sobre a prisão do Prefeito de Jacksonville.

E eu não me lembro de como por um milagre isso aconteceu, mas eu acabei dormindo no colo do Zach. Quando acordei já estava bem tarde, eu percebi que era tudo real e a dor voltou como uma pontada na espinha, na cabeça e no coração. Antes que eu começasse a chorar como uma criança que acaba de perder o seu brinquedo Zach tentou me animar dizendo que me levaria a um lugar que ele adorava ir. Foi então que viemos parar nesse lugar em que ele tinha acabado de parar o carro.

Era um lugar grande e cheio de árvores, a grama era verde e logo a frente chegava ao fim.

- O que tem lá? – perguntei após ele abrir a porta do carro pra mim.

- A melhor parte está lá! – ele disse sorrindo, queria poder sorrir de volta, mas eu não tinha forças pra isso – Vem comigo! – ele estendeu a mão e eu o encarei duvidosa – Vem Candi, você vai gostar!

Ao nos aproximarmos da beira, de cara pude perceber que era um penhasco. O rio lá em baixo estava agitado, ele era tão cheio de vida e eu simplesmente não conseguia sentir nada. Era lindo, isso eu não podia negar.

- Eu sempre vinha aqui quando era mais novo, na verdade mês passado eu também vim, eu pulava quase todos os dias com o Ethan, com meus primos e uma vez até com a Alice!

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