Justin P.O.V
Acorda, acorda ! - alguém me sacudia sem parar, meu Deus, o que está acontecendo? Esfreguei os olhos com as mãos tentando abri-los pois a claridade do ambiente me incomodava muito.- ACORDA!
_ Você já acordou? - a garota estava sentada na cama ao meu lado gritando como uma louca.
_ Sim, não tá vendo? Olha, eu não sei como vim parar aqui, a gente transou foi?
_ N-não.- gaguejei me sentando e escorando na cabeceira da cama- V-você se jogou na frente do meu carro ontem a noite e ai eu te trouxe pra cá.
_ Poxa, a gente não fez nada? - ela era dona de um sorriso maroto, nem parecia a mesma que chorava descontroladamente na noite passada.
_ Dormiu bem? - me descobri daquele lençol e me levantei da cama, aquilo era confuso demais.
_ Mais que bem, aquele sofá é uma maravilha. - ela virou suas pernas para a direção aonde eu estava.- O que você acha de eu fazer o café da manhã enquanto você troca de roupa?
_ Ai meu Deus! - exclamei constrangido ao notar que eu estava só de cueca box. Ela riu da minha reação e saiu do quarto provavelmente para fazer o café da manhã.
Essa garota é maluquinha, isso eu já percebi. Olhei as horas no relógio que se encontrava na escrivaninha ao lado da cama. Puta merda, 11 e meia da manhã. O Chaz vai me matar, eu estou completamente ferrado, minha vida acabou. Corri pra sala pra pegar o meu celular e suspirei aliviado ao ver a mensagem do Chaz que dizia "Reunião adiada para ás 16:00horas, vamos conseguir mais detalhes até lá". Eu estava ansioso pra saber de que caso ele estava falando, o que eu teria que investigar dessa vez e melhor ainda, quem eu teria que investigar. Ele sempre me deixa com os casos mais complicados e difíceis de decifrar. Enquanto os outros diretores de Investigação Criminal ficam com casos que são solucionados em um mês ele me dá casos de seis meses ou até um ano para serem solucionados no mesmo período de tempo. Por que? Sei lá, por que ele acredita que eu seja o melhor investigador que o FBI já conheceu. E eu me orgulho disso, assim como a minha mãe se orgulha.
Uma vez solucionei um caso reconhecido mundialmente, a prisão do corrupto ex presidente do México que estava praticando extorsão, fisiologismo e lavagem de dinheiro público o que incluía grande parte dos Estados Unidos. Desde essa missão Chaz tem dado os casos mais complicados pra mim. Ás vezes é chato mas é bom ser reconhecido e respeitado pelo seu trabalho, melhor ainda pelo fato de ser um anônimo o que faz com que você não corra nenhum risco de vida. Além de ser o meu chefe ele é o meu melhor amigo. Nós começamos a fazer faculdade de Direito juntos quando foi recrutado para o FBI, nem mesmo eu podia saber disso, nunca entendi por que ele saiu da faculdade sendo que era o grande sonho dele até que um ano depois eu fui convocado também. A essa altura ele tinha se destacado de uma forma inacreditável e agora era um dos Diretores dessa organização reconhecida e temida mundialmente. Não foi difícil eu me encaixar lá já que ele me deu todo um suporte. Foi então que eu terminei com a minha ex namorada, a Emma. Foi horrível mas se tem uma coisa que não combina com FBI, é romance.
_ Você gosta de panquecas né? - perguntou a garota entrando na sala com uma concha na mão- Opa! - ela tampou os olhos descuidadosamente fingindo fecha-los.
_ Não ligo mais, parece que você gosta de me ver assim. - sorri pelo nariz, ela riu de volta tirando as mãos dos olhos e eu joguei o celular de volta na escrivaninha voltando pro quarto.
Havia algo naquela garota que me atraia e muito, fora a sua beleza que nem vamos constatar aqui. Parece que a cada segundo eu descubro algo de diferente nela, o tipo de pessoa que é tão misteriosa e tão ela ao mesmo tempo. Um poço de beleza e encantamento.
Adentrei o banheiro e me assustei ao ver o estado do meu cabelo no espelho, eu sou muito chato pra essas coisas de beleza, gosto de andar arrumado o tempo inteiro e naquele momento o meu cabelo parecia um pedaço de bombril que nunca foi usado. Abri a torneira e o molhei um pouco, depois passei gel e o desarrumei espalhando os fios. Escovei os dentes, lavei o rosto pra tirar aquela cara de sono e voltei para o quarto deixando a porta do banheiro aberta. Coloquei uma roupa do tipo que costumo usar durante o dia exceto quando vou trabalhar. Ouvi um cheiro de queimado no momento em que estava passando perfume. Porra, esqueci que tem uma louca na minha cozinha. Sai correndo até lá e me deparei com um fogão cheio de gordura e algumas panquecas no chão aonde também havia uma frigideira.
_ Merda. - ela murmurou se abaixando para pegar a panela.
_ Deixa que eu faço isso. - me agachei e a ajudei a jogar as panquecas no lixo.
_ Eu sou uma desastre na cozinha. - ela lavou as mãos com o detergente da pia.
_ Tá tudo bem. - menti, hoje era o dia de folgada da Nanny, a empregada.
_ Eu vou limpar o chão, droga, desculpa mesmo. - seus dedos se moviam rapidamente, ela estava nervosa.
_ Ei, tá tudo bem. - segurei seu braço parando-a por um segundo. - Olha só, vamos comer Sucrilhos com leite, é o melhor café da manhã de todos, vai por mim.
_ Achei que você não gostava de Sucrilhos. - ela se sentou no balcão da cozinha me observando arrumar o nosso "lanche".
_ Por que não? É uma delicia sabia.
_ Sabia. - ela apoiou os cotovelos na bancada e descansou seu queixo em suas pequenas mãos.- Eu como quase todos os dias mas achei que um cara como você não ia querer comer isso.
_ Um cara como eu? - questionei colocando o sucrilhos na pequena vasilha.
_ É. - ela me ajudou colocando o leite.- Independente.
_ Só me mudei da casa da minha mãe, ainda sou um completo inexperiente. Pra você ter noção, eu só almoço comida de verdade quando a Nanny está em casa ou quando minha mãe vem me visitar.
_ Poderia oferecer ajuda mas você já sabe que eu não levo jeito pra coisa. - ela comeu uma colherada de uma vez só me fazendo rir.
_ Viu só, já temos algo em comum. - guardei o resto do sucrilhos no armário e coloquei o leite na geladeira, depois peguei minha vasilha em cima balcão- Vem, vamos pra sala.
Ela riu e se levantou seguindo atrás de mim, o canto de sua boca estava melado de leite, aquilo era engraçado. Ela se sentou no sofá e apoiou suas pernas na mesinha que ficava no centro da sala, fala serio, eu fazia a mesma coisa. Liguei a TV e me sentei ao lado dela, ela parecia não comer a anos pois engolia tudo sem nem mastigar direito. Uma princesa sem modos. Eu gosto disso.
_ Você deve estar me achando uma louca né? - seus olhos me fitaram com curiosidade.
_ Pouquinho. - respondi rindo.- Não é todo dia que eu trago uma garota tão linda e bêbada pra casa.
_ Ah é? - ela riu- Aposto também que não é todo dia que te acordam do nada e destroem a sua cozinha.
_ Definitivamente.
_ Eu vou matar a Stacy. - pigarreou fazendo uma careta.- Não acredito que ela me deixou sozinha ontem.
_ Eu não entendi o que aconteceu.
_ Eu só me lembro que dei a garrafa de vodca pra ela segurar, ai eu comecei a dançar como uma louca e ai do nada ela não estava mais lá, foi então que me dei conta de tudo, uns homens tentaram passar a mão em mim mas eu desci da mesa correndo e sai lá pra fora, acho que foi nesse momento que eu me joguei brutalmente na frente do seu carro, sou um completo desastre.
_ Então foi isso? - coloquei a vasilha em cima da mesinha, não estava com fome. - E ah propósito não era vodca, era tequila.
_ Era você não era, eu me lembro de ter te visto ainda lá dentro.
_ Sim, eu te vi quando estava saindo.
_ Nossa, você me viu daquele jeito, deve estar me achando uma maluca. - sussurrou preocupada.
_ Não, está tudo bem. - garanti me acomodando naquelas almofadas.- Mas você ainda não me disse o seu nome...
_ Ah, que besteira a minha. Meu nome é Candice mas pode me chamar de Candi. - ela tinha nos lábios o seu melhor o sorriso.- E o seu?
_ Eu sou Justin, Justin Bieber.
_ Prazer em conhece-lo Bieber. - ela reforçou meu sobrenome.- Você mora em Jacksonville a muito tempo? Não tem cara de ser americano.
_ Como você adivinhou? - chegou um certo momento em que eu não conseguia parar de sorrir, era incrível como ela era adorável.- Eu sou canadense.
_ Canadá e os seus atributos.- ela tirou suas pernas de cima da mesa e as encolheu abraçando seus joelhos sem desviar os olhos de mim.- Mas agora me diz uma coisa, está gostando daqui?
_ Moro aqui há pouco tempo, só um ano e meio.
_ Melhor que a vida inteira. - seu tom demonstrava aborrecimento em morar aqui.- Legal mesmo seria morar na Califórnia.
_ Praias?
_ Surfistas, festas loucas e insanas, muitos homens gostosos iguais a você e as melhores bebidas. - suas mãos fantasiavam as palavras sendo pronunciadas por sua boca.
_ Patricinha de Jacksonville querendo curtir a vida adoidado? Eu já tive a sua idade.
_ Ah qual é, quantos anos você acha que eu tenho?
_ 17? - chutei.
_ Nada disso mocinho.
_ 16?
_ Que isso. - protestou.
_ Não vai me dizer que tem 15 anos!
_ Eu tenho 19 gato, deveria ter notado pelo meu corpo sexy.
_ Uau, 19? Dá pra me explicar por que seu pai fica tão irritado quando você sai então?
_ É uma longa história, outro dia eu te conto. Posso comer o resto do seu sucrilhos? - seus olhos demonstravam uma fome insaciável.
_ Pode comilona. - peguei a vasilha e coloquei em suas mãos.
_ Obrigada. - ela esticou as pernas com um sorriso no rosto, o mesmo de uma criança quando ganha uma balinha.- Sempre que eu bebo fico com muita fome.
_ Engraçado, eu fico sem fome.
_ Não temos isso em comum. - ela riu divertida se deliciando daquele sucrilhos.- Mas e você, tem quantos anos?
_ Só 21, ainda sou um bebê.
_ Você só é dois anos mais velho que eu, nós podemos transar sabia?
_ O que? - arregalei os olhos.
_ Brincadeira, brincadeira. - ela deu um tapinha no meu ombro.
Ela terminou de comer e acho que só não lambeu a vasilha por que eu estava ali. Depois ela se levantou e pegou as duas vasilhas pra levar pra cozinha. Acho que ela lavou por que demorou algum tempo para voltar para sala lambendo os dedos que estavam sujos de chocolate.
_ Minha marca preferida- comentou sapeca olhando pras fotos espalhadas pela sala.- Sua irmã?
_ Não. - disse rindo- É a minha mãe. Por que todo mundo acha que ela é minha irmã?
_ Por que ela é muito gata. E essas duas coisinhas lindas, quem são?
_ Minha irmãzinha e meu irmão, Jaxon e Jazmyn.
_ Engraçado, seu cabelo era lisinho...
_ É, durante o colegial, mas ai mudei o corte, os garotos invejosos estavam começando a me copiar.
_ É mesmo senhor convencido? - ela riu pegando outro porta retrato aonde eu estava com meu pai.
_ Esse é o Jeremy, é o meu pai.
_ Ele tem cara de mal. - colocou o porta-retrato de volta na mesinha.
_ Não, ele não é mal. Ele é ex jogador de UFC mas não é mal não, ele é demais.
_ Você não vê eles com frequência?
_ Eles moram em Toronto, mas meu pai é separado da minha mãe. De vez em quando minha mãe traz as crianças aqui, elas os considera como filhos também, ás vezes quando ele tem tempo ele vem também. Tem uns quatro meses que eu não vou no Canadá.
_ Por que se mudou pra cá? - ela se sentou de volta no sofá.
_ Bom... foi preciso. - respondi naturalmente, existem coisas que ela não pode saber, ás vezes eu acabo me esquecendo que sou um agente do FBI.
_ Entendi, você tem namorada?
_ Não, eu não tenho. Você tem namorado?
_ Meu irmão espantou todos eles e o último acabou se suicidando.- meus olhos se arregalaram e então ela soltou aquela sua risada gostosa.- Brincadeira gatinho, relaxa, você se assusta atoa.
_ Que medo de você Candi.
_ Nossa, eu tenho que ir pra casa, meu pai deve estar me procurando, minha mãe deve estar maluca e o meu irmão já deve ter chamado a gangue dele pra ver se eu não estou com nenhum vagabundo.
_ Vou te levar pra casa. - ri do seu desespero.- Só vou pegar a chave do carro.
Peguei as chaves e coloquei uma jaqueta de couro. Passei mais perfume e depois voltei pra sala. Ela já estava parada perto da porta, tinha desligado a TV e tinha as mãos no cabelo jogando sua franja pro lado. Meu Deus, como ela é sexy.
_ Pronto Justin? - sorriu largamente, eu estava do outro lado da sala hipnotizado por sua beleza.- Justin, tá ai ?
_ Ah, claro, tô pronto, to sim. - me dispersei daqueles pensamentos maliciosos e caminhei até a porta, passei meu braço pelo seu ombro enquanto caminhávamos para o elevador.
O Charlie deu uma piscadinha maliciosa e murmurou um ' Tô de olho' baixinho quando passei pela portaria em direção a garagem.
_ Uau, nós vamos de Ferrari? - sorriu maravilhada quando eu destravei a porta.
_ Claro gata. - murmurei entrando no carro.
_ Que mal educado, devia ter aberto a porta pra mim. - ela reclamou fazendo um beicinho.
_ Desculpa mas a porta já estava espremida na parede, não ia caber nós dois ali.
_ Aposto que ia. - seus olhos exalavam o duplo sentido de suas palavras.
_ Vamos, coloca o sinto.
_ O que? - ela estava indignada.
_ Acredite, não vai querer andar de carro comigo sem sinto.
_ Tudo bem. - ela bufou colocando o cinto.
Dei ré a 120km por hora e quando freei bruscamente na rua seu corpo foi jogado pra frente sendo segurado pelo cinto de segurança e ela me olhou com um largo sorriso murmurando um grande 'UOW'. Ri daquilo e sai a 160km naquela avenida. Ela me disse que morava no Riverwalk que é se eu não me engano o bairro mais chique daquela cidade, isso despertou a minha curiosidade em conhece-la. Não pelo dinheiro, isso eu tenho de sobra. Mas o por que de ela estar naquela boate, isso não fazia o menor sentido, não fazia o seu perfil social apesar de mentalmente ela ser quase retardada. Alguns poucos minutos depois ela me mandou parar em frente uma mansão super luxuosa.
_ Tem certeza que é aqui Candice? - perguntei pela terceira vez olhando pra ela e pra mansão várias vezes seguidas.
_ Eu já disse que tenho. - ela riu abrindo a porta do carro.- Obrigada por ter cuidado de mim.
_ Não foi nada.
_ Olha aqui... - abriu o porta-luvas e pegou uma caneta e uma folha de papel aonde escreveu alguma coisa.- Esse é o meu número. De qualquer forma você sabe aonde me encontrar.
_ C-certo... - guardei o papel no bolso.-
_ Até mais então. - ela sorriu, aquele mesmo sorriso hipnotizante. Se aproximou de mim e depositou um beijo molhado e demorado na minha bochecha. Desceu do carro, fechou a porta e ajeitou o vestido.
Dei partida no carro após vê-la adentrar aquela enorme mansão rodeada por seguranças. Talvez eu nunca mais fosse vê-la, por que um agente como eu não pode se envolver com uma garota assim. Não pode se envolver com garota nenhuma.
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Protected in Paradise
FanfictionPS: Essa obra não é minha, eu apenas a reposto. Fanfic por: Adrielle Queiroz Felicio todos os direitos reservados á ela. Candice e Justin se conhecem em uma boate, quando por um incidente ela se joga na frente do carro dele, ele a leva para casa del...