Capítulo 1 - First Met

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Justin P.O.V

Denver Pub, Jacksonville - Florida

 _ Desce mais uma dose de uísque.- pedi com os braços apoiados em cima do balcão. A música era ensurdecedora e a minha gravata estava me sufocando. Não estava acostumado com aquele tipo de ambiente, não é sempre que tenho tempo para essas regalias. Eu já tinha tomado umas seis doses de álcool e já estava começando a fazer efeito.
 _ Aqui está . - murmurou a moça com um sorriso travesso nos lábios.
 _ Obrigada. - retribui o sorriso e tomei de uma vez só - Quanto é?
 _ 66 dólares. - isso que dá ir a uma das boates mais caras da Florida. Enfiei as mãos no bolso procurando pela minha carteira e levei pelo menos uns trinta segundos até encontra-la. Tirei 80 dólares de dentro da mesma e coloquei na mão da bela moça a minha frente.
 _ Pode ficar com o troco. - murmurei guardando a carteira.

 Ela sorriu em agradecimento e se virou para atender outro cliente, devia estar acostumada com gorjetas muito maiores. Levei algum tempo até arranjar coragem para me levantar daquela cadeira que era quase da altura do balcão. E ao fazer tal ato minha atenção foi completamente voltada para a pista de dança.

Olhos azuis como o céu exalavam luxuria, cabelos castanhos e quase loiros sendo jogados de acordo com os movimentos ousados que seu corpo esbelto fazia da forma mais sexy possível, todos ali pararam para admirar aquela bela garota que parecia ser novidade por ali. Ela tinha uma garrafa de tequila nas mãos e gargalhava alto ao lado de outra garota que era quase tão linda quanto ela. As duas dançavam ao som da música e pareciam não se importar com as pessoas ao seu redor, elas queriam provocar e faziam isso muito bem. Dei mais alguns passos no meio daquela multidão, precisava encontrar a saída daquele lugar antes que morresse de calor. Logo avistei a porta de saída, só que mais uma vez minha atenção foi voltada para a pista de dança após ouvir uns 'urros' vindos de lá. As garotas foram mais além, agora estavam em cima de uma das mesas de Strip, a amiga pegou a garrafa das mãos da loira para que ela pudesse dar o seu show de Pole Dance. Observei-a por alguns segundos quando por obra destino, eu devo dizer, nossos olhares se encontraram. Ela mordeu os lábios com força. Sorri pelo canto da boca e me virei de costas passando pela porta de saída da boate.

 O vento bateu em meus cabelos de forma prazerosa assim que coloquei os pés do lado de fora. Agora eu só precisava encontrar a minha Ferrari 458 Itália branca que estava em algum lugar daquele enorme estacionamento. Dei alguns passos largos tateando cada canto e logo avistei-a entre uma Lamborghini e um VOLVO. Desde quando tinha 16 anos eu tinha o sonho de comprar uma Ferrari ou uma Lamborghini mas depois que você tem mais de cinco carros luxuosos na sua garagem isso perde totalmente a graça.

Abri a porta do lado de passageiro e joguei a minha arma lá dentro após tira-la da cintura, ficava bem escondida debaixo do meu terno. Acendi um cigarro da Broadway e dei uma tragada enquanto o vento me refrescava suavemente. Meu momento foi completamente estragado pelo barulho irritante do meu celular que eu tinha deixado ali no carro por esse mesmo motivo. Balancei a cabeça em forma de protesto quando vi o número do Chaz no visor, rejeitei a ligação mas ele insistiu várias e várias vezes. Essa era a minha semana de folga, a minha noite, isso não era nenhum pouco justo. Suspirei e atendi sendo vencido pelo cansaço.

 _ Alô Chaz!- minha voz soou ríspida.
_ Oi, desculpa estar te ligando a essa hora mas é que ouve um imprevisto.- ele parou de falar por segundo como se estivesse fazendo outra coisa enquanto falava comigo.- E ai, eu precisei te ligar.
_ O que aconteceu? - joguei o cigarro fora.
_ Tem uma reunião amanhã ás 7 horas, é muito importante.
_ Da noite? Justo na minha semana de folga.
_ Não, da manhã. - ouvi o barulho de algumas folhas de papel serem passadas.- Vai por mim,eu não te ligaria se não fosse realmente necessário.
_ Mas cara são quase três horas da manhã e você quer que eu acorde ás sete?
_ Eu quero que você acorde antes por que sete horas é pra você estar aqui.- exigiu autoritário.
 _ Ainda está na agencia?
_ Eu nunca durmo meu caro amigo.
_ Tudo bem, eu vou estar ai as sete.- interrompi a chamada.

 É mais legal quando ele é só o meu melhor amigo. A partir do momento que ele se torna o meu chefe as coisas começam a ficar ruins. Joguei o celular no banco de passageiros e bati a porta que foi travada. Dei a volta e me sentei naquele confortável banco de motorista. Peguei um CD de rap e coloquei pra tocar procurando forças para dar partida. Mas geralmente quando eu bebo as coisas ficam realmente embaraçosas,eu perco a noção do tempo. Coloquei a chave de ignição e pisei no acelerador com leveza. O carro estava saindo normalmente quando eu ouvi um grito do lado de fora, na frente da Ferrari pra ser mais exato. Esfreguei os olhos meio assustado e desliguei o carro colocando as chaves no meu bolso. Desci rapidamente meio perdido e confuso. Tinha uma garota sentada no chão na frente do carro, ela escondia seu rosto nos joelhos e tinhas os braços envolta de suas pernas. Ela estava chorando como uma criancinha de cinco anos de idade.

 _ Você se machucou? - perguntei me agachando-me ao seu lado.- Por que se jogou na frente do meu carro?
_ Ele vai me matar. - ela murmurou com a respiração ofegante.
 _ Quem vai te matar? - empurrei seu ombro para trás pra que pudesse ver seu rosto e me surpreendi ao notar que era a loira que dançava a poucos minutos com a sua amiga. Seu rímel estava borrado por causa das lágrimas mas o seu rosto angelical e hipnotizante permanecia intacto.
_ Meu pai. - suas mãos foram levadas até o seu rosto como forma de amenizar aquele choro compulsivo.- Se ele souber que eu estou aqui, merda, eu nem sei o que pode acontecer.
_ Tá legal, eu vou te levar pra casa. Vem... - ajudei ela a se levantar, ela estava mais bêbada que eu, ela se apoiou no meu peito.
_ Eu não quero ir pra casa, eu odeio aquela vida. - seus olhos pareciam queimar de dor.
_ E aquela sua amiga, por que não vai pra casa com ela?
_ A Stacy? - suas mãos se aconchegavam no meu tórax enquanto ela encarava os meus olhos com intensidade,é uma garota tão inocente e ingênua, é óbvio que estava no lugar errado.- Ela é minha prima. Ela já foi embora.
_ Quer que eu te leve pra casa? - minhas mãos estavam em sua cintura.
_ Meu pai, ele não pode me ver assim. - sua boca incrivelmente bem desenhada suplicava.
 _ Você fica na minha casa e amanhã de manhã eu te levo, pode ser? - eu sabia que aquilo era completamente insano mas eu não podia deixar ela ali sozinha, haviam pessoas muito ruins naquele lugar e ela poderia ser vítima daqueles marmanjos nojentos que nós agentes do FBI ainda não conseguimos prender.

 Ela assentiu se acalmando mais um pouco, em passos lentos me aproximei da porta de trás do carro e a coloquei lá dentro. Ela se deitou de conchinha e posicionou os dois braços em baixo de seus seios se acomodando no banco, logo fechou os olhos e pegou no sono. O meu apartamento ficava a mais de uma hora daquele lugar e o trânsito não ajudava em nada. O portão do meu apartamento foi aberto pelo controle remoto que eu tinha na mão direita enquanto dirigia para a garagem. Estacionei no lugar de sempre e desci do carro, depois abri a porta do banco de trás e peguei nos braços aquele anjo que parecia tão leve quanto uma folha de papel.

_ Parece que o seu presente dormiu antes do previsto Sr. Bieber! - sussurrou a voz maliciosa de Charlie, o porteiro do prédio.
_ Não pense besteiras Charlie. - murmurei rindo pelo nariz enquanto entrava no elevador.

Ela estava nos meus braços, meu Deus, como eu poderia imaginar que aquela mesma garota que dançava naquela pista de dança fosse acabar no meu apartamento! A vida é cheia de surpresas mesmo. Suspirei quando a porta do elevador se abriu no quinto andar daquele enorme predio. Caminhei em passos lentos até o quarto número 312 B que ficava de frente para o elevador. Abri a porta com dificuldade e adentrei ao meu tão querido apartamento. Joguei minha arma e meu celular em cima da mesinha da sala e coloquei a garota no sofá cama branco da sala de estar. Ela dormia como um anjo, sua respiração estava descompassada. Seu vestido tinha subido para sua cintura deixando a mostra suas belas curvas, o desejo que eu tinha por ela naquele momento era algo que eu teria que controlar. Fui até o meu quarto e peguei um edredom, estava muito frio, cobri seu corpo e logo ela parou de tremer.   

Fiquei ali sentado na beirada do sofá admirando-a enquanto ela dormia. Quem era ela? Qual era o nome dela? Quem era sua família? Qual era sua cor preferida? O que ela estava fazendo naquele lugar? Por que ela não queria voltar pra casa? E principalmente, por que ela era tão linda? Balancei a cabeça deixando brotar um sorriso travesso nos lábios, independente de quem ela fosse eu tinha sorte de tê-la ali naquele momento. Desde que terminei meu namoro com a Emma há alguns meses atrás, não tenho pensado em outra garota em forma de afeto como estava acontecendo agora. Puxei o edredom até o seu ombro e por algum motivo dei um beijo demorado em sua bochecha que estava gélida. Depois voltei para o meu quarto, tomei um banho para tirar aquela ressaca e cai na cama adormecendo rapidamente.

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