Além da Chave do Portal

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Jantar na casa dos Holmes era mais agradável do que John supunha. A sra. Holmes usava a varinha para fazer a comida ser servida enquanto os demais conversavam em cantos distintos da grande mesa retangular. Sally e Molly tinham Lestrade como amigo em comum, mas as vezes evitavam conversar entre si por discordarem completamente sobre a personalidade de Sherlock. Molly era fortemente atraída pelo corvino enquanto Sally, embora não sentisse mais a repulsa de antes, preferia evitá-lo. Ainda assim, quando Lestrade puxou a conversa com Henry sobre os boatos de um evento de grande porte que Hogwarts iria sediar, as duas deixaram suas diferenças de lado para participar das especulações.

— Deve ter algo a ver com esportes. — Sally falava com entusiasmo — Caso contrário Bagman nem saberia.

— E se ele só finge que sabe? — Lestrade chutou — Todo mundo sabe que Bagman adora blefar. Por isso perdeu a firebolt autografada pelo Krum numa aposta ridícula.

— Vocês viram que pediram traje a rigor na lista de materiais? — Molly lembrou — Vai ser um evento mais formal ou não colocariam isso.

— Ouvi dizer que outras escolas virão pra cá. — Pontuava Henry.

Enquanto isso, em outro lado da mesa, Dave Vernet, um bruxo acima dos dezoito anos, esbelto, de pele escura, cabelos castanhos e olhos claros que lembravam muito os da sra. Holmes e os de Sherlock, conversava com John e os irmãos Holmes.

— Não vai ser um adversário fácil. A Bulgária tem o Vítor Krum. — Dave falava enquanto se servia de mais batatas — Ele é o melhor apanhador da copa inteira.

— Mas Krum não joga sozinho. — Mycroft se servia de bolinhos — Todos os jogadores da Irlanda são bons, já o resto dos búlgaros são lamentáveis. Eu aposto que a Irlanda vai ganhar, mas Krum pegará o pomo.

— Droga. — Sherlock fechou a cara — Eu ia fazer essa aposta.

— Você não ganha de mim nesse jogo, irmãozinho.

— Que jogo? — John perguntava com a boca cheia de bolo.

— As vezes brincamos de deduções e eu consigo acertar mais coisas que o Sherlock. — Mycroft respondeu presunçoso.

John agarrou um copo de suco de abóbora e bebeu para desentalar a garganta:

— Sério? Então por que Sherlock é quem desvenda os mistérios de Hogwarts?

Mycroft estufou o peito afrontado, Sherlock virou o rosto para esconder a expressão de satisfação e Dave riu abertamente.

— Claro que meu primo Sherlock gosta de bancar o detetive na escola. — Dizia Vernet terminando o seu jantar — É bem a cara dele. Mycroft é mais preguiçoso. Prefere dizer aos outros o que fazer.

— Eu não sou preguiçoso. — Mycroft crispava os lábios, mas Dave o ignorou completamente.

—Sabia que ele quase foi um hatstall?

Hatstall? — John quis saber.

— É quando o Chapéu Seletor leva mais de cinco minutos pra escolher sua casa.

— Ele só levou dois minutos para escolher a minha! — Mycroft falava como se quisesse mudar de assunto.

Um bichano pulou em cima da mesa surpreendendo a todos.

— Mycroft! — dizia a sra. Holmes do outro lado da mesa — Tire esse amasso de perto da comida.

— Hei, Espião! — John fazia carinho no bichano antes de carregá-lo para fora da mesa.

— Grande amasso, um dos heróis do caso do prisioneiro de Azkaban. — Dave recordou.

E o Watson o encarou maravilhado:

Potterlock - O Cálice de FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora