Na noite de domingo, depois da primeira prova, a Torre da Corvinal e a Masmorra da Sonserina fizeram uma festa para as pessoas que menos gostavam de festas naquela escola. Sherlock fora paparicado pelos seus colegas como nunca havia sido antes; nem parecia que até ano passado ele era o psicopata esquisito da Corvinal. Bom, não podia reclamar. Desde que seu nome fora cuspido do Cálice de Fogo, a própria casa era a única que o apoiava, mesmo que fizesse isso por uma questão de honra.
Uma música alta das Esquisitonas entrava em disfonia com o vozerio e os gritos de comemoração no mesmo ambiente em que uma mesa cheia de quitutes estava sendo atacada.
Dance como um hipogrifo
Mamamá mamamá mamamá ma
Voando acima de um abismo
Mamamá mamamá mamamá
– Ai! Isso é pesado, heim! – gritava o calouro Billy carregando o ovo de ouro que, àquela hora, já tinha passado de mão em mão.
Sherlock se jogou num sofá, ao lado de Anthea, que estava comendo uma torrada com geleia enquanto curtia a música.
– Onde conseguiu isso? – indagou o rapaz a ela.
– Da cozinha, ora. Os lufanos não lhe ensinaram como entrar lá?
– Por enquanto todos eles me odeiam por um motivo diferente.
Ela riu com uma rara espontaneidade:
– Tem uma pintura de frutas no porão. É só fazer cócegas na pera e uma maçaneta vai aparecer. Quando tiver fome é só ir lá. Tem elfos domésticos prontos para conseguirem a comida que você pedir.
– Hei, Holmes! – Um quartanista magro, pálido, com cabelos cor de fogo e olhos redondos e graúdos, Hector McFarlane, chamava-o – Podemos abrir pra ver a pista?
– Talvez possamos ajudar! – Sarah Saywer falava empolgada.
– Claro que podemos! – Sebastian Wilkes estava com o peito estufado – Tecnicamente, você só não pode pedir ajuda dos professores e dos organizadores, não é?
Sherlock se ajeitou no sofá:
– Ah, sim. Podem abrir sim.
Billy pegou o ovo das mãos de McFarlane e enfiou as unhas no sulco que corria a toda volta do objeto, forçando-o a abrir. Assim que o fez, um grito agudo e irritante encheu a sala, levando todos a cobrirem os ouvidos e abafando completamente o trecho da música das Esquisitonas.
– Fecha isso! – berrou Sarah.
Com ajuda de McFarlane e Wilkes, Billy conseguiu fechar o ovo, dando lugar ao solo de guitarra de Dance como um hipogrifo.
– Isso é uma pista de quem você vai enfrentar? – perguntou Soo Li Yao, olhando para o Holmes.
O acorde da guitarra que emanava do aparelho de som anunciava a próxima faixa enquanto o salão comunal se enchia de sugestões de prováveis desafios.
– Parecia um espírito agourento.
– Era alguém sendo torturado!
– A Maldição Cruciatus é proibida, certo?
Billy entregou o ovo para Sherlock, que não pôde deixar de se sentir mais esperançoso. Se a segunda prova fosse um teste de raciocínio, então ela não seria mais difícil que a primeira.
~O~
Na manhã de segunda-feira o assunto não era outro senão os dragões da primeira prova e o desempenho dos campeões. A vontade de debater sobre o tema era tanta que até a guerra fria entre Sally e Henry parecia ter terminado, especialmente depois do garoto falar para ela que o corvino se preocupou com a ninhada. A impressão que John tinha era a de que a amiga só discordava de Henry para provocá-lo.
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Potterlock - O Cálice de Fogo
FanfictionSherlock e John decidem passar as férias juntos, indo à Copa Mundial de Quadribol, mas o desfecho da competição acaba sendo diverso do que esperavam. Por outro lado, Hogwarts está prestes a sediar o Torneio Tribuxo, mas tudo indica que um outro tipo...