Potterlock - O Cálice de Fogo

Bartô Crouch

O último trimestre trazia o verão escaldante juntamente com a proximidade da terceira e última tarefa do Torneio Tribruxo. Sherlock não via a hora do evento acabar. Levara o torneio a sério por uma simples questão de honra, pois, por mais que não gostasse de fama, se negava a mostrar ao público um desempenho patético, por isso não havia um único dia em que não estudasse e revisasse suas azarações. No entanto, estava saturado de ter que voltar seus esforços para se sair bem nas provas. Tudo porque o Cálice de Fogo era um maldito contrato mágico e sabe-se lá o que aconteceria se ele quebrasse o pacto.

Não tinha ideia de qual seria a tarefa e imaginou que quisessem fazer uma surpresa, que nem ocorreu com os dragões. Todavia, na segunda quinzena de junho, o professor Flitwick interrompeu a aula de Aritmancia, pedindo licença à professora Vector, para avisar que Sherlock teria que comparecer às dezoito horas no estádio de quadribol.

Percy cochichou para Holmes depois que o professor de Feitiços foi embora:

– Será que a terceira prova vai ser enfrentar alguma coisa em cima de uma vassoura?

– Se for, vou precisar pedir umas aulas pro John ou pra Mary – falou tranquilamente.

– Você tá nervoso?

"Holmes, Phelps..." a professora Vector, uma bruxa com mais de cinquenta anos, muito bonita, com cabelos longos e negros e vestes elegantes vermelhas, com um chapéu pontudo da mesma cor, chamou a atenção dos alunos.

– Sei que está dispensado dos exames, Holmes – dizia ela severamente – mas isso não é motivo para não prestar a atenção na minha aula. Especialmente você, que demonstrou grande habilidade no Torneio Tribruxo.

Sherlock lançou um olhar indignado para Percy, que não viu porque estava com a mirada fixa demais na professora.

– O Torneio Tribruxo é passageiro, alunos – continuou Vector – mas o que acontecerá no próximo ano letivo é que determinará o futuro de todos vocês. Os exames para obterem Níveis Ordinários de Magia, os famosos NOM's, estarão aí na porta, e um NOM em Aritmancia é fundamental para quem quer seguir carreiras como a de Desfazedor de Feitiços e até a de Inominável.

A turma mergulhou num silêncio profundo e a professora voltou a explicar os cálculos complexos desenhados no quadro.

A aula de Aritmancia terminou às dezesseis horas e Sherlock passou as próximas duas horas lendo jornais antigos na biblioteca. Quando deu o horário marcado, desceu as escadas e saiu pelo saguão principal, encontrando Mycroft no meio do caminho.

– Aí está você – disse o irmão mais velho – será que pode me dizer por que seu aprendiz andou fuçando as masmorras ontem?

– Anthea já lhe falou sobre Billy, foi? Ele não é meu aprendiz, mas está me fazendo um favor.

– Parecia que ele estava caçando insetos.

– Besouros. Um em especial.

Quando atravessaram as arquibancadas e se depararam com o campo de quadribol, o queixo dos irmãos Holmes quase caiu. A área deixara de ser plana e lisa, e agora estava cheias de muretas longas, feitas unicamente de plantas, que cruzavam em todas as direções. Havia um gigantesco labirinto vegetal no lugar do estádio.

– Alô, vocês aí! – gritou uma voz animada. Ludo Bagman estava parado na entrada do labirinto, em companhia de Krum e Fleur.

Os irmão Holmes se juntaram aos outros campeões. Fleur sorriu amavelmente para Sherlock (agora a campeã se mostrava bem mais simpática com ele).

– Bem, que é que vocês acham? – perguntou Bagman alegre – Não se preocupem, vocês vão ter o seu campo de quadribol normal depois que terminarem a tarefa! Na realidade ela será muito simples! A taça do Torneio Tribruxo será colocada no centro desse labirinto. O primeiro campeão que puser a mão nela recebe a nota máxima!