A Decisão do Cálice

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Sherlock já passou por muitas situações em que as coisas saíram completamente do seu controle. No primeiro ano, seu melhor amigo o colocou para dormir durante uma missão perigosa; no segundo, recebeu a serenata de amor mais vergonhosa no meio da escola; e, no terceiro, foi surpreendido pela sua fobia a dementadores no meio de uma aula de Defesa Contra as Artes das Trevas.

Mas isso estava acima de qualquer acontecimento.

– Sherlock Holmes. – Dumbledore chamou mais uma vez com uma voz bem severa – Sherlock Holmes, venha aqui.

Sherlock se levantou feito um robô e tentou ignorar todos os rostos que o encaravam. Um silêncio anormal encheu o salão e o caminho até a câmara onde estavam os campeões pareceu mais longo do que o normal. Demasiadamente desorientado, ele passou por trás da mesa dos professores e foi para o ponto de encontro.

Quando colocou os pés na pequena sala, todos os campeões fizeram uma careta de espanto.

Nenhuma superava a de Mycroft.

– O que você está fazendo aqui? – O sonserino perguntava já desconfiado.

– Essa é uma excelente pergunta.

– Você vei dar algum recade? – Indagou Fleur com arrogância.

– Quem me dera.

– Sherlock, o que você aprontou? – Mycroft começava a ficar pálido.

Em instante chegou a comitiva formada por Dumbledore, Karkaroff, Madame Maxime, Bagman e Crouch, seguidos ainda de Snape, McGonagall, Flitwick e Moddy. Com exceção de Bagman e Crouch, todos estavam com a mesma cara que a sra. Holmes fazia quando via Sherlock atirando feitiços na parede.

Apenas Bagman parecia animado ali, batendo nas costas do corvino:

– Extraordinário! Absolutamente extraordinário! Eu sabia que o rapaz era inteligente, mas isso, senhores... Isso é incrível! O quarto campeão do Torneio Tribruxo!

Vítor Krum se empertigou e Mycroft era uma mistura de espanto e ira. Fleur Delacour, porém, sacudiu os cabelos, sorriu e disse:

– Que grrande piada, senhorr Bagman.

– Piada? – repetiu Bagman, confuso. – Não, não, não é não! O nome dele acaba de sair do Cálice de Fogo!

– Mas evidantman houve um engan. Ele non pode competirr. É jóvam demais.

Madame Maxime aprumou-se até o limite de sua considerável altura, decididamente contrariada:

– Que signifique isse, Dumbly-dorr? – perguntou imperiosamente.

– Eu também gostaria de saber, Dumbledore – disse Karkaroff. Em seu rosto havia um sorriso inflexível e seus olhos azuis eram duas lascas de gelo. – Dois campeões de Hogwarts? Não me lembro de ninguém ter me dito que a escola que sediasse o torneio poderia ter dois campeões, ou será que não li o regulamento com a devida atenção?

– Creio que estamos igualmente surpresos, Igor. – Dumbledore parecia mais atordoado do que surpreso.

– Bom, não há nada que possamos fazer, certo? – O sorriso de Bagman ganhava contrastes nervosos – O Cálice de Fogo selecionou o rapaz e agora ele tem que competir.

– É ampossível! – exclamou Madame Maxime – Ogwarts não pode terr dois campeons!

– Parem de falar como se fosse uma dádiva – rosnou Moody próximo à porta. – Vocês já olharam a cara do garoto?

Potterlock - O Cálice de FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora