Quando John acordou no dia seguinte já estava bem tarde. O relógio de pulso marcava onze da manhã. Pela primeira vez se preocupou em escolher melhor as peças de roupas que usaria no dia a dia, pro caso de se esbarrar com Mary no caminho. Também escovou bem os dentes, agradecendo por não ter comido alho, cebola ou qualquer coisa do tipo na noite anterior, e desceu as escadas até o salão principal. Mary não estava lá e isso o fez revirar os olhos. Claro que ela não estava, já havia se passado horas do café da manhã e ainda faltava muito para o almoço. Também não viu Sherlock ali. Definitivamente os bruxos deveriam ter um celular ou algo do tipo para se comunicarem.
Decidido a não voltar para o salão comunal da Grifinória, John resolveu dar uma volta pelo jardim. As decorações haviam sido tiradas num tempo espantosamente rápido, mas ainda havia alguns alunos socializando em duplas perto das árvores de cristal. John puxou o casaco para mais perto do corpo e ajeitou o cachecol vermelho e dourado. Infelizmente, quando desceu a pequena escada de pedra, não reparou que haviam duas pessoas detestáveis encostadas na mureta. Moriarty e Moran. Os dois estavam de gorro, cachecol verde e prata e casacos de frio, e como estavam de costas, John só percebeu a presença deles quando Moriarty o provocou:
– Você também ficou porre que nem a sua irmã, sangue ruim?
O Watson se virou zangado. Moriarty o encarava feito um predador diante de uma presa, já Moran apenas sorria discretamente, com os braços cruzados.
– Onde está seu ídolo, heim? – Moriarty continuou debochando – Fugiu do fã número um?
– Eu não sou o fanático da história, você é que é!
– Não fomos nós que escrevemos sobre o Holmes, Watson. – foi Moran quem falou, descruzando os braços e colocando uma das mãos dentro do bolso do casaco. John já imaginava o motivo. Moran estava pronto pra acertá-lo no caso do grifinório querer partir pra briga.
Mas o Watson não faria o jogo deles:
– Não to falando de você, Moran. Acham mesmo que eu nunca notei que Moriarty é afim do Sherlock?
O sorriso de Moran desmanchou num instante, sendo substituído por uma expressão de incredulidade. Moriarty, no entanto, encarava o grifinório cheio de pompa.
– Ainda que isso fosse verdade, Watson – falava Jim com desdém – eu teria mais chances que você.
– Não mesmo. Você até se colocou no meu lugar na matéria da Skeeter – John rebateu com eficiência. – De onde eu venho isso se chama inveja.
Moriarty soltou uma gargalhada repentina, mas dessa vez Moran não se dispôs a imitá-lo.
– Não, não, Watson. Os sentimentos que eu tenho pelo Holmes são diferentes dos seus.
Dito isso, ele se desencostou da mureta e Moran (agora taciturno) fez o mesmo enquanto John ficava processando o sentido da frase.
– Agradeça pelos meus pais dizerem pra eu ficar fora do caminho do Holmes dessa vez – falou Moriarty antes de se afastar.
A dupla de sonserinos subiu a escada de pedra para a varanda no mesmo momento que Sherlock surgiu pela porta. O corvino se mostrou surpreso com a presença dos dois a poucos metros do grifinorio, mas tanto Moriarty quanto Moran o ignoraram ao passarem por ele.
– Perdi alguma coisa? – perguntou Sherlock ao se aproximar de John, mas sem deixar de fitar o lugar por onde os sonserinos haviam saído.
– Não. Eles só estavam enchendo a paciência, como sempre – o Watson tocou no braço do amigo numa tentativa quase inconsciente de ter a sua atenção – Você sumiu ontem da festa. Nem nos falamos.
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Potterlock - O Cálice de Fogo
FanfictionSherlock e John decidem passar as férias juntos, indo à Copa Mundial de Quadribol, mas o desfecho da competição acaba sendo diverso do que esperavam. Por outro lado, Hogwarts está prestes a sediar o Torneio Tribuxo, mas tudo indica que um outro tipo...