A Copa Mundial de Quadribol

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A noite, o clima na sede da Copa Mundial de Quadribol era de pura euforia. Gritos, show de luzes, show de cores e muitos, muitos adereços. As torcidas da Irlanda e da Bulgária não pouparam esforços para vestirem as cores do seu time e John estava com uma grande roseta verde brilhando no peito. Nos arredores do campo o que não faltavam eram barracas de tudo o que era tipo de produtos. Figuras de ação animadas dos jogadores da copa, comida, vestimentas...

Sherlock, que se negava a usar qualquer adereço espalhafatoso, parou numa barraca cheia de diversidades para gastar o seu dinheiro e acabou arrastando John consigo.

– Olhe. Unióculos. – O Holmes apontou para uma peça de latão que parecia uma pequena luneta com vários botões – Podemos usar pra ver o jogo melhor. Dá pra aproximar, deixar mais lento, rever os lances, gravar as partidas...

– Legal! Será que serve pra tirar fotos?

– Pra isso usamos câmeras, John.

Sherlock passeou os dedos por cima dos tabuleiros cheios de objetos até parar em cima de uma peça retangular e metálica, de cor amarelada. Pegou-a e mostrou a John. Parecia uma câmera dos anos 90, mas tinha mais placas de metal redondas do que as que John conhecia. E mais botões também, dois pequenos e um grande (que parecia um sino de despertador), além de duas lentes, uma principal e uma bem menor.

– Aqui. – o corvino entregou ao amigo.

– Uma bagatela de seis galeões! – dizia o vendedor – Capta perfeitamente o seu estado de espírito e tem um ótimo sensor de enquadramento para que você não fique fora de esquadro.

John largou seis galeões na mão do vendedor e pegou a câmera. Em seguida virou as lentes de frente pra si e estendeu o braço.

– Vem, Sherly. Tenta rir um pouco.

Sentiu o corvino atrás dele colocar uma das mãos em seu ombro e apertou o botão do "clic". O apito do sensor foi ouvido e, depois, veio o flash. A impressão saiu por baixo da máquina e John a pegou para analisar.

Na foto, Sherlock mostrava a mesma cara de sempre enquanto se inclinava um pouco na direção do amigo para ter certeza de que ficariam bem enquadrados. No entanto, quando o John da foto olhou para ele, acabou arrancando do corvino um sorriso discreto.

O verdadeiro John ficou admirando a imagem por tempo demais. Era a primeira vez que via como ela de fato funcionava. Olhou para trás rapidamente para ver se Sherlock estava vendo a mesma figura, mas ele havia voltado a sua atenção para a barraca:

– ...e dois pares de tampões de ouvido, por favor.

– Tampões de ouvido? — John guardou a foto – Eu ronco?

– Eu não cheguei a ver você dormir, então não sei. – Sherlock virou-se para ele e lhe entregou um par de tampões – Melhor ficar com esses.

Dali seguiram para o camarote de honra e tiveram que subir muitos, muitos, degraus para isso. Finalmente chegaram ao seu destino, onde havia uma pequena sala armada no ponto mais alto do estádio, com uma visão perfeita do campo. Umas vinte cadeiras douradas e púrpura tinham sido distribuídas em duas filas.

– Ali estão nosso lugares. – a sra. Holmes apontou para as cadeiras da frente, perto de um lugar mais chamativo que, provavelmente, pertencia ao comentarista. – Venham, meninos.

Os Holmes, Lestrade, Donovan, Dave e seus convidados ocuparam quase toda a primeira fileira do camarote. Mycroft, Lestrade, Molly, Sherlock, John, Sally e Henry andaram em fila até suas cadeiras.

Antes de John se sentar, porém, percebeu uma criaturinha encolhida na segunda fileira. Um elfo, com uma toalha de chá enrolada no corpo, e as mãos cobrindo os olhos como se a luz o cegasse.

Potterlock - O Cálice de FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora