O Baile de Inverno - Parte 1

131 25 74
                                    


"... o Baile de Inverno está próximo e deve ser levado a sério porque além de ser uma tradição do Torneio Tribruxo é uma oportunidade para convivermos socialmente com os nossos hóspedes estrangeiros. No entanto, somente os alunos do quarto ano em diante estão convidados a participar..."

A professora McGonagall decidira falar sobre esse assunto depois da aula de Transfiguração, após todos recolherem os porco-espinhos que, até então, haviam virado alfineteiras. Enquanto ela falava, os quartanistas se focavam nela com diferentes expressões. Algumas muito nervosas, como a de McFarlane, outras sonhadoras, como a de Violet Smith, outras ansiosas, como a de Molly Hooper, e outras entediadas, como a de Sherlock Holmes.

– O traje é a rigor – continuou a professora polidamente –, e o baile, no Salão Principal, começará às oito horas e terminará à meia-noite, no dia de Natal. O Baile de Inverno naturalmente é uma oportunidade para todos nós... hum... nos soltarmos...

John, que estava sentado ao lado de Sherlock, debruçou-se na mesa e conteve um riso ao imaginar a professora se soltando no meio de uma festa.

– ...mas isto não significa que vamos relaxar os padrões de comportamento que se espera dos alunos de Hogwarts. Agora, sobre seus parceiros de dança, vocês poderão levar quem quiser, até mesmo um aluno do primeiro ao terceiro ano, desde que sejam integrantes atuais de uma das escolas participantes...

Lestrade afrouxou a gravata do uniforme, Henry espremeu as mãos, Sally e Witty cochicharam entre risadinhas, e John fitou Sherlock pelo canto do olho enquanto cruzava os tornozelos embaixo da cadeira e batia distraidamente com a ponta dos sapatos no chão. O corvino dissera que gostava de dançar...

– E agora um último detalhe... – McGonagall mudou o tom para um mais incisivo – que vale apenas para o senhor Holmes.

De repente todas as cabeças viraram na direção de Sherlock, que acabou arregalando os olhos, constrangido. Minerva anunciou ignorando esse detalhe:

– Sr. Holmes, tradicionalmente os campeões abrem o baile com os seus pares. Terá que arranjar uma garota para dançar com você.

O efeito daquela frase no meio da sala foi imediato. Quase todas as quartanistas olharam tão excitadas para o corvino que seu estado de espírito ficou muito parecido ao de Vítor Krum fora de um campo de quadribol.

~O~

A lista de alunos do quarto ano em diante que queriam ficar para o Natal nunca fora tão grande, e o clima na escola inteira parecia mais poético aos olhos de John, embora uma mistura de mal estar e nervosismo atacasse seu estômago quase todos os dias. Arranjar um par para o baile parecia um problema muito maior do que fazer uma bateria de provas de Snape sob pressão.

As quatro casas de Hogwarts já tinham os seus pretendentes mais disputados. Claro que ninguém da Corvinal e da Sonserina eram mais desejados do que os irmãos Holmes, especialmente depois do desempenho deles na prova dos dragões. O favorito da Lufa Lufa era o artilheiro Tobias Gregson, que juntava os três tipos favoritos dos alunos em um só (inteligente, atlético e bonito). Quanto à Grifinória, John acabou percebendo que seu amigo Henry era mais desejado do que ele supunha. Sherlock tinha razão, o rapaz tinha um ar de principezinho que chamou muitos candidatos. Além desses quatro, os garotos da Beauxbatons não tiveram nenhuma dificuldade de arranjarem um par. Quanto aos candidatos da Durmstrang, o séquito de Krum parecia ter triplicado de tamanho.

John não era obrigado a ir com alguém, mas Sherlock teria que arranjar uma garota como parceira, Sally foi chamada por Anderson, Harry iria com Clara e Henry teria um par em questão de dias... Não queria ficar sobrando. E já tinha escolhido uma pessoa. Mary Morstan. Já fazia tempo que estava atraído por ela e ali estava a chance perfeita de fazer algo para se aproximar. O problema era que só de se imaginar convidando a garota, seu estômago voltava a embrulhar.

Potterlock - O Cálice de FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora