O Baile de Inverno - Parte 2

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Na manhã de Natal, alguma coisa acordou John. Havia algo frio encostando em seu nariz e um peso extra em cima do seu peito. Ao abrir os olhos, deu de cara com um par de olhos verdes do tamanho de bolas de golfe bem na sua frente. Soltou um berro antes mesmo de perceber que era Dobby, bem em cima dele, nariz contra nariz, piscando curiosamente. Seu próprio grito fez o elfo gritar de susto e pular para trás.

– Dobby?!

– John Watson, senhor! – O elfo se recuperava e abria os braços alegremente – Dobby veio desejar feliz Natal, senhor!

– Ahn...? Natal?

Outros barulhos foram ouvidos por trás das cortinas de sua cama, sons de bocejos que substituíram os roncos dos colegas de quarto. "John, você tá sendo atacado?" a voz grogue de Henry soava à sua esquerda.

– Não, é só o Dobby.

"Presentes!" outra pessoa exclamou enquanto vários sons de papel rasgado se misturavam no ambiente. John se sentou na cama e resistiu à tentação de abrir o amontoado de embrulhos na sua frente para poder dar mais atenção ao elfo.

– Da próxima vez basta me cutucar – dizia o garoto esfregando os olhos.

– John Watson é um bruxo bom, senhor! Por isso Dobby veio entregar um presente! – o elfo estendeu uma caixa bem embrulhada para o destinatário – Feliz Natal, John Watson! Foi Dobby que tricotou! Dobby comprou a lã com o ordenado que recebe pelo trabalho!

O rapaz desembrulhou o pacote e tirou um par de meias esquisitas e disformes de dentro. Uma era vermelha berrante e cheia de vassourinhas, a outra era listrada de laranja e roxo. Ele reparou que o elfo mostrava um sorriso enorme e ansioso, esperando ouvir a opinião sobre seu presente.

– Bem... – John ainda olhava para as meias – Uau, Dobby... Obrigado.

Dobby deu um pulinho cheio de felicidade e depois uma voltinha:

– Dobby sabia que John Watson iria gostar, senhor! Dobby precisa ir agora! Dobby ainda tem que entregar o presente de Sherlock Holmes!

– Espere! – John falou, esticando a mão na direção do seu malão – Você já pensou em ter um suéter?

– Sim, John Watson, meu senhor! Dobby planeja comprar um suéter com o próximo ordenado!

– Bem, vejamos... – o rapaz puxou um suéter azul, branco e vermelho, com desenhos de flocos de neve, e deu ao elfo – aqui. Vai ter que encolhe-lo.

Dobby não coube em si de tanta felicidade. Seus olhões expressivos ficaram tão úmidos que John achou que ele iria chorar:

– John Watson é mesmo um bruxo muito nobre, senhor! Dobby está imensamente agradecido, senhor! Dobby está muito feliz!

– É... eu... também estou.

– Dobby espera que Sherlock Holmes goste do presente tanto quanto John Watson gostou! – Falou, e fez uma reverência para o rapaz – Dobby não vê a hora de acordar ele, senhor! Dobby deseja um feliz Natal mais uma vez!

O elfo então aparatou e John desejou do fundo do coração que o nível de sinceridade de Sherlock não estivesse tão alto naquela manhã.

~O~

A neve nunca esteve tão espessa naquele ano quanto estava no Natal. Mesmo os pés dos calouros levinhos afundavam até os joelhos. Isso fazia Hagrid ter que dobrar a quantidade de uísque para os cavalos de Madame Maxime, fazendo o ar perto da cabana ficar intragável.

Potterlock - O Cálice de FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora