O Quarto Campeão

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O dia seguinte era um sábado, mas poucos quiseram acordar tarde para tomar café. O salão principal estava cheio de alunos espalhados, assistindo, ansiosos, aos candidatos atravessando a linha etária. John mal terminou o desjejum e foi para a mesa da Corvinal, onde Sherlock observava, num canto mais afastado, alguns alunos da Durmstrang colocarem os nomes no cálice.

– Alguém de Hogwarts já colocou o nome? – Perguntou o Watson se sentando ao lado dele, de costas para a mesa.

– Vi uns dez alunos passarem. Acho que um era Tom Ford, o apanhador da Lufa Lufa. Também reconheci uns dois formandos da minha casa, e acho que vi um aluno da sua. Ah, Anderson também já colocou o nome.

– Ninguém merece o Anderson como campeão da nossa escola.

– Estive pesquisando sobre os torneios passados. Sabia que em uma das provas um basilisco saiu de controle e atacou os jurados? Isso explica a taxa de mortalidade.

– Que competição saudável, heim?

A garota taquicardiacamente linda da Beauxbatons que fascinou a visão de John na noite anterior entrou no salão com umas amigas e todas elas colocaram os nomes no cálice. As chamas ficavam vermelhas e dançavam a cada papelzinho jogado.

– Ouvi uns alunos comentando sobre usar a poção do envelhecimento pra ultrapassar a linha etária. – John comentou, e viu o amigo dar um riso lacônico.

– Isso explica porque Tobias Gregson e Joseph Harrison foram jogados pra fora da linha e ficaram com uma barba igual a do Dumbledore.

Um séquito seguia Vítor Krum, parando na linha etária quando ele a atravessou. O ato de colocar o seu nome no Cálice de Fogo acabou se transformando num verdadeiro ritual. O olhar fechado, os músculos tensos, a mandíbula rígida. Depositou o nome la dentro e as chamas mudaram de cor mais uma vez.

Sherlock cruzou os braços e olhou para o teto:

– Tééééédio. Minha mente está precisando se exercitar urgentemente.

– Você tá brincando, né? – John fazia uma careta – Ainda são nove da manhã!

– Isso mesmo. Faz uma hora que eu acordei. Minha cabeça vai explodir se eu continuar ocioso. Hm... Eu acho que tem uma forma de ultrapassar essa linha etária.

– E pra que você faria isso?!

– Pra ter o que fazer. Que pergunta mais boba, John.

– Então escolha outra coisa. Já leu o Profeta Diário?

– As mesmas calamidades, o jornal precisa inovar. Ministério incompetente, ataque na Copa Mundial de Quadribol, sumiço de Berta Jorkins...

– Peraí, então ela ta oficialmente sumida?!

– Sim, já iniciaram as buscas. Bagman vai ter que fazer das tripas coração pra conseguir se livrar dessa.

Do outro lado do salão, Henry chegava ao refeitório acompanhado de Sally e Witty. Todos com cara de sono, sem tirarem os olhos maravilhados das chamas ondulantes que brotavam do cálice. Isso pareceu despertar uma ideia em Sherlock:

– E se nós investigássemos a morte dos pais do Knight? – indagou o corvino.

Pra que perturbar Henry com uma coisa dessas?

– É uma boa forma de espantar o tédio. Você não quer saber por que o principezinho vive numa redoma?

– Henry, um... príncipe?

Potterlock - O Cálice de FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora