Capítulo 5

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O nome masculino no final do bilhete o irritou. Quem seria esse Enrico? Porque estava dizendo que era uma luz em sua vida? Essas foram algumas das perguntas que nortearam a mente desenfreada de Yaman. Sentindo-se sufocado pelos ciúmes sem limites, criou inúmeras teorias de quem seria esse cara. Em todas Seher tinha um affair com esse italiano.

Seher morou anos na Itália e para ser tratada com afeto, esse Enrico deveria vê-la de uma forma diferente de amigo. Não era possível, se encontrar em um estado de loucura por causa de quem o ignorou. Agarrando-se que seu sonho poderia ser um sinal, aquele envelope apenas frisou o que seus olhos não queriam aceitar.

Não é possível! Ela não teria um namorado, ela ainda é uma menina ― seus pensamentos engoliam seu raciocínio ― Eu mato esse desgraçado se colocar os pés nessa casa, mas ela está morando no hotel! Diabos! E se ele resolver fazer uma visita, como vou controlar? ― coçando sua cabeça ―  Ah! Yaman! Como você foi otário! Amedrontou a menina e agora não consegue ter controle de quem se aproxima com más intensões ― vagando de um lado ao outro ― Esse plantador de uvas está cheio de intensões maliciosas! Mas não vai conseguir, vou descobri quem ele é. Irei impedi-lo que tenha algum contato íntimo com ela, nem que para isso tenha que fazer morada na frente daquele hotel ― envenenado de ciúmes e paranoias.

Ela queria regressar aquele país por ele, tanto que havia conseguido a cidadania para ficar definitivo. Aquele papel em mãos, gritou silenciosamente em seu ouvido. Ela abandonaria a Turquia, sua família para viver uma vida feliz com um loiro aguado.

― Eu não vou ser trocado por um plantador de uvas ― amassou o que segurava.

Trancando-se em seu quarto, vagou por cada metro em busca de respostas. Camuflado em seu mundo de dúvidas, observou pela vidraça o carro preto. Era ela, provavelmente veio buscar o seu novo documento. Precisava esclarecer o que bagunçava sua mente, mas como a abordaria depois de ter a ferido. Respirando fundo, apenas fez o que achou melhor. Tirando um isqueiro de sua gaveta, não mediu esforços em queimar aquele maldito papel.

As chamas consumiu o que julgava ser uma barreira. Sua insanidade era tanta, que ela poderia muito bem conseguir uma segunda via. Assistindo-a do segundo andar, esperou que fica-se sozinha. Depois de algum tempo, viu subir para pegar alguns objetos que havia ficado no seu quarto.

Escondendo-se atrás de uma coluna, esperou o melhor momento. Entrando no quarto, chaveou e esperou que sai-se do banheiro. Sua figura misterioso assustou-a. Derrubando o que segurava, teve que se recompor para se defender. Ambos se encararam por alguns segundos, os corpos estáticos mentiam o quanto a tensão os queimava. Seher procurando ignorá-lo, tentou sair deparando-se com a porta trancada.

― Eu sei que fui rude noite passada ― começou mais não conseguiu terminar, ela o interrompeu.

― Não temos nada para conversar! Agora me deixei sair ― estendeu a mão para apanhar a chave.

― Eu queria me desculpar pela forma mesquinha que te tratei ― parecia que havia agulhas em sua garganta por ter que admitir seu erro ― Eu sei que você deve ter uma impressão horrível de mim, mas queria que você me desse um voto de confiança ― seus olhos negros brilharam.

Por alguns segundos sentiu o tom de verdade chegar em seu interior, estava sendo sincero e conseguia captar. Seher queria perdoá-lo por tudo, mas as coisas ruins surgiram como um tufão. Arrastada por maus momentos, a visão de um homem que visava redenção tornou-se nula.

Vivendo milhares de lembranças, sabia que não poderia viver com ódio para sempre, porém não amoleceria de primeira. Foi humilhada demais para perdoar rápido, se houvesse perdão para tudo, seria apenas em outra vida. olhando-o com vestígios de raiva e amor.

Vingança e DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora