Capítulo 10

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Seher o olhava com precisão, estava encantada com aquela fala. Por alguns instantes, seria capaz de esquecer tudo e viver o que mais desejava com aquele homem. Entretanto, a sua razão afirmava que estaria sendo uma completa tola em aceitar com facilidade um homem que tanto a maltratou. Distanciando mentalmente da voz dele, andava rumo ao balcão enquanto era seguida.

Um conflito interno entre a razão e emoção a sufocava, nada a sua volta tinha sentido. Desde que chegou, regressou ao passado tantas vezes que diria que estava enlouquecendo. Angustiada fez o que sabia fazer de melhor, fugiu. Deixando-o falando sozinho, trancou-se. Yaman tentou falar, bateu na porta e por mais que tivesse argumentos deveria deixá-la decidir. O que restava era esperar, se fosse a eternidade esperaria.

Seher após pensar, repensar saiu com a mesma perspectiva. Ignorando-o ao descer encontrou o mordomo, sorridente entregou-a um envelope laranja com um carimbo da Itália. Analisando esporadicamente, tinha Yaman a sua volta para tentar tirar sua atenção. Ignorando rasgou o papel, tomada por uma alegria teve em mãos o que seria a sua cidadania.

Yaman arregalou os olhos, xingando mentalmente não conseguia acreditar. Após manter no anonimato o primeiro envelope, não esperava que um segundo chegaria, ou pior na hora que Seher estivesse na mansão. Seu desejo era estrangular o mordomo, ele simplesmente rasgou e ocultou a veracidade daquele documento. Agora, ele estava a sua frente como um carimbo de quanto foi idiota.

Diabos! Plantador de uvas maldito ― xingando mentalmente ― Esse desbotado não sabe com quem está brincando, eu juro que acabo com ele se por minhas mãos ― cerrando seus punhos ― Será que não tem mulher naquele país, tem que vir atrás da minha ― sentindo o ar quente sair pelas narinas ―  Olha a felicidade dela! Será que ela ama esse palerma bebedor de vinho ― comtemplando o quanto estava feliz ― O que ele tem que eu não tenho? Será que o negocio dele é maior que o meu? ― menosprezando-se por falta de confiança, ele tinha tudo o que uma mulher precisava só precisava ignorar esses pensamentos bobos ― Não! Yaman você sabe satisfazer uma mulher, se ela transar com você nunca mais vai olhar para esse plantador de uvas  ― num mundo paralelo.

Desatendo meio a seus pensamento, a tal ponto que não percebeu seu irmão chegando e comtemplando à felicidade da cunhada. Yasin ao ouvir de Seher que havia conseguido a cidadania italiana comemorou. Ambos se abraçaram e pularam de felicidade frente a Yaman, que desejava que o país fosse engolido por um tsunami. Parecia que a moça tinha ganhado na loteria, seus olhos brilhavam de emoção e do homem do seu lado de raiva e ciúmes.

― Finalmente retornarei como uma cidadã ― alegre sem perceber que informava sua vontade.

― Você pretende retornar para a Itália? ― Yaman arregalou os olhos e engoliu seco.

― Sim, definitivo ― jogando um balde de água fria.

― Seher! Tem certeza disso? ― Yasin preocupado, havia prometido a sua falecida esposa que cuidaria de seu legado ― Você não tem ninguém de sua família lá, seus entes estão aqui ― segurando nas pequenas mãos ― Sua irmã te apoiou a ir estudar, mas almejava que retorna-se para ficar conosco ― preocupado ― Pense bem, posso abrir um escritório de arquitetura no centro de Istambul para você ― queria manter sua cunhada debaixo de suas asas.

― Eu agradeço! Mas minha vida é na Itália ― enfiou uma faca em Yaman ― Existe muitas pessoas lá que são a minha família, são muitos anos naquele país ― suspirou ― Eu não me acostumaria a Istambul! ― tentando acalentar seu cunhado ― Essa cidade me trás muitas coisas boas, mas também ruins ― não estava falando de Yaman e sim das percas familiares que teve, mas para ele era uma alfinetada por tudo que fez.

Vingança e DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora