Capítulo 13

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Se desejar a morte de alguém fosse atendida, Enrico estaria duro na sala dos Kirimli. Yaman estava em transe por ter seu rival tranquilamente sentado no seu sofá, para piorar, tomando um café mediante a altos papos com seu irmão. Nem ele conseguia ter tanto assunto com Yasin, existia alguma coisa errada, não era possível que alguém que mal chegou fosse tratado com afeto por todos. Esconder seu semblante de decepção não era fácil, precisava que algo cai-se em sua cabeça para despertar.

Que diabos esse desbotado está fazendo aqui? Espera, eu estou perdendo a credibilidade com a minha a família ou será que sou um elemento neutro nessa sala ― pensando em como foi ignorado com sucesso ― Será que eu morri e sou um fantasma que está preso nessa dimensão, espera, eu estou vivo e estou sendo ignorado  ― sentindo-se ser a chacota por seus próprios pensamentos ― Ah! Eu não vou facilitar! Espere seu plantador de uvas, você não vai ficar por muito tempo ― crente numa ideia ― Você vai voltar para Itália nem que seja dentro de um contêiner ou eu não me chamo Yaman Kirimli  ― aproximando-se do visitante.

Usando seu melhor comportamento sociável, sentou-se com um olhar penetrante em Seher. Seu jeito nada discreto, corou-a em segundos por lembrar de algo. Yaman insistia em lamber os lábios após tomar aquele café, seu gesto para todos era algo normal. Entretanto, Seher sabia o que desejava repassar. Arregalando os olhos por lembrar do acontecido, engasgou com o chá. Yasin preocupado ajudou-a recuperar o fôlego, sorridente não permitiria que fosse abalada.

― Lembro do período do primeiro dia de aula da universidade ― ganhando atenção de todos ― Seher estava atrasada e sem querer esbarrou sujando minha camisa de café ― ambos gargalharam, menos Yaman que era o famoso antipático ― Tempos bons! Lembra da nossa primeira festa ― parecia que estava provocando.

― Claro que lembro, você quase foi atropelado na hora de ir embora ― distraiu-se ao rir ― Yasin! Você precisava ver como Enrico sofria na universidade, todas as estrangeiras queriam aprender italiano ― divertindo-se por lembrar como conseguiu escapar das confusões ― Certa vez uma menina do Marrocos que era apaixonada por você trouxe os pais para conhecê-lo ― sentia sua barriga de rir.

― Nunca passei tanta vergonha na vida! Naquele dia a Seher me salvou ― pegando um pedaço de bolo.

― Seher o salvou? ― Yasin curioso, fazendo a pergunta que seu irmão desejava loucamente.

― Sim, andamos o campus todo de mãos dadas ― fornecendo a imagem a Yaman que terminaram esse dia na cama, experimentando sensações prazerosas através de orgasmos ― Seher é tudo para mim! Eu sinto que é a luz que faltava em minha vida ― seus olhos azuis brilharam e por instantes, Yaman sentiu que havia uma chama sentimental que deveria ter sido alimentada no período da universidade.

― Pelo visto ambos tem muitas histórias para contar! ― Yasin feliz por conhecer alguém que tratava sua cunhada como uma princesa ― Soube que sua empresa fechou um contrato com os espanhóis ― pousando a xícara de café sobre a mesa de centro.

― Devo esse contrato a minha sócia ― o loiro sorridente ao confirmar a todos que Seher era muito além do que imaginavam, era uma das sócias da empresa de engenharia e arquitetura que haviam aberto após formarem com o apoio da família de Enrico ― Sem ela, jamais teríamos conseguido ― levando Yaman a perceber que não havia como segurá-la na Turquia ― Seher é sem sombra de dúvidas a peça chave da nossa empresa, todos os nossos contratos são conseguidos com seus projetos brilhantes ― esbanjando elogios a quem colocava no pedestal.

Seher escondeu sobre sua sociedade com Enrico, um dos motivos fortes para regressar para a Itália. Porém quem estava a sua frente, não concebia essa ideia. Observando-a acomodar-se no sofá, Seher percebeu quando a tela de seu celular ligou. Apressada, desbloqueou confirmando ser uma mensagem de Yaman. Esquivando sua atenção a Enrico, percebeu que continuava digitando por notar que o aparelho de alheio estava no silencioso. Como um diabo, a deixaria sem saída para atacar. A moça que não se aguentava de curiosidade, ao ler a mensagem engoliu a seco sua própria saliva.

Ainda sinto o gosto da sua vagina na minha boca ― leu silenciosamente ― De como ela estava molhada, pronta para me receber  ― não acreditando ao notar outra mensagem chegar ― Estou louco para te foder  ― pausando para olhá-lo, enquanto insistia em manter o assunto sem preocupar-se ― Ouvir nossos corpos se chocando em um sexo enlouquecedor, você gemendo meu nome enquanto goza e eu me derramo em você ― usando artilharia pesada para desconcertá-la ― Quero fazer amor com você, inundá-la com o meu prazer ― Seher corava como quem estava prestes a infartar ― Não se preocupe, já arrumei a camisinha  ― pressionando-a ― Não a desculpa para não terminar o que começamos ― assustando-a sem saber.

A pele do seu rosto queimava, se continua-se meio a todos, não conseguia mais esconder que estava gozando em ler aquelas mensagens. Sorrindo levantou-se afirmando que precisava checar algo na cozinha, Enrico levantou-se educadamente como um lorde respeitoso. Yaman sentiu seu sangue virar veneno, como podia ser tão perfeito. Será que ela gostava disso, de ser tratada como quem vivia no século XV.

Observando seu rival, precisava encontrar uma forma de Seher escolhê-lo. Não se deixaria ser vencido, ganharia naquele jogo de sedução e mostraria aquele italiano do século XVI que era o amor da moça dos olhos esmeralda. Tentando prestar atenção na conversa insuportável, sobressaiu dizendo que tinha que fazer uma ligação. Sua mentira foi bem recebida, disfarçando seu trajeto caiu de paraquedas na cozinha. Seher estava terminando de comer um morango, aproximando-se grudou seu corpo pressionando-a contra o balcão. Suas mãos circularam em volta da fina cintura, seus lábios subiram pelo pescoço parando na orelha.

― Imagino esse morango coberto com seu gozo ― instigando ao desejo sexual.

Mordendo-a com luxúria, o corpo denunciou a frenesia daqueles toques. Seher poderia falar que não gostava, mas seu corpo implorava por cada afago. Com ela imóvel, subiu por entre os seios num calor inconcebível. A respiração tornou-se agitada, as células abaixo daquela pele cálida pediam por ele.

― O dia está lindo para um passeio ― seu hálito de menta a embebedava ― Pensei em conhecer as curvas do seu corpo com meus lábios ― parando uma mão frente aos seios, com movimentos circulares avivou os bicos ― Navegar nos orgasmos que temos quando estamos a sós ― apertando o mamilo ao som de um ruído tentador.

― Não vai acontecer mais ― acordou do paraíso, precisava fundar-se que estava para ir embora ― Eu vou embora e o que aconteceu nunca mais acontecer entre nós ― sorrindo para esconder sua angústia.

― Vai me deixar? ― abraçando-a para sentir seu calor ― Vai esquecer o que vivemos naquele quarto? Como você chegou ao céu com o meu oral ― insistiu.

― Sexo é tudo igual ― mentiu, nunca havia feito nada e temia que ele descobrir-se que sua pose de empoderada fosse uma máscara para esconder que é virgem.

― É ele? Me diga? ― destruindo a face de sedutor, para fornecer o espaço para o seu ciúme.

― Ele o que? ― fingindo não saber.

― Com que perdeu sua virgindade ― de dentes cerrados.

― Olha! Que saiba a virgindade não é uma pessoa para se perder ― debochou descaradamente.

― Foi ele? Não foi? ― detendo-a ― É ele que está no seu coração, desde o início ― seus olhos brilharam ― É o cara que não permite que eu seja algo sério para você ― abalou ao revelar-se fraco, Seher por outro lado. Sabia que Enrico não era nada, quem estava em seu coração era aquele selvagem.

Se você soubesse, tudo seria fácil  ― pensou ao sentir seu peito doer ― Eu não posso, você apenas me feriria como fez no passado. Você não mudou, apenas está agindo assim para ter uma boa transa ― ofegou em seus pensamentos.

― O que ele tem que eu não tenho? ― pressionou-a contra seu corpo rígido de paixão ― Eu não vou permitir que vá embora, você é a mulher que amo e sou louco de desejo ― anunciou ao pousando aquela pequena mão sobre seu peito ― Avise aquele babaca que homem nenhum é páreo para Yaman Kirimli ― esfregando sua barba na pele macia daquele pescoço que almejava ― Eu não vou desistir da mulher que amo, nem que para isso tenha que matar alguém ― anunciou no calor do pavor de perdê-la.

― Não! Você não vai machucá-lo! ― negou-se ― Yaman! ― tocando o rosto que tinha fascinação.

― Mande ele embora, fique comigo ― tocando-a com afeto as bochechas rosadas ― Seja a minha mulher em todos os sentidos ― beijando-a ― Diga sim a uma vida comigo ― olhando naquele mar que havia nos olhos que amava. 

Vingança e DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora