Capítulo 17

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Yasin acertou seu próprio irmão com um soco, era a primeira que usava a violência para silenciá-lo. Um filme passou em sua mente, recordou de tudo o que sua falecida esposa dizia. As várias vezes que fez Seher chorar, como a humilhava longe da vista de todos e como apoiou para tirá-la daquela mansão. Yaman era um verdadeiro monstro no passado, não media suas palavras e não perdia a chance de ferir uma menina inocente. De tudo que sabia, e a forma que recebeu sua cunhada como legado. Não permitiria que ninguém, nem seu próprio sangue fizesse derramar uma lágrima daqueles olhos.

Seher o segurava para não cometer mais nenhuma bobagem, entretanto, seus olhos estavam no sangue que escorria no canto da boca de Yaman. Tinha que segurar sua vontade de ajudá-lo, deveria se mostrar indiferente mesmo que isso a machuca-se. Desviando o seu olhar, visou acalmar seu cunhado que bufava como um animal selvagem.

― Eu não vou permitir que destrua a vida da Seher ― apontando seu dedo para face de seu irmão ― Eu sei bem quem você é! De como é cruel, principalmente com as mulheres por culpa de Nesrin ― desenterrando o passado.

― Cale a boca ― avançou empurrando-o.

― Eu estou aqui! ― berrou Seher ganhando atenção de ambos ― Eu não sou uma criança que precisa de proteção, já sou grande o suficiente para fazer as minhas escolhas ― afrontou quem insistia escolher por si, distribuindo seus olhares para o seu cunhado e Yaman ― Eu não preciso que ninguém escolha por mim! Eu vou me casar com quem eu quiser, sou uma mulher forte o suficiente para lidar com as consequências das minhas escolhas ― irritada.

― Você ainda é jovem para conhecer o mau ― Yasin insistindo em protegê-la ― Meu irmão não tem coração, tem uma pedra de gelo ― atacando com toda a munição que tinha ― Escute bem! ― apontando do dedo para face de Yaman ― Você pode ter um harém a sua disposição, mas se tocar num fio de cabelo do meu legado eu juro que terá em mim o seu pior inimigo ― ameaçou meio a gritos.

― Como você é tolo! ― meio a uma onda de deboche ― Nada e ninguém me impedi de ter o que eu quero ― fixo em Seher que encontrava-se atrás de seu irmão ― Se ela me querer, você não ficará no meio de nós ― naquele momento ela teve certeza que estava tendo um mini infarto.

― Seher nunca vai querer você ― numa ação de protegê-la ― Jamais sentirá nada por alguém que a humilhou ― insistindo em cavar o passado ― Se ela for espertar, nunca sentirá nem dó de uma pessoa sem alma como você ― empurrando-o ― Acha que eu não lembro de como a humilhava na frente de seus amigos ― avivou a ferida em sua cunhada, aqueles olhos verdes brilharam diante toda aquela discussão.

Yaman percebeu quanto aquilo a feriu, afastando-se deixou que Yasin a lembra-se que seu irmão era alguém sem luz. Seher no meio de toda aquela confusão, não conseguia assimilar a verdade após receber uma bomba. Ainda cedo, estava com ele em sua cama a levando ao sétimo céu. Agora, revivia tudo do passado com alguém que conhecia Yaman desde que nasceu.

Acordando do seu estado de choque, precisava respirar e antes de chegar no seu quarto, deparou-se com seu sobrinho. Aquela criança precisava de atenção, dedicando-se a quem não era capaz de fazer maldade a uma formiga, passou sua tarde brincando. Do jardim, presenciou a chegada dele. Seu corpo respondeu com aquela presença, seu coração disparou e sua boca secou drasticamente.

Talvez ele não seja quem você esteja pensando ― angustiada ― Talvez o que Yasin disse seja verdade, afinal ambos são irmãos e se conhecem o suficiente  ― agoniada em seus pensamentos ― Isso é um erro ― recolhendo o seu celular do bolso, naquele momento apenas precisava fugir ― Melhor isso terminar antes que eu perca o que restou da minha família ― confirmando a passagem para domingo de manhã ― Meu lugar não é aqui! A Itália é minha casa, eu construiu uma vida e tem pessoas que me amam ― aguardando o celular para fugir de quem em poucos minutos usaria Yusuf como desculpa para aproximar-se.

Vingança e DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora