Vingança e Desejo

Capítulo 23

Yaman queria macetá-lo com seu punho, como aquele ruivo poderia ser tão descarado. Encarando Seher, a jovem agiu com tanta naturalidade que sentiu que deveria estar em um pesadelo. Visando refrescar-se, virou a xícara de café fervendo sem perceber. Seu estado de cegueira era elevado, ao ponto de confundir os recipientes. Irado e com a boca queimada. Sobressaiu da sala, antes que gasta-se seu réu primário.

― Maldito! ― xingava em sussurros enquanto caminhava pelo corredor ― Quem ele pensa que é? ― acertou a parede com um soco ― Ela é minha, somente minha ― espumando de raiva.

Seher desmereceu aquela cantada, mostrando o que havia planejado. Enquanto resolvia as últimas pendências, Yaman perdeu o controle. Dominado pelo ódio, ao vê-lo sair da sala de sua amada, avançou. Segurando-o pelo colarinho, prendeu-o na parede ao demonstrar sua face raivosa. Sem chance de defesa, acertou-o com um soco. Trazendo-o para baixo, investiu o joelho em seu abdômen.

― Yasin pode não dizer nada por ser alguém pacífico, mas eu, sou diferente ― demonstrando sua força ― Nunca mais falte com respeito com a Seher ― anunciou entre dentes ― Ela não é uma garotinha indefesa que está acostumado a levar para sua cama ― mesmo invadido pelos ciúmes, deveria mascarar o motivo de sua violência.

― Quem você pensa que é? Você tem noção do que acabou de fazer? ― sentindo o gosto ferroso em sua boca ― Pode esquecer do contrato ― ameaçou por descobrirem seu real motivo, ele estava interessado na jovem de olhos esmeraldas.

― Não me importo com o contrato! Tanto que faço questão de quebrá-lo e desmoralizar seu sobrenome no mundo dos negócios ― atropelando qualquer ameaça ― Ninguém ameaça Yaman Kirimli sem sair prejudicado ― fulminando-o com seu olhar.

― Como você pode perder um contrato milionário por uma mulher ― armando-se num sorriso debochado.

― Guarde seu deboche para o diabo! ― seu punho afundo naquela face grotesca ― Não existe dinheiro no mundo que me faça desistir de proteger a Seher ― mantendo-se imponente ― Ela tem uma família! Pessoas capazes de tudo para mantê-la longe de abutres como você ― derrubou-o no chão ― Então pense mil vezes antes de falar algo indecente a ela ― franzindo o cenho ― Caso contar para alguém que te bati, meu irmão saberá de sua indecência e faremos que esqueça o rumo da França ― mesmo envenenado de ciúmes, incluiu Yasin na situação.

Após vê-lo correr pela saída de emergência, seu estado de impaciência gritava. Seus nervos estavam quase atropelando sua razão. Menosprezando a companhia de todos, afundaria o corredor de tanto caminhar. Era quase 16 horas quando assistiu ambos saírem da sala, conversavam meio a gargalhadas num idioma diferente.

― Que diabos! Todos falam francês ― nervoso ao ponto de suar.

Aquilo o deixava irritado, deveria estar pagando seus pecados. Prestando atenção ao outro investidor, mesmo afastando um, havia outro. Capaz de beijar a mão de sua amada. Sabia que os franceses eram galanteadores, mas não ao ponto de seduzir uma mulher no primeiro contato. Yaman havia feito tudo para livrar-se da secretária, aquela mulher não parava de falar um minuto. Graças a seu irmão, a criatura desencanou.

Esperando em sua sala, por mais de 30 minutos não obteve resultado. O relógio em seu pulso queimava, nunca havia desejado que o dia acaba-se. Descobrindo que seu irmão havia saído para tomar um café, teve o caminho livre. Yasin havia presenteado a cunhada com uma sala, desde que soube disso. Desligou pessoalmente as câmeras daquele andar. Sumindo com a chave da sala de segurança, alegou que responsabilizaria pelo ocorrido. Não cairia na desgraça de perder a mulher que amava, afoito de desejo invadiu o ambiente.

Seher estava desatenta. Fixa no desenho a sua frente. O lápis em sua mão trabalhava arduamente, enquanto ele admirava o quanto ficava linda com o cabelo preso num coque. Foi ali, que descobriu que tinha um novo fetiche. Aproximando-se com paixão, depositou um beijo na nuca exposta. O corpo arrepiou-se. Abraçando-a com receio de fugir, subiu seus dedos para os seios.