POV RAFAEra a quinta vez em que eu olhava a tela do meu celular em busca de alguma resposta e nada, Gizelly mais uma vez tinha esquecido o compromisso que marcou comigo. Isso vem acontecendo com certa frequência e eu já estava no meu limite, eu não aguentava mais suas desculpas dizendo que ficou presa no trabalho ou algo do tipo. Nosso relacionamento estava quase entrando no oitavo ano e eu me perguntava onde erramos para termos chegado a esse ponto.
Flashback on:
Novembro de 2009
-Pronto cheguei e agora eu sou toda sua. – Ela me deu um beijo no rosto e deu aquele sorriso safado que vinha preenchendo minha mente.
-Onde você estava? – Falei emburrada, e levemente enciumada com a possível resposta.
-Estava com a Ivy, ela é meio pegajosa e não queria me deixar sair. – Gizelly disse com tranquilidade e eu senti uma pontada no peito. Por que ela tinha que ser tão cafajeste?
-Você não vai sossegar nunca? – Questionei e ela gargalhou. – Você já pegou quase todas as garotas do colégio.
-Falta a mais linda delas. – Aquela frase mexeu comigo, mas eu não podia deixar Gizelly me encaixar na sua listinha de peguetes, não era aquilo que eu queria. – Mas ela insiste em dizer que é hetero.
-Na verdade eu tenho algo chamado Q.I, por isso nunca farei parte dessa lista boba que você tem guardada. – Novamente ela gargalhou e me segurou pela cintura, fazendo cócegas naquela região. Gi e eu nos conhecemos desde a sétima série, quando eu me mudei para a cidade, ela sempre foi comunicativa e foi a primeira pessoa que me recebeu e me acolheu nessa escola de malucos. Ela tinha luz própria e ninguém apagava isso, seu sorriso era iluminado e isso era uma das razões que meninos e meninas morriam de amores por ela. Comigo não seria diferente, mas eu preferi ter seu amor em forma de amizade do que pertencer a ela apenas em uma noite. Viramos melhores amigas, e era incrível a forma em que nos conectamos apenas com um olhar, ela me entendia e era a pessoa em que eu mais confiava. Gizelly morava com a avó e era um exemplo de neta, na escola apesar de ser a pessoa que mais frequentava a diretoria era a que tinha as melhores notas. Eu a amava e nada no mundo me tiraria da vida dela.
-Já decidiu o que quer fazer? –Era o fim de semana do meu aniversário e faríamos algo só nós duas. –Festinha pra galera?
-Nem vem você me prometeu que faria o que eu quisesse no meu aniversário. – Ela revirou os olhos arrependida da promessa. – Quero filminho, muita comida e cafuné. Você me deve pelo aniversário do ano passado.
-Tá bom, serei sua serva e farei tudo o que minha deusa desejar. – Ela me abraçou por trás enquanto esperávamos a van pra voltarmos pra casa. – Vais ser na minha casa ou na sua?
-Meus pais vão para o sítio e eu acho que pode ser na minha então. – Ela bateu palminhas, e levantou as mãos aos céus. –Teremos a casa só para nós.
-Nem acredito que vou deitar e rolar na cama da jabiraca. – Dei um tapa em seu braço e ela reclamou de dor. Minha mãe e Gizelly não se davam bem e minha mãe sempre deixou claro que não a suportava e Gi também não ficava para trás. – Seu irmão também vai?
-Eu acho que sim. – Dei os ombros e entramos na van. – O meu primeiro pedido será aquela lasanha de quatro queijos com a receita da sua vozinha.
-Eu disse que seria sua serva, mas não precisa explorar. –Gargalhei e seguimos viagem.
Gizelly não sabia, mas toda vez que ela fazia uma palhaçada meu coração palpitava ainda mais por ela. Eu até tentei esquecer esse sentimento, comecei um relacionamento morno com Rodolffo, um colega de classe, mas nada me fazia tão bem quanto estar na presença de Gizelly. Cada detalhe dela era único e fazia com que ninguém no mundo conseguisse substitui-la. A van parou na porta da minha casa e descemos, éramos vizinhas de rua e por isso não nos desgrudávamos.
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Diga que me ama (Girafa Version)
FanfictionVocê já amou alguém, mais que a si próprio? Já enfrentou o mundo pra viver um amor? E esse amor se perdeu por descuido? Por deslize? Pois eu vivi de perto tudo isso, enfrentei tudo e todos, me entreguei de corpo, alma e coração, por um amor que hoje...