Eu sou fraca!

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POV RAFA

O sol invadia a janela do meu quarto e a claridade entrava pela cortina me despertando de um sonho gostoso em que eu estava. No sonho Gizelly e eu estávamos abraçadas enquanto víamos duas crianças correndo pelo jardim da nossa casa. Abri os olhos e passei a mão pela cama na esperança boba que ela estivesse ali, mas era só mais uma vez minha mente me traindo. A cada dia em que se passava eu sentia mais a sua falta, sentia falta do seu toque, sentia falta do seu cheiro, estava sentindo falta até da bagunça que ela e Sofia faziam na cozinha, quando ela inventa de ensinar Soso alguma receita. Suspirei pesado e me sentei na cama. Hoje seria a festinha de Sofia, e eu não poderia ficar enrolando na cama com esses pensamentos. Me levantei e fui pro chuveiro, pra começar o dia bem.

O relógio mostrava que ainda era cedo, mas já me levantei pra ajustar as coisas que ainda faltava pra comemoração. Íamos fazer no salão de festas do condomínio e logo a prima de Gizelly chegaria pra montar tudo, ela era dona da confeitaria doce jujuba e montava festas com muita dedicação.

Val estava em minha casa e quando desci até a cozinha o cheiro de café invadiu meu nariz, me trazendo mais saudades de quando acordava aos domingos e Gizelly preparava nosso café, vestida de forma indecente.

-Bom dia Rafa, caiu da cama? – Val me recebeu toda sorridente.

-Quase isso, Bom dia Val. – Dei um beijo no rosto da mulher e me sentei. – Estava sonhando e acabei acordando, sonhava que Gizelly e eu estávamos no jardim e observávamos duas crianças brincando juntas.

-Você sabe que eu acho que sonhos são sinais. – Levei a caneca aos lábios e ouvia Val. – Eu ainda acho que vocês se precipitaram nesse pedido de divorcio.

-Eu penso nisso às vezes, mas já se passaram dias e parece que ela também queria isso, só estava sem coragem. – Val balançou a cabeça em negação e começou a preparar a torta de frango que eu amava.

Flash back on:

Meus dias na faculdade estavam uma loucura, estava encerrando o segundo semestre e eu não tinha tempo nem pra respirar. Eu entrei de cabeça no curso, o direito foi meu refugio e isso que me deixava viva. Minha relação com minha mãe era horrível, eu ia em casa apenas pra dormir. Meu pai ficou sabendo da historia e tentou ficar "neutro" na situação, mas eu sabia o quanto minha mãe conseguia manipula-lo. Depois de um tempo eu consegui um trabalho em um escritório e isso me ajudou a sair de casa, acabei indo dividir um apê com minha amiga Bianca. O apartamento era dela, então eu não precisava pagar o aluguel, mas eu bancava as contas, mesmo com ela não achando necessário. Minha amizade com Bia crescia cada dia mais, e viramos grandes confidentes, Bia sabia da historia com Gizelly, e sempre disse que nós duas íamos casar, mas eu nem sei mais se isso seria real. Gizelly e eu estávamos cada dia mais distantes, eu estava sem tempo e ela também, nossas conversas resumia em perguntar como tinha sido o dia uma da outra e a resposta sempre era a mesma: "normal e o seu?". Eu me sentia ligada a ela e meu maior medo era que ela se acertasse com alguém por lá e me esquecesse. Bia tentava me convencer de que era impossível Gizelly me esquecer, mas estava cada dia mais difícil.

-RAFA. – Bianca chegou eufórica em casa. – Você não vai acreditar no que eu descobri.

-O que maluca? – Eu saia do banho e Bianca pulou na minha cama animada.

-Eu acabei de descobri que eu tenho um irmão. – Olhei confusa e ela me explicou que o Miguel a procurou dizendo que descobriu que os dois eram irmãos, filhos do mesmo pai. – Isso não é incrível?

-É incrível mesmo. – Bia estava eufórica e me contou a historia toda, era lindo como os dois já tinham se conectado. – Queria que Renato e eu fossemos ligados, mas eu nem sei por onde anda meu irmão.

Diga que me ama (Girafa Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora