Meus filhos

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POV RAFA

Eu estava completamente nervosa, eu quase não dormi durante a noite, Gizelly até tentou me acalmar, mas eu estava uma pilha de nervos. Hoje seria a audiência de guarda do Theo, e eu só queria que esse pesadelo acabasse logo. Só faltava isso para minha vida entrar nos trilhos de vez, eu e Gizelly não nos desentendemos novamente, ela estava se esforçando para conciliar o restaurante e a família, e eu estava sempre ao lado dela apoiando o seu sonho.

-Meu amor, por favor, tenta se acalmar. - Estávamos na sala de espera do tribunal e Gizelly se ajoelhou em minha frente. - Eu sei que você está ansiosa, mas eu tenho fé que vamos ter nosso pequeno de volta.

-Obrigada por estar aqui. - Ela sorriu e segurou minhas mãos.

-Eu não vou sair do seu lado, nunca mais. - Gizelly me deu um beijo na testa e Bia se aproximou com uma expressão fechada.

-Aconteceu algo amiga? - Questionou preocupada.

-Não, mas sua mãe trocou de advogado. - Bia fez uma cara de derrota. - Ela contratou o Alberto Moura, um carniceiro que joga sujo.

-Hey, nós vamos conseguir. - Gizelly disse tentando elevar nossa confiança. -Meu pai já está chegando, ele tem provas que o pai de Rafa tá metido com coisa errada.

Concordei com a cabeça e ficamos ali aguardando o meu sogro chegar. Eu estava nervosa, mas algo dentro de mim me dizia que eu teria o Theo de volta, eu estava com tanta saudade, minha mãe não permitia que eu o visitasse e isso me deixava profundamente triste, como minha mãe se tornou uma pessoa tão amarga?

-Bom dia meninas. -Meu sogro chegou apressado e abraçou Gizelly. - Oi filha.

-Oi pai, que bom que chegou. - Meu sogro tinha uma pasta nas mãos e entregou à Bianca.

-Essa pasta vai ser sua cartada final Bia, ai estão relatórios e fotos que comprovam que os pais de Rafa estão falidos, e isso é o que vai ajudar para a decisão da audiência.

-Falidos? Os meus pais estão falidos? - Perguntei incrédula, pois meus pais sempre tiveram um poder aquisitivo bom.

-Sim Rafa, eu quero pedir desculpas por ter me intrometido, mas foi a chance que eu vi para recuperarmos o Theo. - Gizelly me abraçou pela cintura e beijou meu ombro.

-Nós vamos lutar por ele, e não me importo quais armas teremos que usar. - Respondi tentando parecer forte.

Ficamos ali, esperando a hora da audiência, eu estava nervosa e Gizelly tentava me manter calma, e só dela estar ao meu lado eu conseguia me controlar. Fomos chamadas para entrar e depois de muito tempo eu encarei meus pais que me olhavam com raiva, principalmente depois que notaram Gizelly e eu de mãos dadas.

-Bom dia, daremos início a audiência de tutela de Theo Ferreira. - A escrivã se pronunciou e a juíza entrou na sala.

A audiência começou e apenas os advogados falavam, o advogado da minha mãe alegava que o Theo já estava adaptado à rotina da minha mãe, e não teria motivos para tirá-lo de lá.

-Me desculpe vossa excelência. - Bianca se pronunciou e colocou a pasta em cima da mesa. - Aqui tenho provas de que o lar da senhora Genilda não é estabilizado, tendo em vista que o marido seja viciado em jogos e os bens da família estejam como garantia de dívidas.

Minha mãe ficou mais pálida que o papel, e meu pai se remexeu na cadeira. A juíza pediu para que os advogados se aproximassem e ela começou a ler os papéis.

-Como você pode jogar tão baixo, Rafaella. - Minha mãe sussurrou entre os dentes. - Aposto que foi ideia dessa mulherzinha que você chama de esposa.

-Só estou jogando o mesmo jogo que você, mãe. - Respondi e Gizelly apertou minha mão pedindo calma.

-Silêncio, por favor. - A Juíza nos repreendeu e continuou conversando com Bia e o advogado dos meus pais.

Meu coração faltava sair pela boca, só queria ouvir a juíza dizer que meu filho voltaria pra mim, que minha família estaria completa agora.

-Devido aos novos fatos, e o pedido de investigação que a Doutora Bianca Andrade abriu contra o Sr. Sebastião, a guarda da criança passa para Rafaella Kalimann.

Não consegui segurar as lágrimas e Gizelly me agarrou e chorou junto comigo, daqui para frente o Theo seria nosso filho e todo amor e carinho do mundo eu sei que Gizelly e eu daria à ele.

-Vossa excelência, trouxe aqui também o pedido de adoção. - Bia entregou outra pasta. - Gizelly e Rafaella desejam adotar o Theo, para que ele tenha os direitos dele garantidos.

O advogado dos meus pais tentava argumentar algo, mas a juíza o pediu para se calar e assinou o papel da adoção. O Theo era oficialmente meu Filho e de Gizelly.

-Encerrada a audiencia. - A juíza deu o fim da sessão e saímos de lá comemorando.

-Eu não acredito que você fez isso Rafaella.- Minha mãe segurou meu braço com força assim que passamos para o hall de entrada. - Você denunciou o seu próprio pai.

-Primeiramente me largue. - Puxei meu braço e Gizelly se posicionou ao meu lado. - Eu só usei as mesmas armas que você, eu jamais deixaria de lutar pelo meu filho.

-Não seja idiota, ele não é seu filho. - Minha mãe disse raivosa. - Não pense que isso vai ficar assim!

-Você está ameaçando minha mulher? - Gizelly entrou na frente. - Escute aqui sua jabiraca, se você chegar perto da minha mulher, ou dos meus filhos eu te parto ao meio.

-Você pensa que é quem? - Minha mãe não abaixou pra Gizelly e eu achei que as duas se atacariam naquele momento.

-Sou alguém que vai fazer da sua vida um inferno se você não sair de perto da minha família.- Gizelly cresceu ainda mais para cima da minha mãe e Bianca e meu sogro precisaram segurá-la. - Esse é o último aviso.

-Amor, vamos embora. - A puxei pela mão fazendo ela se afastar. - Não vale a pena.

Saímos do fórum pelo lado oposto dos meus pais, eu estava com medo, mas ao mesmo tempo imensamente feliz pelo resultado da audiência, agora eu poderia me livrar do Caon e ter o meu bebê de volta. 

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Oi galeraaa, voltei.

Já estamos no fim!

Diga que me ama (Girafa Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora