Te deixarei livre!

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POV RAFAELLA

       Desde a hora em que eu acordei a enxaqueca me abraçou forte, eu não consegui me levantar da cama, apenas passei uma mensagem para o Caon, e pedi que remarcasse toda a minha agenda e adiantasse a leitura de alguns possessos que estavam em andamento. Valeria levou Sofia na escola e passou o dia todo com o Theo, e eu dei graças a Deus por ela estar em minha vida, se não eu enlouqueceria hoje. Passei o dia inteiro à base de medição, minhas crises de enxaquecas me davam enjoos e eu ficava o ser mais manhoso do mundo, pelo menos quando Gizelly morava aqui ela sabia exatamente como me mimar. Depois de tomar mais um medicamento eu deitei e literalmente apaguei, acordei perdida no tempo com a vozinha da minha filha me chamando de mansinho.

-Oi meu amor, a mamãe dormiu demais. –Beijei Sofia  que estava escorada na minha cama. – Val fez sopinha pra mim?

-Não, foi a mamãe Gi. –Ouvir aquilo fez meu coração errar uma batida. – Ela fez a sopinha que você gosta.

-Oi. –Ela disse com aquela voz rouca que mexe com os meus sentidos. – Desculpa te acordar, mas você precisa comer alguma coisa.

-Não precisva se incomodar. –Eu devia estar horrível, com a cara amassada e não tive coragem de olhar pra ela.

-Você está melhor? Val me ligou pra vir. – Theo repousava em seu ombro e eu achei a cena mais linda do mundo.

-Estou sim, foi só uma enxaqueca daquelas que me derrubam. –Me levante de pressa, precisava tomar um banho e só quando eu já estava de pé lembrei-me da roupa que eu vestia.

-Vou colocar esses pestinhas na cama, tome um banho e venha comer algo. – Senti os olhos dela sobre o meu corpo mesmo ela tentando disfarçar.

       Sorri de lado e entrei no banho, a água quente corria pelo meu corpo e minha cabeça já não doía mais, apenas estava pesada. Meu estomago era quem gritava de fome e com razão, pois eu não tinha comido nada durante o dia. Lavei o cabelo, passei o hidratante que Gizelly gostava e a água de colônia também, vesti um pijama de seda e já estava me preparando pra descer quando encontrei uma bandeja em cima da mesa de cabeceira com tudo que eu gostava, pode passar anos e eu nunca vou deixar de me surpreender com ela. Mesmo querendo ir jantar lá embaixo eu comi no quaro mesmo e quase chorei de emoção com o tanto que a sopa estava gostosa. Eu morria saudade de quando ela cozinhava pra mim, na verdade eu morria de saudades de tudo que vivemos juntas.

Flashback on:

-Podemos dividir o taxi? – Aquela voz rouca que eu conhecia a quilômetros fez meu coração parar por alguns instantes.

-Gizelly? – Me virei e lá estava ela, linda, ruiva...

-Eu mesma. –Gizelly deu aquele sorriso tímido e eu me perdi por uns instantes. – Não ganho um abraço?

        Pulei em seu colo e me prendi naquele abraço que eu sentia tanta falta, nossos corações batiam descompassados e era possível sentir os dois baterem juntos tentando achar sincronia. Eu chorava, mas era um choro de felicidade, um choro de saudade.

Diga que me ama (Girafa Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora