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Acordei com o barulho do trânsito, carro em movimentação. Foi então que, me dei conta que já estávamos de volta estrada, Manjiro me trouxe para o carro enquanto eu dormia. Parece que, virou mania dele me carregar por ai.

Olhei para o lado e o loiro estava concentrado no trânsito, um pouco aflito pelo jeito, seus olhos estavam dilatados e em sua mão tinha uma... Arma?

— Que porra é essa? – me encostei na porta do meu lado, para ficar um pouco afastado do mesmo. Ele colocou a arma do seu lado no banco e, me olhou assustado.

— Acharam nós! Um dos homens de Kazutora estão nos seguindo. Olhe pelo retrovisor. – dei uma olhada e tinha um carro muito estranho em alta velocidade, atrás de nós. Então, dei por fé que o veículo do meu vizinho estava mais veloz que o deles, meu desespero bateu. – Se abaixa! – me puxou com um braço, de um jeito estranho, fiquei com o corpo inclinado a cara metida bem no colo do loiro.

Escutei os tiros que davam no carro, levantei um pouco e conseguir vê Manjiro dirigindo ao mesmo tempo disparando contra o carro que nos seguia, o mesmo abaixou mais ainda minha cabeça e com isso, eu estava de vez com a cara enfiava na intimidade dele.

— Não foi desse jeito que eu imaginava. – escutei ele sussurrar. Os tiros acabaram e sentir que o carro estava pulando, meu corpo foi levantado agora notando que estávamos em uma estrada de chão, no meio do nada, com carro nenhum atrás de nós.

— Vamos ficar escondidos por hoje, em uma das casas de um amigo. – olhei para ele, com a cara de quem perguntou se era aquele esquisito. – Não. É aquele de era cabelos cinzas que você vivia curiosa em saber quem é. Pois bem; hoje de noite saberá. – sorri com isso. Parece que, eu vou descobrir o mundo, afınal, o cara por quem minha amiga é afim.

Descemos do carro ao parar em frente a uma casinha pequena, de madeira, cercada por árvores ao seu redor um pouquinho longe dela, dava pra avistar um lago pequeno. Olhei para Manjiro que me olhava macabro, encolhi os ombros e criei coragem de adentrar aquele lugar com ele.

Apenas um cômodo, lareira, uma cama de solteiro e um sofá velho de couro. Olhei para a cama sem acreditar que, terei que dividir de novo com meu vizinho, o mesmo estava bem calmo com essa situação toda, tirou sua arma da cintura e jogou em cima da mesinha que ficava ao lado da cama.

— Vou buscar lenhas, ou iremos congelar esta madrugada. – avisou, já saindo.

Me sentei no sofá empoeirado e fiquei quieta esperando ele voltar, mas um barulho se fez, por impulso peguei a arma. Mirei em direção a porta que estava sendo aberta devagar. Disparei.

— Sou eu, sua doida! Quem iria entrar aqui além de mim? – irritado, tirou a arma da minha mão. Colocou na sua cintura e me olhou estranho.

— Foi mal! Você saiu e nem com cinco minutos voltou, achei que era um dos caras, eu estou com medo ainda. – levantei as mãos pra cima, em forma de rendição, o mesmo sorriu pelo nariz e se virou pra sair de novo. – Deixa eu ir com você? – estendeu a mão para mim pegar. Assim fiz.

Adentramos a mata aos arredores da casa mesmo, ele se soltou de mim para pegar os galhos secos que tinha pelo chão, já eu fui na direção do lago e em pulo, mergulhei dentro dele.

Eu precisava de um banho pra relaxar, daquela tensão que passamos horas atrás.

— Então, era isso que tinha em mente? – Manjiro, gritou sobre uma pedra enorme. Assenti com um sorriso. O loiro tirou sua camisa, me dando a bela visão do seu abdômen, pulou no lago também, nadou e parou na minha frente. – É, água é um bom elemento para acalmar mesmo. – balançou a cabeça, vários pingos de água voaram.

— Por que estão atrás de você? – encarei ele. O loiro desviou o olhar e depois me encarou, passou a língua entre os lábios, de uma forma tão provocativa Eu estou que meu corpo esquentou ferrada por sua culpa. – Okay, tecnicamente por causa da minha curiosidade, mas você me deve explicações e dizer no que eu me meti. – gritei. Cansei de segredos, agora é a hora da verdade.

— Beleza, menininha. Eu entrei em algo perigoso, perdi alguém importante, e agora tenho que me esconder até tudo se resolver. Vai saber apenas disso. – bufei, frustrada. O mesmo sorriu cínico e do nada me puxou contra seu corpo, minhas mãos pararam no seu peito desnudo, e quando dei por mim, os lábios dele puxavam os meus.

Suas mãos desceram para minha cintura, colando ainda mais nossos corpos um ao outro dentro da água, por fim, escorregaram para minha bunda. Apertava de leve, eu arfava entre o beijo, parou de me beijar e me levou até a beira do lago, pegando os galhos que achou, assim voltamos para a pequena casinha.

Já dentro dela, ele acendeu o fogo na lareira e eu fiquei perto da mesma, para esquentar meu corpo desse frio da noite, Manjiro se sentou ao meu lado e ficou cantarolando baixinho, eu nem Ihe olhava, pois ainda estava em transe com o que rolou no lago.

— Não precisa ficar assim, foi apenas um beijo para calar a sua boquinha. – deu de ombros, isso me deixou pior que antes. Inclinou seu corpo um pouco pra trás e se apoiou nas próprias mãos, enquanto observava fogo. – Você já transou sem compromisso? – lhe encarei rápido, ele me olhou e, arqueou uma das sobrancelhas.

— O que quer sabendo disso? - sorriu cínico. Apontou para nós e depois pra cama. Engoli em seco e neguei várias vezes com a cabeça, o loiro se abriu na risada. – Qual a graça? – la respondendo, só que seu amigo adentrou pela porta.

— Olha, se não é a garota curiosa que não tirava os olhos de mim. A curiosidade ainda não matou a gata? – brincou, me deixando chateada. Me levantei e sentei de pernas cruzadas na cama, observando os dois falando algo em código. – Ainda não transaram como loucos? Eu sempre achei que na primeira oportunidade, vocês iriam se comer. – arregalei os olhos, e meu vizinho coçou a nuca.

— Mitsuya, não assuste a garota, pois Kazutora colocou medo suficiente nela. – gargalharam juntos. Ficaram falando de coisas que eu não nem prestei atenção, por causa do sono que chegou me pegando de jeito.

(...)

Acordei, novamente já estava no carro em direção a lugar nenhum. Não passava outros veículos não tinha estabelecimento algum ou prédio, agora eu ocupava o bando de trás, pois no banco de passageiro era o amigo de Manjiro que sentava.

— Gente, eu preciso fazer xixi. – ambos me olharam pelo retrovisor. Apenas Mitsuya negou com a cabeça, e eu fiquei em pé de uma forma torta cutucando meu vizinho. – Manjiro, eu preciso muito fazer xixi. - também negou, dei um tapa no topo na sua cabeça.

— Nunca chegaremos nesse nível. Você dorme demais e ainda vive me fazendo parar. – saiu com o veículo da rua, abri a porta disparando naquele meio do mato, fiz meu xixi e voltei. – Caralho. É uma torneira para demorar tanto assim? – reclamou, quando adentrei o veículo.

— Vai tomar no teu cu! Você e esse outro aí! – seu amigo fechou a cara, mas logo dois começaram a rir. Deu a partida de novo e seguimos o caminho. – Para onde é que iremos? – olhava minha unhas, precisava pintar elas com urgência.

— Não é da sua conta! – responderam os dois, em uníssono me fazendo bufar.

Abri a janela do carro e me deparei com uma moto se aproximando do veículo, uma que, apareceu do nada e o cara de trás apontou a arma na minha direção.

— Se abaixe, idiota! – Mitsuya, gritou. Antes de mim abaixar, ele tirou a metade do corpo para fora da janela e, começou a disparar tiros contra os dois homens.

Manjiro, deu uma arrancada com carro para o lado e depois voltou com tudo para o outro lado, senti o impacto contra a lateral do veículo e um barulho alto sendo arrastado pelo chão. Me levantei e ao olhar pela janela, um pouco longe, os caras tinham sido jogados com moto e tudo pra longe, olhei para os dois amigos que comemoraram por isso, e o medo me denominou. Afinal, quem são eles ?

— Parem esse carro! E me digam a verdade! – gritei, me deitando nos bancos, comecei a chutar a porta com os pés, na tentativa de sair do veículo.

Os dois trocaram de lugar e Manjiro passou para o banco detrás, subiu em cima de mim, tentando me acalmar segurando meu corpo, para desta vez, não ser o nosso carro capotando. Mas, era aí que eu gritava, batia minhas mãos nele e chutava a porta com mais força. Só que do nada o carro parou, seu amigo se virou para nós, aplicando algo no meu pescoço que me fez cair no sono.

𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 𝐁𝐚𝐫𝐫𝐚 𝐏𝐞𝐬𝐚𝐝𝐚 - [𝐂𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢́𝐝𝐚]Onde histórias criam vida. Descubra agora