31 - [Final]

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Aquele cemitério já não era o mesmo, se tornando um local isolado coberto pelo mato, após a construção de um novo ambiente para os falecidos, sendo então assim, esse caiu no esquecimento. 

Como o clima estava frio, S/n trajava uma roupa que a cobria dos pés a cabeça, deixando apenas seus olhos visíveis, podendo assim, caminhar pela área, procurando os túmulos dos seus pais biológicos. Não tinha uma lembrança certa deles, e de certa forma, sentia seus olhos ardentes por ter que conhecer eles nesta situação. 

Após, ficar diante com a lápide de cada um, sendo ao lado do outro, deixou as flores trazidas em cima de cada um das dele, sorrindo agradecida em seguida, de certa forma está em paz consigo mesmo, ciente que se ela veio ao mundo era porque, existia amor entre os dois. 

- Vocês não culpam Kazutora, não é mesmo? – encarava as lápides, esperando por uma resposta. - Eu sei que não. Foi um acidente.

- O que faz aqui?

Seu coração se assustou e logo relaxou, feliz, em estar certa que Kazutora estava comparecendo neste lugar durante todo o tempo. 

- Kazutora, precisamos. 

- Vai embora, S/n! 

Ela se assustou, a aparência dele não era uma das melhores no momento, estava magro e com os olhos tão fundos, cercado por olheiras. 

- Kazutora, eu estava procurando por você. - deu um passo, ele deu outro recuando para trás.

- Eu sou um monstro, quase matei você, S/n. Por favor, vai embora e não me procure mais. - passando por ela, ficou diante das lápides deixando flores como vinha fazendo todos os dias. - Ainda sou perigoso. 

- Podemos construir uma nova família, uma nova vida, nii-san.

- Não quero. Meu dever agora é com eles, os tirar daqui e levar para descansar no lugar onde foram mais felizes. Em nossa casa.

– Kazutora... 

- Vai embora! 

Gritou rudemente, assustando S/n que se resolver ir embora, mas no primeiro passo, girou os calcanhares retornando até o mais velho, Ihe abraçando fortemente por trás.

- Vou embora sim, mas estarei esperando por você, nii-san. - advertiu - convicta, tentando preencher aquele coração machucado e duro. 

(...) 

- Você não devia ter ido, S/n! Se arriscou, arriscou a vida do nosso filho! 

Manjiro nem esperou a garota chegar direito, foi logo brigando não aceitando que ela tenha se arriscado tanto assim, o mesmo ainda não confia em Kazutora, sabe quão o cara ficou desequilibrado durante todo esse ano, perdeu a razão e juízo, se tornando um pouco compulsivo. 

Mas, percebendo que sua garota estava bem, apenas abraçou a mesma fortemente. 

- Nunca mais, saía sem mim, amor. Não posso te ver em risco outra vez, escutou? - segurando o rosto dela com as mãos, fixou o olhar ao da mesma que assentiu com a cabeça. 

- Tudo bem, Manji. 

 - Me chamar de Manji, é o mesmo que me convidar pra transar, bebê. 

- Caramba, tu não deixa de ser pervertido nem com uma criança a caminho. – ria Manjiro, pois S/n com raiva é a coisa mais sociável para ele. 

(...) 

Com meses depois, S/n e Manjiro estavam felizes como nunca, segurando em mãos o fruto de um amor que rendeu adrenalina e perigo. Porém, hoje era um dia triste para seus amigos, pois o casal resolveram se mudar, morar no lugar onde tudo começou. 

- Mas, aquela casa foi fruto de uma mentira em sua vida, amiga. - comentou Mimi, segurando uma última vez a bebê no colo. 

- Eu sei, mas a casa ao lado me rendeu muitas curiosidades. - ambas deram risadas, olhando brevemente seus homens. - Morar nessa casa com Manjiro, será um sonho. 

- Imagino o quanto. Mas enfim, alguma notícia de Kazutora? 

S/n mordendo os lábios, negou com a cabeça, ficando triste de momento, logo sorrindo após ter nos braços outra vez, sua pequena filhinha. 

Draken com Emma não estavam presentes no momento, como eles ficaram tanto tempo separados, decidiram viajar juntos e aproveitar todo o tempo perdida. Já Chifuyu, arrumou um novo emprego, sendo rastreador de uma certa máfia, enquanto sua parceira Aika, falsificadora de documentos.

- Ah, S/n! Qualquer hora apareço por lá, somente será estranho não ter mais você nos observando da casa ao lado, e sim, bem mais pertinho. – Keisuke, dava risadas lembrando os dias como eram.

- Irei aparecer por lá, arrastar meu amigo para jogar bilhar. - foi a vez de Mitsuya, vendo S/n fechar os punhos. 

- Vou te deitar é na porrada, idiota. Não nos queria junto, qual é agora? 

- Ficaram juntos até demais, S/n. – Apontou para a bebê, dando a entender suas palavras.-  Enfim, boa viagem de volta a aquele fim de mundo.

- Vejo vocês por aí, rapazes! - encerrou Manjiro, se despedindo do seu grupo, para então, assumir uma nova vida. 

Quando entraram no carro que os trouxeram até aqui, ele olhou satisfeita poragora não ser uma viagem conturbada, e sim, um retorno carregado de amor carinho, pois agora, tinha duas meninas em sua vida, duas pessoinhas que deve proteger. 

Antes que ele pudesse pegar rumo ao destino final, Manjiro resolveu dar uma paradinho em um certo local que fez S/n arregalar os olhos, surpresa e impressionada com a mudança. A casa estava cercada por lindas flores, ambiente continha um novo ar, sem contar, com a reformada ao ponto de que, faz parecer que aquele imóvel nunca tinha sido incendiado. 

Desceram juntos do veículo, avistando de longe Kazutora Hanemiya regando umas certas flores, cuidando do que tinha dito entrar em compromisso, do verdadeiro lugar onde seus pais deveriam descansar em paz. 

- Nii-san. ·Chamou sua atenção, ele se virou e sorriu sereno. 

- Demorou, imouto.

Deixando de regar as flores, foi em direção da irmã abraçando como nunca a mesma, dando aquele carinho que devia ter muito tempo atrás. 

- O lugar ficou lindo, Kazutora. 

- Sim. Trabalhei duro aqui. - sorria junto a ela, admirando o local. - Me sinto em paz, com os dois. 

- Isso é bom.

-  Muito bom. - se virou, lembrando de um pequeno detalhe. – Ah, nasceu já? 

Assentiu S/n rapidamente, de tão feliz que estava, nomeando um gesto para Manjiro trazer a bebê. O mesmo demorou a entregar aos braços de Kazutora, sendo considerado o pai mais ciumento de todos. 

- Se fazer minha princesa chorar, estouro seus miolos, imbecil. - carrancudo, alertou Manjiro. 

- Por que, eu faria minha sobrinha chorar, seu idiota? - S/n estava rindo daquela cena, porém, era por estar gostando. 

Com certeza, aquela parada feita antes de voltarem ao ponto de partida, onde tudo começou, valeu a pena.

𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨 𝐁𝐚𝐫𝐫𝐚 𝐏𝐞𝐬𝐚𝐝𝐚 - [𝐂𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢́𝐝𝐚]Onde histórias criam vida. Descubra agora