CAPÍTULO 9

2.6K 305 156
                                    




Salvatore





"Isso" "Desse jeito" "Mais forte" seguidos por muitos gemidos e grunhidos soam como um paraíso sexual. Soam como um paraíso sexual em qualquer lugar menos no meu tatame.

Aqui, todas essas expressões significam apenas intensidade de treinamento. Força concentrada.

Ou pelo menos costumava ser assim.

Porque agora, com Maria Clara vermelha e suada soltando pequenos gemidos presa debaixo do meu corpo enquanto tenta se soltar da minha manobra apertada, tudo isso parece muito como uma deliciosa e perversa tortura. Uma tortura completamente sensual.

Eu quase tenho vontade de sorrir ao ver sua concentração. Seu foco em cada músculo, seu cenho franzido denunciando cada estratégia formulada em sua cabeça, cada caminho traçado em busca de uma saída. Ela ainda não tinha aprendido a disfarçar suas expressões. E é por isso que sei exatamente o que ela pretende fazer em seguida, colocando o braço entre nós, buscando empurrar minha mão que está travando suas pernas.

- Eu não tentaria isso se eu fosse você. – Digo baixo, e vejo cada pelo do seu braço se arrepiar. Que merda. Ela bufa e busca meus olhos, querendo sua explicação. Eu adorava isso pra caralho. Como ela nunca se contentava em apenas desistir. Sempre queria saber o porquê, sempre buscava uma explicação do que não fazer e de como melhorar.

- Você não é mais forte que eu. Precisa se lembrar que a agilidade é sua melhor amiga numa luta, não sua força, principalmente se estiver lutando com alguém maior do que você. – Digo, recebendo um pequeno aceno ofegante dela, sua respiração quente em meu pescoço, fazendo todo o tipo de coisa com meu corpo.

- Agora coloque suas duas mãos em meu pescoço e puxe meu corpo para perto do seu. Depois chute minha mão, e gire até ficar sobre mim.

Eu mal termino de falar e ela já seguiu minhas instruções, com mais rapidez do que eu esperava, sentando em cima do meu corpo. Ela abre um sorriso vitorioso e eu me delimito a revirar meus olhos, já a derrubando de volta no tatame na exata mesma posição em que estávamos há cinco segundos.

- O que diabos? – Ela pergunta, piscando, sem entender o que acabou e acontecer.

- Nada esperto da sua parte deixar minhas mãos livres. Agora está presa de novo e perdeu seu elemento surpresa.

- Acho que eu preciso começar a lutar com Natália para ter alguma chance de vencer. – Ela bufa, jogando um cacho para longe de seu rosto bonito.

- O que você precisa é pensar antes de agir.

- Fácil falar quando você tem dois metros de altura e consegue quebrar um tijolo com um soco. – Ela resmunga, se remexendo.

- Cinco.

- O que?

- Consigo quebrar cinco tijolos com um soco. – Eu digo, com um sorriso.

- Arrogante de merda. – Ela diz, assim que eu a solto do meu aperto e ficamos de pé novamente. Ela solta o cabelo e o prende de novo no alto da cabeça, atraindo minha atenção.

- Não há nada que eu despreze mais do que falsa modéstia. – digo porque é verdade.

- Só migalhas no seu tatame. – Ela diz, dando um risinho esperto.

- Você é hilária. – falo, lhe entregando meu sorriso mais falso.

- Um elogio e um sorriso?! – Ela exclama, com a mão no coração, como se estivesse profundamente comovida. Aquela pirralha de merda. – O que fiz para merecer isso?

REDENÇÃO - Irmãos Fiori: Livro III - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora