CAPÍTULO 37

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SALVATORE



Subo as escadas para a minha suíte com um sorriso no rosto.

A bagunça espalhada na sala deixa claro que a noite foi bem aproveitada. Tinha sido perfeito, tudo pela minha Maria. Ela merecia isso e muito mais. Ver seus olhos brilhando, a alegria, orgulho em sua expressão tinha me feito mais feliz do que eu poderia explicar. Ela era tudo para mim, e eu faria tudo que estivesse ao meu alcance para fazê-la feliz como ela havia ficado hoje ao ver todos que a amavam interessados por uma parte que ela se orgulhava tanto de si mesma.

Me despedir de todos e ajudar os funcionários a carregarem os suprimentos que sobraram de volta para os carros havia demorado mais do que eu esperava, e por isso, imagino que Maria tenha ido para o banho sem mim, pois escuto o barulho da água ligada dentro do banheiro.

Eu tiro então meus sapatos, retiro meu blazer, coloco meu celular no aparador ao lado da nossa cama, e começo a desabotoar a camisa branca que eu sabia que Maria gostaria de me ver usando. Roupas esportivas, jeans e camiseta eram meu uniforme do dia a dia, mas Cadu havia me pedido – e com isso quero dizer me obrigado – a vestir o conjunto que ele havia escolhido para mim. E eu tinha que agradecê-lo, porque tenho certeza que estamos exepcionais nas quatrocentas fotos que Nina havia tirado com sua câmera profissional.

Tiro a calça, meias, e a regata que estou usando por debaixo da camisa. Só então caminho até a porta do banheiro e a empurro devagar, o vapor quente atingindo meu rosto com força. E encontro Maria debaixo da água, os cabelos encharcados, o corpo nu que acende o meu de forma que nenhum outro faria. Mas são os pequenos tremores dos seus ombros que me fazem franzir o cenho em estranhamento. Caminho só de cueca até o box e abro a porta suavemente. Ela está de costas para mim, mas percebe minha aproximação.

- Tesoro? – Chamo, com cuidado. – O que aconteceu?

Ela solta um pequeno soluço antes de me responder, que parte o meu coração.

- Nada. – sua voz chorosa diz. E isso é o suficiente para que eu dê um passo a frente, tocando suas costas com suavidade para que ela vire de frente para mim, sem entender muito bem seu estado.

- Fale comigo, Tesoro. – peço. – O que está acontecendo?

E ela se vira em minha direção, a pele limpa avermelhada pelo calor, os olhos dourados sensuais que haviam sido minha redenção. As lágrimas grossas que escorrem pelos cantos deles, se misturando as gotas de água do chuveiro.

- Passei dos limites? – Consigo perguntar. – Com essa noite, roubando suas pinturas, trazendo todos para cá. Passei dos limites?

E Maria solta um riso infeliz, antes de engolir e me encarar, segurando minha mão e plantando um beijo no centro dela.

- Salvatore, ninguém nunca fez algo tão especial para mim. Ninguém nunca... – Ela engasga, mais lágrimas escapando, e meu coração parece chorar junto com ela. – Nunca vou conseguri explicar o que significou para mim. Vou levar essa memória comigo para onde eu for, não importa o que aconteça.

E suas palavras me causam estranheza.

- Mas você não vai para lugar nenhum, certo? – Pergunto, agora segurando sua cintura com as duas mãos, me esforçando para não correr meu olhos para seus seios que estão tão próximos.

- Não se eu puder evitar. – Ela diz, se aproximando para plantar um beijo no centro do meu peito, onde meu coração bate acelerado. – Obrigada por ter me dado a melhor noite da minha vida, Salvatore. Obrigada pelos anos mais incríveis da minha vida ao lado da sua família, e os melhores meses da minha vida ao seu lado. Se eu pudesse... – Ela tenta dizer, a testa encostada contra a minha pele. – Se eu pudesse... Devolveria tudo em dobro para você. Te faria feliz como você me faz.

REDENÇÃO - Irmãos Fiori: Livro III - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora