REDENÇÃO - Irmãos Fiori: Livro III - COMPLETO

CAPÍTULO 19

Um inferno.

Era isso que a Black Dragon tinha se tornado nas últimas oito horas.

Um total e completo inferno.

Bem, talvez isso fosse um exagero. A Black Dragon estava tranquila. Era o meu telefone, e-mail e celular que pareciam prestes a explodirem a qualquer momento.

Porque Salvatore sumiu.

Simplesmente desapareceu da face da Terra.

Desde ontem a noite, quando ele me deixou na porta do meu apartamento depois de um dia de normal de trabalho, eu não havia ouvido mais uma palavra vinda dele.

Então hoje pela manhã, achei mais do que estranho que ele já não estivesse saindo do banho como sempre acontecia quando eu chegava pela manhã. E quando ele não apareceu pelas próximas duas horas e não atendeu nenhuma das minhas 36 ligações, fiz a próxima coisa racional: falar com sua família. Mas nenhum dos Fiori parecia ter a mínima ideia de onde Salvatore estava.

Agora, oito horas depois, já fui até seu apartamento, em cada uma das quatro filiais da Black Dragon, até mesmo no seu bar favorito no centro da cidade. E nada. Salvatore estava desaparecido.

E eu estava a beira de um colapso. Mil possibilidades já bombardeando minha mente, uma ainda pior do que a outra, tão horríveis que sinto meus olhos queimarem, minha garganta fechar, meus músculos se esticarem e contorcerem sobre meus ossos.

Estou tão perdida em minha angústia que quase salto da cadeira de couro do escritório de Salvatore quando meu celular treme em minha mão, brilhando com o nome dele na tela de bloqueio.

Meus dedos estão tremendo quando abro o aplicativo de mensagens e leio a única frase que o maldito me mandou.

"me encontre aqui embaixo"

Me. encontre. aqui. embaixo.

Oito horas desaparecido e era isso que ele me mandava, quatro malditas palavras.

Salto pela sala, correndo apressada, sem mal enxergar nada ao meu redor, quase tropeço quaro vezes enquanto desço os três lances de escada, mas não dou a mínima, estou completamente focada na picape preta gigantesca que está parada na porta da Black Dragon.

Tento me acalmar, mas não consigo. Preciso saber que ele está bem.

Seguro a maçaneta e puxo a porta, e sentado no banco do motorista, está Salvatore. Perfeitamente intocável, com um sorriso orgulhoso no rosto. Toda a preocupação se tornando ira em dois segundos.

Respiro fundo para não voar em seu pescoço por ter bancado o fantasma.

- Não me mata. – Ele diz, tirando as mãos do volante e as erguendo em rendição. Os olhos castanhos bem-humorados, mas cansados também. Só por isso, pela parte do meu coração que quase teve 5 infartos nas últimas horas, eu entro na caminhonete e bato a porta atrás de mim.

- Salvatore Fiori – Eu berro, fazendo Salvatore pular – Onde diabos você estava?!

Os lábios de Salvatore tremulam com um sorriso, antes de ele falar, com toda a seriedade do mundo:

- Minha égua pariu.

Todos os meus neurônios parecem explodir assim que suas palavras são assimiladas pelo meu cérebro.

E ele claramente não está brincando, pois seu rosto está tranquilo, sereno. Por isso, faço a única coisa lógica a se fazer quando seu chefe some por oito horas e reaparece dizendo baboseiras. Eu grito.