HOPE Point of View
Lar doce lar. Finalmente vou comer bem e dormir numa cama confortável, sem aqueles aparelhos apitando! Ainda melhor que Helen tirou um mês de férias para ficar comigo. Tudo bem que não é só como noiva, mas como médica também, mas eu não vou reclamar.
Helen ainda não voltou, porque foi levar Adam para a escola. Eu preciso fazer uns exercícios para poder voltar a digitar e assim poder trabalhar, mesmo que seja devagar e não por muito tempo seguido. Não deve ser tão difícil assim. Ligo o notebook e abro o Word, começo a digitar uma frase qualquer, mas aí quando estico meu dedo, sinto uma cãibra enorme. Puta merda, não vou tentar isso tão cedo.
- Deu para ouvir você gritando de dor lá de baixo.- fala Helen ao entrar no quarto.- Já disse para você não se esforçar muito.
- Sabe, eu pensei que quando eu saísse do hospital, nós faríamos sexo até cansar para compensar o tempo e perdido e celebrar que eu estou viva. A realidade é broxante.- Helen começou a rir da minha cara de indignação.- Estou falando sério.- mas ela não para de rir.
- Talvez não seja como você pensou, mas não quer dizer que não pode acontecer.- ela senta na cama ao meu lado e me dá um selinho demorado.- Quando começamos a namorar, você que fazia tudo.- ela beija minha mandíbula, depois desce alguns beijos por meu pescoço.- Está na minha hora de pagar a dívida.
- Helen, não.- falei a afastando. Ela me olha confusa.- Eu falei aquilo só como humor, eu não estou a fim disso. Não ainda estando... inválida.- inválida não é a melhor palavra, tem um viés muito preconceituoso da minha parte, mas não sei definir melhor.
- Você não está inválida.- falou um pouco brava. Ela se levanta e sai do quarto, batendo a porta forte ao sair. Merda! Talvez eu devesse ter morrido naquela droga de acidente.
(Uma semana depois)
Vejo Helen correndo atrás de Adam, brincando de pique-pega. O pequeno ria sem parar, enquanto fugia. Eu estava sentada no sofá, ainda não conseguia ficar em pê sem a ajuda desse troço em forma de bota mecânica, muito menos conseguia correr. Minhas mãos melhoraram bastante nesse dias, já consigo digitar e segurar coisas leves sem problema, e estou quase conseguindo segurar uma caneta ou um lápis para escrever.
Depois de tanto correr, Adam se cansa e vem até mim. Helen vai na cozinha pegar água. Ele sobe no sofá e se deita com a cabeça na minha perna boa. Coloco uma mão em seu cabelo e faço cafuné em seus cabelos loiros. Ele fecha os olhos e sorri, apreciando o carinho. Faço um movimento que faz minha mão doer, solto um grunido e tento disfarçar a careta. Adam se levanta imediatamente e me olha preocupado. Sorrio para disfarçar o que aconteceu.
- Vou para o quarto.- lhe dou um beijo na testa e vou devagar até meu quarto. Tiro a bota mecânica e deito na cama. Não era para meu filho estar se preocupando comigo, deveria ser o inverso.
- Você está bem?- pergunta Helen.- Por favor, não chore, Blondie.- ela deita na cama ao meu lado e me abraça.- Vai ficar tudo bem.
EVE Point of View
(Quinze dias depois)
- Você não pode fazer exercícios ainda!- gritei quase desesperada.- Muito menos abdominais. Você teve dois pedaços de ferro dentro da sua barriga, você tem que descansar!
- Calma, ruivinha. O médico disse que se eu fosse com calma, poderia voltar a fazer atividades físicas. E tudo já cicatrizou.- ela levanta a blusa e mostra as finas cicatrizes em seu abdômen.- Exercício libera endorfina, o que é bom para o corpo, vai me ajudar a ficar melhor mais rápido.
- Você tem razão, mas seu treino "leve" é o que uma pessoa normal chamaria de pesado. E nada de abdominais!
- Você quer supervisionar meu treino?- por que eu fui namorar alguém que é atleta nas horas vagas?- Ou nós podemos fazer um treino juntas se quiser. Um exercício em conjunto que com certeza libera endorfina.- seu sorriso malicioso só aumenta a cada palavra. Ela dá dois passos na minha direção, eu recuo a mesma quantidade.
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Acabando com a Inocência
Fanfiction- Essa história é sobre como eu vou direto de escorregador para o inferno por ter tirado a inocência de um anjo. - O que você está fazendo? - Quebrando a quarta parede, Helen. - Hope, não!