Holy crap

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As aulas haviam começado há mais ou menos dois meses e graças a Deus esse era meu último ano, bom, graças a Deus não, até porque tinha tido bons momentos lá e sem contar que a vida seria bem mais complicada depois que tudo acabasse, então eu sentiria Califórnia High School. 

Enquanto assistia as aulas chatas do professor de geografia, algo ainda me atormentava: Minha terrível (ou maravilhosa?) Noite com a Charly, confesso que já havia passado quase três meses e aquilo não saía da minha cabeça.Durante esse tempo, eu evitei tudo que me levasse até ela, principalmente aquela ruazinha endemoniada quando eu tinha quer ir na casa da Dixie ou algo do tipo.  Aquela rua era um ótimo atalho, me fazia chegar nos lugares bem mais rápido, pena que as coisas têm que ser assim.  Que drama. As vezes eu via Charly de longe e fazia o máximo para ela não me ver. Ok, era exagero eu sei, mas acontece que ela era uma cafajeste e mesmo sabendo disso, fui para cama com ela, porque eu não tiver a capacidade de resistir, ou inventar uma desculpa do tipo "estou menstruada" e também, por Aisha. Eu havia feito tudo aquilo pela Aisha, o que fez eu me sentir mais idiota ainda. Mas ao mesmo tempo, a Charly havia me dado sensações que até então eram desconhecidas pra mim. 

Então, até agora eu não sabia dizer se aquela noite havia sido terrível ou maravilhosa, eu estava confusa e quanto mais eu pensava, mais eu piorava a situação. 

–Então, senhorita Clark. Você não respondeu minha pergunta.  - Ouvi o Sr. Thompson dizer, e tipo, que pergunta? Ah eu não sabia, porque tinha algo me atormentando.  Então me arrisquei.  Foda-se:

–hã ... é 10. - Falei.  E pude ouvir a risada de todos da classe. 

–Claro, poderia ser 10 ...- O professor disse.  - Se eu tivesse perguntado, alguma conta e se fosse aula de matemática ou sei lá o que, que envolve números.  - ele
respirou, pois havia falado demais, como sempre.  - Geografia, senhorita Clark, geografia. 

–Ah, obrigado pelo "senhorita" me sinto super importante.  - O professor me fuzilou com os olhos, mas logo continua sua explicação. 

Logo bateram na porta da sala e o Sr. Thompson murmurou algo do tipo: "Droga, adoram interromper minha aula" e foi abrir. 

–Bom dia .. - Era o diretor.Mal dia isso sim.  - Espero que todos estejam tendo uma boa aprendizagem.  - Ele disse sendo formal.  - Mas vamos direto ao assunto, agora nós temos um "faz tudo" da escola, ela vai ajudar o professor Robson de Educação Física, monitorar vocês no intervalo, e se vocês quiserem algum tipo de ajuda, podem falar com ela, mas não abusem claro. Ela vai ficar conosco mais ou menos seis meses.  - coitada dessa pessoa, deve ser uma garota tão boa e vai ter que viver esse inferno.  Pensei comigo.  O diretor deu uma olhada na porta e fez um sinal com a cabeça para que uma pessoa entrasse.  - Entre por favor. 

PUTA MERDA.  Que droga é essa?  Por um momento, eu não acreditava no que estava vendo, em um movimento super ninja, coloquei meu capuz e fiquei de cabeça baixa na classe.  Se eu estava me escondendo?  Não..imagina.  Mas foi algo inútil. Totalmente inútil. 

–Senhorita Kira Clark, você está bem?  - pude ouvir a voz do professor. Filho da mãe. E quando levantei a cabeça, todos olhavam para mim, inclusive ...Charlt, que fez uma cara estranhando o fato de o professor me chamar de Kira Clark, pois para ela havia dito que meu nome era Ana. Respirei fundo. 

–Sim, só um pouco de dor de cabeça, p-p-pode continuar.  - Gaguejei quando meus olhos se encontraram com os de Charly, ela estava parada ao lado do diretor com os braços cruzados, usava uma blusa preta, é uma calça jeans escura, o que era raro. 

Seu cabelo estava perfeitamente ondulado.Ela me olhou e deu um sorriso sacana bem discreto.  Desviei o olhar, que diabos ela estava fazendo aqui?  Pode ter certeza que o que ela menos precisa é a merreca que essa escola oferece, porque boatos dizem que ela vem de uma família que possui um poder aquisitivo,aí tem algum dedo podre .. pode ter certeza. 

Pude ver os garotos tudo babando enquanto a Charly se apresentava.  Ridícula.inclusive ela, a rainha das vadias, Tana.  Eu odiava essa garota. 

–Então ...- Ela tentou ser um pouco formal, mas aquilo não combinava com ela.- Eu vou estar aqui para o que vocês precisarem, Qualquer coisa já sabe, me procurem.-Jordan falava com um ar do tipo "Pra tudo mesmo, inclusive, sexo". 

Enquanto ouvia Charly falar, evitava totalmente contatos visuais, tentava me concentrar nos rabiscos que eu havia feito em meu caderno.  Aquilo estava estranho o suficiente. 

–Para tudo que a gente precisa mesmo, Senhorita Jordan?  - Tana disse com um olhar malicioso e Charly retribuiu o olhar. 

Daqui há uma semana todos e todas que ela quisesse daquela escola já estariam em sua cama. Ah e sem contar que Senhorita Jordan, não combina nada com a Charly. 

–Senhorita Jordan?  Hmm ... Gostei.  - Ela disse.  - E sim, para tudo que vocês precisarem mesmo.-Charly deu um sorriso e uma piscadinha, em seguida ajeitando algum fio rebelde de seu cabelo, o que fez alguns garotos babarem mais ainda. 

–Ela é gostosa pra caralho, ter uma noite com ela é tudo que eu mais quero agora. - Ouvi um garoto falando para outro atrás de mim. 

Eu poderia simplesmente me virar e dizer: "Chupem, eu já tive esse previlégio."  Mas eu era humilde ... e aquilo não era um previlégio.  Mal sabiam eles o tipo de pessoa que a Charly era. 

–E você ...- Charly disse e apontou para ninguém mais, ninguém menos do que ... euzinha.  - Tem alguma pergunta?  - Ela deu um sorriso, pois ela estava fazendo aquilo por pura implicância, óbvio. 

–Não.  - Respondi severamente.  

–Tem certeza?  - Ela insistiu e pude ver diversão em seus olhos. 

–Absoluta.  - A encarei confiante e levantei uma sobrancelha, ela ficou me olhando de acordo com alguns segundos, piscou e desviou o olhar.  Estremeci, droga.Charly logo se retirou da sala com o diretor, que se duvidasse, até ele, ela lanhava. E possibilitou o professor continuar a sua aula. 

–Senhorita Clark, você pode me fazer um favor?  - o professor perguntou. 

–Sim .. respondi. 

– Vá na secretária e me traga algo que preste e que não fique se desgastando para que eu possa escrever na porcaria desse quadro.  - Senti irritação em sua voz, quase ri. 

–OK.  - Levantei-me e saí da sala, desci algumas escadas meio que correndo, porque eu simplesmente eu adorava fazer isso, mas dessa vez não foi uma ideia muito boa, pois pisei em um degrau falso e cai escada a baixo. 

–Droga.  - Falei alto, não havia me machucado muito, só havia causador uma dor suportável em meu tornozelo. 

–Você está bem?  - Uma voz rouca disse entre risadas, enquanto eu tentava me levantar com uma certa dificuldade.  - Você é uma anta mesmo.  - A Jordan disse e riu mais uma vez.  - Eu queria que o corredor estivesse cheio para ver todos rindo da sua cara. 

–Idiota.

Possessive↬𝐂𝐇𝐀𝐑𝐋𝐘 𝐉𝐎𝐑𝐃𝐀𝐍Onde histórias criam vida. Descubra agora