poesia de boteco

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conexões que abalam
fortes ondas sensíveis
todo peso em meu peito
coloquei num cabide

machucada entre balas
implorei por socorro
sorte dela, sensata
se sentou com revoltos

entre vielas, avenidas
luzes pretas e asfalto cinza
lá em sã consciência
habitava a menina

covardia, covardia!
se envolver sem energia
pobre ingênua menina
só sabia sentir alegria

tudo fecha, mente grita
caos se instala a plena vista
tudo por ela acaba
não há nada que ela não insista!

nada por ela restaura
em nada nela há medo

por ela mundos nascem
com ela todo desejo.

por muito me fiz em partes
por pouco me perdi em segredo
hoje em dia sou um milagre
nasci firme em barro seco

não me vejo mais em pares
singelas artes, meu quadro negro
hoje eu sou milhares
unifiquei os meus defeitos

eu sempre me vi nos mares
imenso místico e sombrio
eu me perco nos ares
pra ser mais que um breu
agora só sinto calafrios

"e se nessa escapar-des
ja nao sou nero teu
te vi muito nos bares
mas não sou teu romeu"

outrora penseiOnde histórias criam vida. Descubra agora