ouça o meu lamento

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Ouça o meu lamento, no momento sou só angústia,
pois quem me dera ter o prazer do novo, se em mim só há do velho, o que me falta é além do gozo, pode ser um caso sério.
Se jaz o momento perfeito pra contestar minha vivência, sugiro que encontre um outro caminho;
Se morreu em ti certa aparência, a novidade te dará um novo fascínio,
Sei que queres o mundo todo, todo samba, todo domínio, mesmo sendo trem fora do trilho.
Te ouvi sussurrar em meio a berros
ouvi teu lamento entre tantos outros meros
Pois há certo suborno nisso que chamas de eterno
há certo pavor na natureza que recita seus versos,
e todo louvor que prega por metades não pertencentes de uma realização que não seja blefe,
não ironize suas preces, tende ser sensata e breve.
Sendo assim, continuo meu caminho entre luzes,
ainda ouço tuas canções, fúnebres.
Hoje roguei que os maltratassem, fúteis.
e prefiro te dar aos porcos do que escutar teus lamentos rudes.
Vivo entre o alter ego e falta de confiança na própria sombra, entre teu mal convexo e minha alma que canta, sou antiquada, um tanto medíocre, ora faço poesia, ora sou triste, ora tenho em mim toda essa divindade que persiste.
e ora sou só quem desiste.
Ouça a minha indignação, pois é, não tens escolha,
meu coração é trovão, minha mente metralhadora, mas o que vale se ninguém atinge? Do que vale ser só eu e meu reflexo? De que vale se de mim só fica os restos? Se tudo vai, e eu fico?
Qual o preço da sua solidão?
Tabagismo, misticismo, veemência nos sentidos ínfimos, algum resquício do teu pleno íntimo?
ou apenas o vício daquilo que te distancia? a solidão te fez vazia? ou preencheu tudo aquilo que pretendia?
Madrugadas frias, bebidas quentes e almas sujas, qual parte te tornou menos tua?
Onde queria chegar com questionamentos sem luta? Bem...a resposta sempre foi sua, o ultimato se dá por suas partituras;
E se suportou até aqui, agradeço confusa, a ideia era te fazer partir.

outrora penseiOnde histórias criam vida. Descubra agora