Encontrei naqueles olhos a avidez e eloquência dos sábios, seu ego era blindado com lágrimas de impetuosos, sua alma mais inquieta que manicômio em segundas feiras.
Te vi ali sentada com um lápis e canivete na mão, não sabia se me estapeava com palavras ou rasgava minha jugular pra saber o que há lá fora, aqui dentro jaz o inferno.
Tímpanos implorando por silêncio, mas a prosa se perpetua ainda assim em minha mente; perspicaz e sensata mente, dádiva da boemia maldita e das noites mal dormidas que tanto me anseiam, e pelo dom da persuasão me fiz submissa a mim, maldição concedida por mérito.
Andei pelas vielas de tua sã sabedoria e vi mais do mesmo, vi justiça, os fins não justificam os meios. Embriaguei-me de virtudes em leito, és morte ou viver de fato, um leigo.
És santa se por acaso não se transforma em cigana, viaja entre corações, não se dispõe a redoma, não és rebanho, és dona.
No canto da alma a encontro à melodiar a sinfonia do adeus, me despeço de quem eu fui, me transformo no apogeu, o mais distante da minha própria luz me fiz teu Deus. Cai em pecado mas o purgatório não me acolheu, continuo em equilíbrio na linha tênue do bem e do mal, o intenso me fez carnal, amenizo a angústia com a arte no sentido literal,
e brinco com as palavras pra tornar essa bagunça mais normal. Como o breu depois do caos.
Caminho de pedras até chegar em teu subconsciente, meu bem, sei que repreendes a dor que não entendes, tua vivência te faz ciente de toda hierarquia presente, toda corrente na gente e o mundo como prisão dos doentes.
Ainda assim, insisto, havia fogo naquela áurea, esperava tudo vir até na calma, surpreende-me não se queimar com as faíscas do teu coração.
Outrora, quando o real vem à tona, e me desperto destes devaneios contínuos, posso encontrá-la em frente ao espelho, enxergando em cada canto do ser, uma mulher e seus grosseiros
encantos.
Lá onde a palavra é sagrada, dei vida as minhas tão sagradas faces, os disfarces se opuseram ao clássico, roguei pelos detalhes deste ínfimo
pedaço de carne.
Vi Deus e o Diabo de mãos dadas.
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outrora pensei
Poetryhá versos de ontem, de hoje, de séculos atrás e de um futuro próximo. fez-se um livro de instantes e infinitos. nasci do amor entre deus e o diabo, do amor ao pecado, da escuridão ao que faz luz. proibida a entrada de céticos, conservadores e d...